Itapemirim investe mais de R$ 7 milhões em mantas para proteger até galinheiro

A ousadia e os descasos da administração do prefeito de Itapemirim, Luciano de Paiva, não param. Mesmo após ser afastado quatro vezes pela justiça sob acusações de corrupção e formação de quadrilha, Paiva continua cometendo graves erros administrativos que estão lhe rendendo novos processos judiciais. Um dos últimos é referente à contratação de empresa para colocação de mantas em morros e encostas do município. O valor do contrato foi de mais de R$ 7 milhões.
Para contratar a empresa, a prefeitura aderiu a uma Ata de Registro de Preços do município de Cariacica. O grande problema é que a ata prevê a contratação de 75 mil m² de manta. Para se ter uma ideia, se cada manta colocada tiver 9 metros de altura, o que corresponde a um prédio de três andares, daria para esticá-la da entrada do parque de exposições, passando pela Barra de Itapemirim, e terminar em frente a agência dos Correios do Centro de Marataízes. O que daria 8.333 km de manta.
Para conseguir atingir o quantitativo contratado, o que se pode ver em Itapemirim é que até os locais mais improváveis, como pequenos barrancos próximos a galinheiros e currais, estão recebendo o material, que serve apenas para proteger os barrancos e não contê-los em caso de desmoronamento, como explica o engenheiro civil José Santiago.
“Engana-se quem pensa que está seguro por conta da colocação dessas mantas em barrancos. Se eles tiverem de ceder, não será isso que vai segurar. Seria muito melhor, e muito mais barato, colocar grama, como foi feito no bairro Nametala Ayub, ao custo de R$ 12,33/m². em vez disso, o prefeito preferiu investir nas mantas por R$ 72,33/m². Isso é, no mínimo, estranho e merece ser investigado. Estou muito curioso para ver aonde o prefeito vai conseguir colocar tanta manta, pois não há mais o que inventar para gastar todo esse material”.
Em junho deste ano, pelo menos 51 mil m² de manta já haviam sido pagos pela administração, chegando a um adiantamento do contrato de mais de R$ 2 milhões. Ou seja, daria quase para construir um novo hospital Menino Jesus. O caso das mantas de Itapemirim já foi denunciado na justiça e está sob investigação.

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