Manfrini “desce o porrete” na Tribuna, passa óleo de peroba e chama vereadores de quadrilha em Itapemirim

 

A sessão realizada na Câmara de Itapemirim, na noite de quarta-feira, 21, foi marcada por bajulações gratuitas ao prefeito Luciano de Paiva e discursos acalorados da oposição. Quem roubou a cena foi o vereador Manfrini Amaro, que entrou calmo, começou a falar em voz baixa e no final, foi aplaudido pela plateia, ao jogar óleo de peroba na Tribuna e chamar de organização criminosa a Casa de Leis e o prefeito liderar a suposta organização criminosa

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O vereador Manfrini Amaro, PROS, de Itapemirim quarta-feira, na Câmara Municipal desceu “o porrete” nos pares e no prefeito, adjetivando-os de quadrilha criminosa. Como se isso não bastasse, ele levou com ele até a Mesa Diretora, onde é secretário, um vidro de óleo de peroba, no final do discurso, despejou o líquido na Tribuna e passou a flanela, e finalizou: “Haja óleo para tanta cara de pau, para tanta falta de vergonha, para tanta falta de escrúpulos com tanta gente conivente”. O discurso foi aplaudido pela plateia. Manfrini foi denunciado na Casa de Leis por quebra de decoro parlamentar por oito vereadores, porque deu uma entrevista ao Espírito Santo Notícias acusando a Câmara de omissa, na época ele afirmou: “Vereador em Itapemirim ou é de enfeite ou capacho do prefeito”. Foi protocolada ontem, abertura de uma Comissão Processante – CP, contra ele. Indignado ele subiu a tribuna e abriu o verbo, disse que se preciso for volta para a roça que é o lugar dele, mas não compactua com organização criminosa.

O vereador começou o discurso citando o agravo regimental impetrado pelo Exmo. Senhor procurador Geral da República, Dr. Rodrigo Janot contra o prefeito de Itapemirim, Dr. Luciano de Paiva Alves. Disse Manfrini que o procurador geral da República ressalta no agravo lamentáveis e vergonhosos crimes praticados contra o erário municipal e a sociedade. “Deixou consignado aquele magistrado para a vergonha das pessoas de bem, que também, se sentem apunhaladas por essa Casa subserviente, omissa e grande parceira em tantos desvios de conduta o envolvimento em delitos contra a administração pública, falsificação documental, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Faltou constar muitas outras ações delituosas, tais como desapropriação a preço de ouro para enriquecimento de terceiros conhecidos, tudo suficiente a corar de vergonha Alcapone em seu túmulo frio”, discursou.

Manfrini estava tomado por uma coragem nunca vista até então, ele afirmou que, não tem medo de ser investigado, pois o que disse ao jornal todos sabem, se for cassado por dizer a verdade, volta para a roça e vai trabalhar, porque não vai compactuar com a Casa de Leis que vem envergonhando o município, com raras exceções.

 

Desvio de conduta

“O que mais me envergonha, é o fato de tudo que foi levado à justiça, ter sido antecipadamente trazido a esta casa omissa ante tantos desvios de conduta pela complacência, pela negligência, pela omissão agora levantada pelo Ministério Público – MP/ Gaeco – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. E cito como exemplo, a CPI nº 840 deitada em berço esplendido desde 2013 e sobre fatos agora deixando sub judice o prefeito Luciano de Paiva Alves, apontado como integrante de uma organização criminosa”, disparou.

Interrogou aos vereadores Manfrini: “Qual a razão do silêncio dessas casas ante conduta de suma gravidade, que afronta aos princípios da moralidade, da transparência, da legalidade e do respeito ao povo de Itapemirim enxovalhado”?

O vereador continuou afirmando que causa estranheza a parceria entre a Câmara e o prefeito: “Causa estranheza essa parceria criminosa, quando também tramita no judiciário processos na aera criminal e cível, envolvendo vereador membro, sem suposto Rachid, quando aqui nada acontece. Causa estranheza a conduta desta Casa ao apunhalar aqueles merecedores de respeito e que nos confiaram”, seguiu.

 

Entrou pelo cano

Se prosperar a Comissão Processante – CP aberta contra a vice-prefeita Viviane Peçanha, o prefeito e os vereadores que o apoiam podem ter entrado pelo cano sem encontrarem uma saída. Eles abriram uma CP para investigar a contratação de um palco para a realização do Confabani. A denúncia protocolada pelo prefeito Luciano de Paiva diz que foi pago R$7.600.00 pelo uso do palanque. Esqueceu-se, o denunciante que, no ano passado ele pagou a mesma empresa Piaçu quatro vezes mais pelo mesmo serviço.

“Causa estranheza, segundo o vereador Manfrini, diante de tantos males e ações criminosas, corre essa Casa apressadamente com processos contra a vice-prefeita como se fosse responsável por todos os males praticados pelo titular Luciano, quando buscava ela limpar o município dos vícios arraigados que resultam em tanta desgraça sobre os menos favorecidos”.

A Câmara de Itapemirim, acaba de abrir a terceira CP contra Viviane Peçanha por ter contratado o palanque para a realização do Confabani por R$7.600.00 com a empresa Piaçu. “Pasmem, quem representou foi Luciano de Paiva, envolvido em tantos crimes e que no ano passado contratou por R$33.250.00 a mesma empresa Piaçu para o mesmo serviço praticando um gasto de quatro vezes maior. E o que fez essa Casa de Leis?”

Finalizou o discurso o vereador: “Haja óleo de peroba para tanta cara de pau, tanta falta de vergonha, tanta falta de escrúpulos com tanta gente conivente”.

Bajulações gratuitas

A Sessão ontem foi regada a discursos calorosos. O prefeito Luciano a convite do vereador Jean Claude esteve na Casa para fazer uma breve prestação de contas. Luciano disse que encontrou a Prefeitura parada, que era preciso dar continuidade aos serviços. Com o mesmo discurso fatídico ele repetia seguidas vezes o que sempre diz. “Saúde, educação é nosso compromisso, amamos o povo de Itapemirim”.

Em seguida, os vereadores usaram a Tribuna para elogiarem Luciano, destaca-se, que, apenas os vereadores que o apoiam. Erasto, com um discurso repleto de agressões a Língua Portuguesa não dizia muita coisa, bajulação gratuita. A vereadora Regina Viana preferiu apenas agredir o vereador João Bechara Neto. Neto por sua vez “descascou” a vereadora, dizendo que apenas se absteve de votar em projeto do Executivo, o que não significa ficar contra, caso a iniciativa seja coerente. Waldemir usou muitas metáforas, mas em suma criticou o vereador Manfrini sobre as acusações relacionadas a Câmara e aos vereadores. Wagner dos Santos Negrini usou a Tribuna também para elogiar Luciano. Leonardo Arantes preferiu o silêncio, está munido de documentos e na hora exata vai “apertar o gatilho”.

Nitidamente, um grupo de mulheres, sentadas na primeira fila estava na Casa de Leis com único intuito de bajular Luciano. Quando o prefeito foi convidado a compor a Mesa, elas gritavam exageradamente: “Prefeito Luciano o melhor! Prefeito que nós amamos, é isso, melhor prefeito de Itapemirim”. Luciano com um sorriso amarelo se direcionava as mulheres com acenos. A bajulação durou até o prefeito se ausentar. No final da fala de Luciano as mulheres se retiraram da Casa de Leis. Ao final da sessão elas seguiram com o secretário de Saúde Alex Wingler, uma das mulheres de braços dados com o secretário.

 

 

 

 

 

 

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