“Escola deve ser parceira da família”, diz especialista em Gestão

É preciso romper o cordão umbilical com o filho na escola, quem comanda é o professor, não a mãe.

Vai começar o chororô, muitas crianças que vão para a escola pela primeira vez vão arrancar lágrimas das mães no portão. A dica é deixar a escola receber o aluno e fazer o trabalho dela.

As crianças estão ansiosas para conhecer a nova escola  onde irá conviver com outros amiguinhos da mesma idade. Não tem a menor noção do que é o processo ensino-aprendizagem, muito menos, qual é o papel da escola, tem uns que ainda nem sabem pronunciar a palavra escola, como a pequena Agatha Filipino da Silva, dois anos, que está matriculada no maternal na Creche Liane Quinta, em Marobá, esse será o segundo ano dela. “Lu, eu vou pra STOLA…”

Quantas pequenas Agathas e Jorges estão ansiosos pedindo mochilas de Homem Aranha, Ben 10, Pepa, das Princesas, Frozen e outras coisitas… Outro dia a Agatha pediu para dormir cedo que queria ir logo ver a tia Gil, Fernanda e Michele e reencontrar a amiguinha Valentina. Para ela voltar à escola é muito importante. Mas sequer tem noção do que é a realidade.

O Jornal conversou com a professora Érica Viqueti Games, formada em Letras com pós em Gestão Escolar, e ex-professora do Senai por 11 anos. Érica deu algumas dicas aos professores e pais que estarão recebendo alunos pela primeira vez na escola. “Receber bem os alunos fazendo um contato de parceria, mostrando que a escola esta ali para auxiliá-los. Desde cedo chamar os pais para uma parceria escola e família. Fazer um acolhimento agradável mostrando que aprender também pode ser divertido, orientou.

Para Érica, as crianças que estão entrando pela primeira vez, o ambiente pode ser assustador, vem junto o sentimento de abandono porque estão indo para um local novo, onde eles não conhecem ninguém. Nessa fase de adaptação e importantíssimo que a escola mostre através dessa acolhida o quanto pode ser encantadora e “legal”. O trabalho deve ser conjunto escola e família que deve trabalhar com os filhos que ele não será abandonado e que irá conhecer novas pessoas e aprender coisas novas.

A professora afirma que esse é o momento de fazer acordos. “E o período de acordar com a turma os combinados as regras da escola, regras de convivência, inclusive com a família”.

 

Pais chorando não é bom

 

Sabe aquela mãe coruja que fica pendurada nas grades da escola vigiando o filho na sala de aula e pronta para adentrar de qualquer maneira ao ouvir o choro que vem de dentro. É preciso se conter e deixar que o professor trabalhe e conquiste aos poucos. “É um momento difícil tanto para família, quanto para as crianças, não é o ideal que os alunos vejam os pais chorando, isso os deixa ainda mais inseguros e para esses fatores existe o período de adaptação”. A Escola está preparada para receber as crianças, os pais não devem se preocupar e o excesso de zelo pode ser prejudicial, acrescenta Érica. “Quanto mais a criança ver o sofrimento dos pais, ela terá a percepção equivocada da escola como algo ruim”, pontuou Érica.

A parceria Escola e Família é fundamental, a família educa os filhos para irem à escola e a escola recebe os alunos para passar os conhecimentos que auxiliarão na formação do futuro cidadão, do futuro profissional. O respeito, o caráter, o senso de responsabilidade, isso o aluno deve trazer de casa, a escola complementa a formação. As pessoas confundem a educação de berço (que vem de casa), com a educação escolar. Elas têm função distintas e se completam, por isso e importante a parceria família e escola”.

 

Birra

 

Beicinhos, choros, pirraça para chamar atenção a qualquer custo não vale na escola. E nesse sentido Érica deixa um conselho. “Nós, seres humanos queremos ter nossas vontades satisfeitas, assim também é a criança, a birra é a manifestação de ter os desejos satisfeitos. O ideal e não ceder, mostrar a ela que agora ela terá que conviver com outros. É o trabalho de socialização que a escola desenvolve. Mas a família deve trabalhar isso também evitando ceder desejos após a birra e até ignorar se preciso ( parece algo ruim), mas ajuda a perceber que ela não terá o que quer na marra”.

 

 

Erica Viqueti
Especialista em Gestão Escolar
28 999316128

 

Foto: Érica/ ARQUIVO PESSOAL

LEGENDA: A especialista em Gestão Escolar Érica Viquete dá algumas dicas para a volta as aulas

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