A selfie, a barraca, o assassinato do vereador

 

 

O delegado Geraldo Peçanha, afirmou a Reportagem que o crime foi passional. Ele não teve acesso ainda as informações de que Jairo tinha um alvará para trabalhar como ambulante, para ele há uma medida protetiva em favor da ex-mulher, mas, se for constatado que ela mantinha com ele algum relacionamento a mesma perde o valor. Comentou que tudo será considerado no decorrer do processo. Frisou ainda que depoimentos colhidos dão conta de que o vereador escondia qualquer relacionamento com ela, e ela com Jairo. O caso está sendo investigado, só será concluído após o laudo cadavérico foi analisado.

delegado

 

Por Luciana Maximo

 

A família do pedreiro Jairo Esteves da Silva, acusado de matar o vereador de Piúma, Jackson Pereira, 58 anos, com três facadas, levanta uma hipótese para o crime. A Reportagem ouviu diversas versões e foi até a família de Jairo, uma sobrinha que pediu anonimato, por já está sofrendo ameaças, contou detalhes da relação do pedreiro com a mulher, que seria supostamente amante do legislador.

De acordo com essa sobrinha, uma mulher, suposta amante de Jackson teria sido o pivô de toda a trama que acabou em tragédia para as duas famílias. Ela contou que Jairo ficou possesso quando viu no Facebook uma foto dela com o vereador, sentados num sofá da sala da casa deles.

A mulher teria se aproveitado da função de Jackson na Câmara como ponte para obter vantagens, como por exemplo, conseguir colocar uma barraca na Praça Dona Carmem.

A sobrinha de Jairo, conta ainda que Jairo descobriu toda suposta traição dos dois, e ficou tomado de ódio. Na verdade, o que rolava, segundo Jaqueline, era um triangulo amoroso. Essa mulher seduzia os dois. Entretanto, ele teria sido avisado antes, mas não quis acreditar. “Meu tio tem de pagar pelo que fez, mas ela não pode ficar impune, ela manipulou tudo. Ela fez com que ele fizesse isso. Ele trabalhou o domingo todo empurrando carrinho de bebida atrás do trio e depois viu essa foto, pois ela o fazia de otário”, disse a sobrinha que vai detalhar esse caso nesta entrevista.

Medida protetiva

A Reportagem apurou que havia contra Jairo uma medida protetiva que deveria mantê-lo afastado dessa mulher, uma vez que ele já havia dado uma surra nela e colocado fogo na residência, há algum tempo e havia saído da cidade, indo residir em outro estado. No entanto, a sobrinha de Jairo afirma que essa surra teria sido porque ele descobriu que a mulher havia o traído quando esteve em Belo Horizonte. Jairo teria visto no celular dela uma foto dela em uma banheira de motel e lido algumas mensagens muito comprometedoras. “Aquela p… que você colocou na minha boca, eu vou colocar na boca daquele otário”, citou uma das mensagens. Jairo e essa mulher estavam há seis anos entre paixões e separações. “Ele descobriu a primeira traição dela”.

Contou a sobrinha que o tio ficou no Rio e recomeçou a vida dele lá, onde estava trabalhando de carteira assinada até dezembro de 2015, e foi quando ele pediu uma licença para vir para Piúma alegando que iria vir resolver problemas pessoais na família. Ele chegou a Piúma no dia 28/12. “Eles tinham um relacionamento, onde ela ligava e ele depositava dinheiro para ela, na esperança deles voltarem”.

 

O sofá e a foto

 

O pivô de tudo teria sido uma foto feita em um sofá que Jairo teria dado de presente a essa mulher.  “Ele teria comprado um sofá, me contou que pagou quase R$ 2.000.00 e pagou à vista. Eles fizeram uma selfie do vereador sentado nesse sofá que foi basicamente o que motivou a ira dele e cometer o ato no dia. Ele abriu o Facebook e viu o vereador sentado no sofá com a mulher dele, no sofá que ele pagou à vista e deu de presente”.

A Reportagem apurou que Jairo já tinha ameaçado o vereador antes, pedindo que ele se afastasse da tal mulher. “Ele já desconfiava do relacionamento dos dois. Ele achava estranho o vereador estar sempre com ela, ele sempre a cercava. Ela alega que o vereador era um amigo de longa data, mas como pode, se nem ela tinha longa data em Piúma. Meu tio começou a desconfiar dessa amizade e passou a prestar mais atenção”.

O alvará

jairo

Jairo, mesmo morando no Rio e havendo uma medida protetiva contra ele, conseguiu um alvará para trabalhar como ambulante na praia. Ele, e ela, uma barraca na Praça. Informações do chefe da Fiscalização Municipal, Anderson Húngaro dão conta de que, quem foi pegar o alvará para Jairo teria sido essa mulher, que, conseguiu através do Jackson, a liberação para a barraca dela, na Praça Dona Carmem, mesmo sendo uma barraca que ia contra os princípios da municipalidade. Jackson não gostou de ser advertido pela fiscalização e apelou para o prefeito liberar a tal barraca.

Nessa barraca, segundo Anderson, Jairo dormia, tomando conta das coisas dessa mulher. “Me informaram que ele estava dormindo dentro da barraca, eu fui lá e mandei ele sair. Ele ficou indignado e quis brigar comigo, mas ele tomava conta das coisas dela. Achei estranho quando ela foi pegar o alvará para ele, já que havia uma medida protetiva, mas entreguei assim mesmo, ela disse que estava pegando para ele, porque ele estava fora”, contou Anderson.

A sobrinha de Jairo disse que, enquanto Jairo ficava na barraca, ela dormia com o vereador na casa deles. “Ele dormia na barraca para vigiar a mercadoria e ela deitava e rolava com o vereador em casa, não na casa dela, praticamente na casa do meu tio”.

O momento do crime

“Eu creio que ele ‘perdeu a cabeça’ foi quando viu a foto no face (foto foi excluída depois do ocorrido) e avistou Jackson seguindo a mulher na saída da Tenda Cultural. Meu tio já havia visto a foto no Facebook. Enquanto o vereador estava indo embora com ela, foi o momento que ele abordou os dois e falou: “você não vai c… a minha mulher mais uma vez’ e deu as facadas”.

 

Jackson assassinado, seu tio preso, e agora?

“A nossa família profundamente justiça para a família do vereador e para a nossa também. Neste momento quem está sofrendo somos nós familiares. Sabemos que meu tio cometeu um crime, não queremos que ele seja inocentado, queremos que ele pague. Esperamos que um advogado o acompanhe nessa jornada que ele vai enfrentar agora. Não queremos o esquecimento, não queremos que ele seja só um preto, pobre, ferrado e chifrudo que fique esquecido em um cárcere, que o tranquem lá e joguem a chave fora. Temos consciência do que ele fez e que foi abominável, que pague por isso, mas que pague com justiça. Que a justiça valha para ele e para ela. Supostamente, ela foi quem ocasionou isso tudo, pois sabia o risco que estava expondo as pessoas quando decidiu fazer esse jogo, essa roleta russa, ela tem que arcar com isso também. Ela sabia que estava vivendo um triangulo amoroso”.

A Reportagem não conseguiu contato com a mulher, que segundo informações recebidas está em Marataízes. O espaço fica aberto para que ela dê a versão dela sobre as informações da sobrinha de Jairo e sobre o caso.

 

 

 

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