ATENÇÃO BÁSICA DEVE SER O FOCO DOS GESTORES

Na saúde são muitos os desafios, são poucos os recursos e são muitas as dificuldades, mas os gestores devem buscar caminhos e formas para que a Secretaria de Saúde não se transforme na Secretaria da Doença, pois é isso que na prática vivemos, os gestores acabam dedicando quase que integralmente seu tempo para buscar caminhos, muitas vezes na base do jeitinho e do favor, para sanar as demandas dos usuários do dia a dia, e desta forma, pouco sobra de seu tempo para planejar e realmente produzir programas de promoção à saúde.

Não necessitamos inventar, basta copiar as ações exitosas daqueles que já conseguiram, a saúde não é uma matéria exata, mas existem formulas que dão certo, salvando as proporcionalidades de cada região e de cada realidade, um bom exemplo são os municípios que investiram seus recursos e o tempo de seus gestores no fortalecimento da atenção básica, e hoje possuem indicadores de excelência e vêm seus índices de pacientes crônicos cada vez menores, para isso o gestor deve garantir equipes completas e motivadas nas unidades de saúde, assim como estrutura e condições de trabalho para que os servidores possam desempenhar com dignidade sua atividade. Venhamos e convenhamos, essa fama de que servidor público não trabalha é mito, pois o servidor público, em sua maioria, tem orgulho do que faz e quer fazer cada vez melhor! O que precisamos são gestores capacitados e vontade política!

Muitas vezes os gestores cobram e cobram, mas como cobrar se a unidade não possui materiais básicos, carro, telefone, internet, e muitas vezes nem profissionais, e nos deparamos com unidades de saúde precarizadas e equipes desmotivadas?

Muitas Unidades invés de promover saúde funcionam como verdadeiros ambulatórios, cuja única função é a do encaminhamento para outro serviço, causando o congestionamento dos serviços de referências que não suportam toda demanda, e na minha visão isso não é culpa de um ou outro profissional, mas sim do sistema falido e precário que possuímos, um mundo de faz de conta, com inversão dos direitos constitucionais e a banalização do cuidado com o ser humano, que são esquecidos nas filas de espera de exames, consultas e cirurgias por anos, e nada disso aconteceria se houvesse um movimento organizado e planejado de investimentos maciços na atenção básica e nas equipes, pois até minha avó sem nenhum estudo dizia “é melhor prevenir do que remediar”. Fica então a dica, o investimento na promoção da saúde e nos programas de prevenção é o melhor caminho para o êxito da saúde e o bem da população. (Deivis Guimarães, gestor público e especialista em sistema de regulação)

 

 

 

 

 

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