Câmara de Anchieta realiza Sessão Solene

A noite de terça-feira, 14 foi diferente na Casa de Leis de Anchieta. Tambores ecoaram na homenagem ao Mestre Valentim e outros negros presentes na sessão.

 

A Câmara de Anchieta realizou uma Sessão Solene dedicada à Consciência Negra, realizada na noite desta terça-feira (14), no Plenário “Urias Simões dos Santos”. O homenageado da noite foi Valentim Manoel dos Santos, popularmente conhecido como Mestre Valentim, da comunidade de São Mateus, além de prestar outras homenagens com capoeira, jongo e palestras.

O presidente da Casa, vereador Tássio Brunoro, passou a presidência da referida sessão para o vereador Geovane Meneguelle, conforme prevê o artigo 3º, parágrafo 1º, da Resolução Nº 11, de 21 de junho de 2017, onde diz que a condução da Sessão será feita, preferencialmente, por um vereador negro ou descendente de negros. A escolha de Meneguelle foi feita durante a sessão ordinária, realizada anteriormente. “Tem como prioridade e objetivo de fazermos uma reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano para nosso país, que ajudaram a construir esse país, que é muito rico. Essa semana, dedicada ao negro, é um momento usarmos dessa reflexão para passarmos a valorizar mais esse povo, além de comemorar as conquistas e vitórias dos negros”, disse Meneguelle.

A Associação de Capoeira e Desporto de Anchieta (Acada) fez uma homenagem a Zumbi dos Palmares, liderada pelo mestre “Negão da Capoeira”. O tradicional grupo, denominado Libertação, atua no município há mais de 15 anos.

Em Anchieta, além do grupo “Tambores de São Mateus”, existe o jongo “São Benedito Sol e Lua”, que também mantém viva essa manifestação popular desde a época do período colonial do Espírito Santo, quando Anchieta era o centro de embarque e desembarque de mercadorias e pessoas.

O vereador Professor Robinho, proponente da Resolução que instituiu a Sessão Solene, falou acerca da data, que representa a luta pela liberdade de um povo. “Estou feliz e agradecido por esse momento tão especial e histórico na cidade de Anchieta. A maioria da nossa população é negra, porém temos algumas discrepâncias, como renda per capita, taxa de desemprego, entre outros. Reflitamos sobre a luta contínua do cidadão negro na conquista por um espaço de direito na sociedade, por igualdade e justiça num país regido pela democracia. Conclamamos por políticas públicas sobre a importância do negro, pois sabemos que no passado foram cometidas algumas atrocidades, omissões de direito. Que a reflexão permaneça durante todo o ano e não apenas no mês de novembro”, disse.

A Comenda Mestre Camilo foi outorgada ao cidadão que presta, ou tenha prestado, relevantes serviços à comunidade negra de Anchieta, promovendo a cultura da igualdade racial, o respeito à diversidade religiosa e o combate ao racismo, preconceito e à discriminação racial. O homenageado da noite, Mestre Valentim, foi representado por Conceição de Matos Mendes.

Aconteceram ainda três palestras em comemoração à data, com temas que inspiram momentos de reflexão e conscientização sobre a importância da cultura negra:

 

– Palestra: “A tradição negra de Anchieta” – ministrada pelo Professor Jefferson,

 

– Palestra: “A evolução das leis que garantem direitos aos negros desde a proibição do tráfico negreiro até a política de promoção da igualdade racial” – ministrada Professor Amaral e,

 

– Palestra: “O jongo mirim no contexto educacional” – ministrada pela Professora Eira Crisney Zuqui, que também apresentou uma roda de jongo com a participação de integrantes de outros grupos de jongo de Anchieta.

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