FEMINICÍDIO- Novela & Vida real

Abrimos esse editorial com base no artigo, “A violência doméstica representada na telenovela A regra do jogo” de BACCEGA, Maria Aparecida; ABRAÃO, MARIA Amélia Paiva.

No artigo, as autoras defendem a novela no horário nobre da Globo como um bom exemplo de difundir o debate sobre o tema, uma vez que a televisão atinge pelo menos 96,7% de todo o Brasil. É a emissora com a maior cobertura dentro do país. O horário de maior audiência na Rede Globo é o noturno, entre às 18h e às 24h, período em que são transmitidas a maioria de suas telenovelas e telejornais. A telenovela se faz muito presente no cotidiano do brasileiro e da brasileira — mais de 60% de seus telespectadores são mulheres — o “nível de detalhamento do cotidiano se revela nas extensas cenas de representação das refeições em família, nos longos percursos de resoluções de conflitos dos mais variados”, fazendo com que esses receptores se apropriem das mensagens a partir de suas práticas. E nesse diálogo com o cotidiano são abordados os mais diversos temas, inclusive aqueles que necessitam de um olhar mais atento por parte da sociedade, com o objetivo de chamar a atenção para algum assunto que requeira mudanças, que ainda estejam apenas nos implícitos das conversas”.

Com o tema da violência contra a mulher tão presente nos lares brasileiros, a novela acaba tocando as famílias, mesmo sendo uma narrativa de ficção, a realidade não é tão diferente, pode até ter menos fantasia. Mas é um instrumento de discussão nos lares, salões de beleza, bares, salas de aula…

A título de exemplo, a nova novela O outro lado do Paraíso, narra a trajetória de Clara (Bianca Bin), que vive com o avô Josafá (Lima Duarte), no Jalapão, paradisíaca região de Tocantins. Sua vida sofre uma grande transformação quando se apaixona por Gael (Sergio Guizé), herdeiro de uma família de Palmas e cujo ciúme doentio logo vai transformar o amor em tortura. A violência doméstica é foco da trama.

O jornal Espírito Santo Notícias traz nessa edição o tema feminicídio, não para recontar os últimos casos que chocaram o ES, mas como um alerta as mulheres que estão como Clara sofrendo caladas e com medo. O jornal quer discutir o tema, quer promover o debate e quer dizer as vítimas da violência doméstica que o feminicídio é o ponto final e que há saída, para não ser a próxima vítima, é a coragem e determinação, assim Maria narrou ao jornal parte de suas memórias negras quando viveu o inferno ao lado do marido com quem viveu 16 anos.

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