Ex-vereador de Mimoso acusado de mandar matar o cunhado vai a júri

José Jardel Astolpho vai a júri popular segunda-feira, no Fórum de Vila Velha, ele é acusado de mandar matar o empresário Sebastião Carlos de Oliveira Filho há 9 anos

 

Com informações Gazeta Online

 

Uma luta que perdura por nove anos e a família não vê a hora de ver o acusado de mandar matar o empresário atrás das grades. Segunda-feira, 13, o júri popular pode mudar os rumos dessa história que marcou a família do empresário Sebastião Carlos de Oliveira Filho.

O ex-vereador de Mimoso do Sul, José Jardel Astolpfo é acusado de mandar matar o cunhado, Sebastião Carlos. O crime ocorreu no dia 16 de julho de 2008. O caso vai à júri popular e o ex-vereador apontado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) como mandante do assassinato.

De acordo com a denúncia do MP, o assassinato foi supostamente motivado por uma dívida de R$ 260 mil envolvendo a prefeitura e o posto de gasolina, negócio em que vítima e acusado eram sócios. Antes de ser assassinado, Sebastião Carlos desfez a sociedade e abriu uma marmoraria. Porém, estaria fazendo constantes cobranças ao vereador, que já teria recebido o pagamento e não havia repassado sua parte.

Um policial militar e um civil teriam arquitetado o crime e os executores, Jocimar Marques e Marcos Henrique Muniz Coutinho, foram julgados e condenados a 19 anos de prisão. Após a condenação, Marcos confessou que José Jardel Astolpho foi o mandante do crime.

“Em 2010, ele permaneceu preso por 30 dias. Hoje, está em liberdade provisória, morando em Mimoso do Sul. Esperamos que segunda ele que seja condenado. As provas estão robustas e claras. Vamos pedir pela prisão imediata, que saia preso de lá”, afirmou o advogado da família da vítima, Nelson Moreira Júnior.

De acordo com um sobrinho da vítima H.V que vai acompanhar o júri na segunda, tudo que a família espera é que justiça seja feita. “Vamos sair daqui em um micro-ônibus que a família contratou, esse caso teve muita repercussão aqui no sul do ES, foi uma tocaia, um crime bárbaro, um assassinato covarde que o cunhado empreendeu contra ele. Nós estamos nessa luta a nove anos e agora chegou a hora da gente tentar virar essa página. Ele tem que ser condenado e pagar por esse crime”, disse.

O júri será no dia 13 de novembro, a partir das 9 horas, em Vila Velha. A Justiça acatou o pedido do MPES, que solicitou transferência do júri. Segundo o órgão, foi necessário diante de denúncias de ameaças praticadas pelo vereador contra testemunhas e jurados.

FAMÍLIA ESPERA POR JUSTIÇA

Vi meu herói morrer. Isso me marcou para o resto da vida

Myrella, filha de Sebastião

No dia 16 de julho de 2008, por volta das 6h30, Sebastião Carlos de Oliveira Filho estava no portão de casa, no Centro de Mimoso do Sul. Ele havia acabado de entrar no carro quando recebeu seis tiros e morreu no local.

Dois homens estavam em um carro ao lado da casa do empresário. Um deles fez os disparos e os dois fugiram em seguida. A mulher da vítima, Hélia Salvador e a filha Myrella Salvador Perciano de Oliveira, que na época tinha apenas 10 anos, estavam em casa quando o crime aconteceu. Cenas que a família jamais vai esquecer.

“Estava no quarto. Ouvi todo o barulho e vi meu pai morrendo. Vi meu herói morrer. Isso me marcou para o resto da vida, pois era muito apegada a ele. Minha irmã mora em Vitória e eu continuo aqui, morando na mesma casa. As pessoas dizem que vivo muito no passado, mas é muito triste. Ele me faz muita falta”, diz Myrella Salvador Perciano.

Para ela, a data é um momento é de Justiça. “Foram 9 anos muito difíceis para nossa família. Este momento está sendo de alívio, pois o júri foi marcado outras vezes e era adiado. Queremos mostrar quem tirou a vida de meu pai. Sei que se for preso ou não, não vai trazê-lo de volta, mas queremos Justiça”, diz emocionada a filha mais nova de Sebastião, Myrella Salvador Perciano.

A reportagem entrou em contato com os advogados de defesa de José Jardel Astolpho, mas, até a publicação da matéria, não obteve retorno.

 

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