EDITORIAL: os perdedores e seus erros

Metaforizando, a política é um jogo de futebol, lembrando que a metáfora é uma figura de linguagem que faz afirmações, possibilitando uma comparação direta entre um termo e outro. Política x futebol. O primeiro caso tem torcida, musiquinhas, fogos na vitória, campanha e patrocínios. Só não tem medalhas, nem troféus, como o segundo. Em contraproposta, tem um diploma que dá ao vencedor um título e uma caneta superpoderosa.

E como no futebol, a política tem vencedores e derrotados, quem vence e quem perde. Muitas das vezes, a população acredita que vence o melhor, vence o mais bem preparado, vence o que apresenta melhor time. E que perde quem Deus não teria aprovado. Não é bem assim na política… Política depende muito mais de alianças, articulações de bastidores, coligações e dinheiro, do que projetos, propostas, demandas que venham, de fato, ao encontro dos interesses do coletivo.

Em Anchieta, o prefeito Marcos Vinicius Doelinger Assad cometeu falhas irreparáveis, não articulou bem com o grupo, perdeu importantes aliados, se preocupou com o trabalho. Fez por Anchieta o que nenhum prefeito fez ao longo da sua história, foi quem mais investiu no social, mais de 3 mil famílias foram beneficiadas diretamente com reforma de casas, construiu novas casas, ofereceu materiais de construção e móveis. Marquinhos criou o tíquete-feira, fez mais rede de esgoto do que todos os prefeitos juntos. Nunca mais as comunidades de Limeira e Jabaquara vão sofrer com enchentes. O homem do campo foi literalmente abraçado pela sua gestão. Mas, nada disso deu a ele o reconhecimento nas urnas. O povo de Anchieta foi comovido pela morte de Edival Petri, um ídolo. Já seu filho, o jovem Fabrício Petri, abraçou os vereadores que não ficaram com Marquinhos. Por que não ficaram, por que não o apoiaram? Essa é uma discussão que ficará sem respostas. Fabrício Petri é o prefeito de Anchieta eleito para 2017/2020. Enfim, Marquinhos perdeu com a máquina na mão, historicamente, por uma votação surpreendente na ‘Terra do Santo José de Anchieta’.

Em Piúma, a arrogância do prefeito Samuel Zuqui o derrotou. A perseguição e o terrorismo fez com que o povo desse ‘uma lapada’ nele nas urnas. Samuel continua articulando, pois é um bom jogador, embora, cansado de tantas jogadas que não deram resultados, como: calçamentos parados, lixo e entulhos pelas ruas da cidade, a orla que só recebe areia, postos inaugurados e vazios, portais sem utilização, lixo hospitalar que ficou por 10 meses fedendo nos postos e no hospital e as casinhas populares, que não resolve politicamente. “Né verdade”?

Em Itapemirim, Norma Ayub levou mais que “pau na cara” – gíria de Piúma-, mas por quê? Porque talvez o povo não queira mais o modelo Ferraço e tenha se cansado do velho. A aposta na justiça para tirar Luciano da disputa não deu votos. Lá, foram mais de 15 mil para o lado do médico, que é sempre simpático e sorridente, que abraça a todos, na dor e na alegria.

Em Marataízes, quem perdeu mesmo foi Dr. Jander que, ao apoiar Marco Vivácqua, esqueceu que a sua imagem já está desgastada demais e acabou naufragando a candidatura do tripulante (nem tanto) de Marataízes. Toninho, já teve seu tempo de glória, mas se perdeu em meio a tantas decisões judiciais. Marataízes gosta mesmo é do gingado do Tininho. “Lagoa Dantas, Lagoa do Siri, Jacarandá, Barra do Itapemirim, Cidade Nova, Acapulco, Areia Preta, Boa Vista do Sul, Brejo dos Patos também votaram em Tininho”.

Em Kennedy, o homem bom para o povo se perdeu com as sobrinhas que fizeram da rede social um palco para difamar famílias. Se embrenhou por um discurso ultrapassado de dobrar o número de cestas básicas e tentou difamar a ‘menina’ que acabou com a poeira nas comunidades, que pintou de preto as estradas do interior com asfalto, que pegou no colo os professores e a eles ofertou melhores escolas, capacitação e uma graninha a mais no bolso. Reginaldo Quinta deve mesmo voltar às roças, ou quem sabe viajar para Paragominas e, de preferência, que leve Geovana e Maurília na carroceria de seu Fiat Strada cinza.

Em Iconha, deu ruim mesmo para Gedson Paulino que trouxe a cor vermelha do PT entranhada na sua campanha. Marquinhos da Padaria foi com muita sede ao pote. João acabou sendo bem avaliado pela população que devolveu a ele a reeleição.

Como num jogo de futebol, a derrota no final do campeonato amarga, mas é bom saber que sempre terá uma nova competição.

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