Aos técnicos vem mais penalidades

Primeiro é o remanejamento dos cinco técnicos para a Estratégias de Saúde, depois a sindicância, e posteriormente um processo administrativo disciplinar

A Reportagem conversou na tarde desta quarta-feira, 15, com a secretária de Municipal de Saúde de Piúma, Ana Luíza Ferreira Mathias e ela, afirmou que, o remanejamento dos cinco técnicos de enfermagem do hospital é só o começo. Vem chumbo grosso pela frente. Já determinou abertura de um processo administrativo disciplinar, quer uma sindicância para apurar os fatos e vai dar um basta na situação que chegou ao limite no hospital.

De acordo com Ana Luíza, no dia 08 de novembro faltou um técnico de enfermagem na enfermaria e a enfermeira responsável pelo plantão Franquilene Dias N. Franco solicitou aos cinco técnicos efetivos que estavam no plantão que um deles subisse para atender os seis pacientes que estavam internados. Nenhum deles atendeu à solicitação. Disse ainda que, não satisfeitos com a recusa, ainda tentaram impedir que uma subisse, se colocando na escada atrapalhando juntos a passagem. A situação acabou gerando o remanejamento deles para unidades de saúde nos bairros. Exceto um que foi remanejado para atender pacientes domiciliares com curativos.

A secretária ressaltou que a equipe do dia 08 fez uma omissão de socorro, foi negligente a seis pacientes e esse é o motivo do remanejamento. “Essa equipe fez omissão de socorro a seis pacientes que estavam internados na enfermaria. O primeiro passo é remanejamento, depois terão as providências cabíveis que a secretaria tem que tomar, é obrigação nossa averiguar os fatos, o próximo passo é uma comissão ouvir cada um dos técnicos, eles não obedeceram a hierarquia naquele momento e a comissão existe por decreto municipal e vai fazer um apurar os fatos”, disse.

 

Negligência

 

Ana Luíza frisou que a enfermeira do hospital solicitou que um deles fossem substituir o técnico ausente, mas ninguém atendeu. “Um a um foi se negando e ainda teve uma pequena manifestação. Eles se juntaram e se uniram para não deixar ninguém subir, o que quis subir, disseram: você não vai subir não. Teve um início de motim. Eles omitiram socorro”.

 

Coren

 

Oportunamente, a secretária justificou o remanejamento dos técnicos com base em um parecer do Coren – Conselho Regional de Enfermagem. O remanejamento de pessoal de enfermagem visa atender as necessidades do serviço de que seja garantida a continuidade da assistência prestada. De acordo com o decreto nº 94.406/87 (regulamenta a lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências), o enfermeiro é o profissional responsável pela definição de ações de enfermagem que possibilitem esta continuidade. “Enquanto gestora eu tenho autonomia para colocar o servidor onde ele tenha perfil e tenha necessidade, eu posso remanejar com ou sem problema. Esse primeiro passo é só para darmos andamento, para não acontecer de novo, eles omitiram socorro. A enfermeira de plantão disse que haviam dois pacientes vomitando, às vezes poderia estar com dor e precisava de um remédio, mesmo que não estivessem em risco, eles foram negligentes com a profissão deles”.

 

Consórcio

 

Sobre o Consórcio está tomando conta do hospital, a secretária disse que a sápida dos efetivos se dá por razões semelhantes, o número elevado de faltas. “Teve uma técnica que de junho a outubro somou mais de 30 faltas, essa foi a primeira que remanejei, se ela falta no PSF um enfermeiro pode substituir, é mais fácil do que no hospital. Eles estão sendo remanejados por negligência deles no trabalho. Tivemos três que foram remanejados pelo mesmo motivo. Há três meses entre faltas e atestados somaram 65, que dá uma média de mais de duas faltas por dia. Eu não tenho mais como sustentar essa situação, tive que tomar uma atitude, eu não tive outro jeito, por mais que eu também seja servidora efetiva, também entrei pela porta da frente, mas infelizmente eu não tenho mais como segurar essa situação, muitas faltas”.

Finalizou a entrevista a secretária ressaltando que o remanejamento é o primeiro passo, o próximo é a sindicância e paralelo a isso, o processo administrativo. “Se for comprovado que eles negaram socorro vai para outro passo”.

O ponto começa a funcionar a partir desta quinta-feira, 16 e o problema de faltas e horários tende a ser resolvido, a priori, se não for feito um dedo de silicone que substitua, como já ocorreu em algum hospital nesse país.

 

Relatório da Enfermeira

 

De acordo com o relatório elaborado pela enfermeira RT Franquilene cinco técnicos que estavam de plantão na noite do dia 08  se negaram a obedecer a ordem da enfermeira Diana Mocelin Cardoso, a qual solicitou o remanejamento para o setor de enfermaria, porém um a um foi recusando. Setor este na qual havia seis pacientes internados e que necessitavam de cuidados. Cabe mencionar que nenhum dos cinco propôs-se a ir, 03 recusaram no ato e outro discursava; “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, foi ouvido por todos os citados, inclusive por uma técnica do RX. Porém, às 21h00 a gerente do consórcio, conseguiu uma prestadora e então houve o remanejamento…

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Ana Luiza/ Luciana Maximo

Legenda: A secretária de Saúde Ana Luiza foi enfática, disse que os técnicos foram omissos e negligentes

 

 

 

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