Funcionários da Samarco protestam contra paralisação e demissões

A paralisação da mineradora já causou mais de 2 mil demissões indiretas em empresas contratadas e calcula-se que cerca de 1200 trabalhadores estão para ser demitidos na própria Samarco no próximo mês

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Após seis meses paralisada, a Samarco está em negociação para voltar a funcionar, entretanto, apenas com 60% da capacidade o que torna necessária a adequação do quadro de funcionários à essa nova realidade.

Ainda não se sabe quando a empresa voltará a funcionar e o layoff, regime de suspensão temporária termina dia 25 de junho.

Na manhã de ontem, 23 de maio, foi realizado um protesto em frente a sede da empresa em Ubu, Anchieta. Os funcionários paralisaram a Rodovia do Sol por aproximadamente duas horas reivindicando a volta das atividades da empresa que, em negociação com os sindicatos ameaça demitir cerca de 40% dos funcionários do quadro atual.

Segundo os organizadores do protesto, uma nova manifestação está agendada para o próximo dia 25, à partir das 7:00 da manhã, na Praça do Papa de onde seguirão até a sede da Assembleia Legislativa do ES para uma reunião com a a Comissão dos Direitos Humanos.

 

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“Estamos fechando a Rodovia do Sol para buscar uma luz no fim do túnel para que a Samarco volte a funcionar. Sabemos que as dificuldades são muitas devido a gravidade do acidente que ocorreu em Mariana, mas nós não podemos mais esperar porque a empresa já sinalizou que após o término do layoff haverão demissões. A partir do dia 1º de julho, segundo a própria Samarco em reunião com o Sindicato, haverão no mínimo 1200 demissões. Os nossos governantes não fazem nada, eles cruzaram os braços e nos deixaram a mercê desta situação. Já foram demitidos quase 2 mil funcionários de empresas terceirizadas que são os chamados empregos indiretos. Nós não podemos mais esperar porque cada emprego perdido é uma família inteira, estamos falando de um funcionário com esposa e filhos”, ressaltou Fabio Ribeiro, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal) e funcionário da Samarco há 29 anos.

“Nós resolvemos fechar a Rodovia do Sol em protesto pelo fato de que os Órgãos Públicos não tomam uma posição em favor da Samarco e muito menos dos funcionários que serão demitidos a partir do próximo mês. Esta é uma manifestação pacífica para tentar chamar a atenção das autoridades para a nossa causa. Já foram anunciadas em torno de 1200 demissões, cerca de 40% do nosso quadro. Esta é a nossa primeira manifestação e haverão outras”, desabafou um funcionário da Samarco que não quis se identificar.

“Estamos atendendo a uma solicitação do sindicato com o intuito de chamar a atenção para a nossa situação. A Samarco está em uma situação muito delicada e o fechamento da empresa pode se tornar definitivo a qualquer momento e vão haver demissões de aproximadamente 1200 funcionários entre Anchieta, Germano e Belo Horizonte. Precisamos que os políticos ajudem a reabertura da empresa para garantir os empregos e a reabertura da empresa”, afirmou outro funcionário que também não quis se identificar.

NOTA DA SAMARCO

Em nota, a Samarco informou que desde o acidente com a barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, a Samarco vem mantendo constante diálogo com os Sindicatos para alinhamento sobre a indefinição da retomada das operações da empresa e a situação dos empregados.

Em linha com essa atuação, a convite dos Sindicatos, a Samarco se reuniu no dia 19 de maio, em Belo Horizonte, com o Metabase (Minas Gerais) e o Sindimetal (Espírito Santo) para iniciar a discussão sobre o término do layoff, previsto para o dia 25 de junho.

Nos últimos meses, a Samarco tem realizado estudos para avaliar possibilidades de retorno das suas atividades, o que tem sido devidamente acompanhado pelos órgãos competentes. No momento, os estudos indicam que, quando as operações forem retomadas, a Samarco irá operar com apenas 60% de sua capacidade, o que torna fundamental que a empresa adeque sua estrutura a essa nova realidade.

Na reunião com os Sindicatos, o contexto das operações foi abordado, assim como o término do 2º período do layoff e a consequente necessidade de redução do quadro próprio de empregados.

Esta medida, extremamente difícil, porém necessária, está sendo considerada após inúmeros esforços feitos pela empresa para manter os empregos diretos de suas unidades e escritórios.

Quais sejam:

– Concessão de licença remunerada (de 10/11/15 a 29/11/15);

– Adoção de férias coletivas (de 30/11/15 a 29/12/15);

– 2ª período de licença remunerada (de 4/1/16 a 10/1/16);

– 1ª período do layoff (de 25/1/16 a 25/4/16);

– 2ª período do layoff (de 25/4/16 a 25/6/16).

 

A Samarco informa que ainda não existe uma definição sobre o formato de redução que será adotado pela empresa. Na reunião, os Sindicatos apresentaram uma proposta de Programa de Demissões Voluntárias, que será estudada pela empresa.

 

 

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