Missa de dois anos de santificação de José de Anchieta e apresentação da Bula assinada pelo Papa Francisco

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O Santuário Nacional de São de Anchieta recebeu devotos de várias partes do estado e do país na manhã de domingo, 03 abriu, para a realização da missa comemorativa aos dois anos de canonização do santo. Oportunamente, houve a apresentação da Bula Papal de Canonização. O documento, enviado do Vaticano e assinado pelo Papa Francisco, insere definitivamente Anchieta no catálogo dos santos da Igreja Católica e permanecerá no Santuário.

Em entrevista ao Espírito Santo Noticias o reitor do santuário, padre César Augusto dos Santos afirmou que a Bula é desfecho de um processo que levou mais de 400 anos. “É um belíssimo documento, produzido em pele de cabra, com letras bordadas, em que Francisco decreta, como sucessor de Pedro, que José de Anchieta tem virtudes que devem ser olhadas por todos os católicos”, afirma o reitor do Santuário, padre César Augusto.

Durante a missa o reitor falou sobre a importância da fé, e assegurou que a mesma se assemelha para muitos como um pisca pisca. “Ascende, tenho fé, apaga,vem a dúvida, era que tenho fé, acende de novo, tenho fé, apaga tem a dúvida, assim é a nossa vida,  a fé não é uma certeza absoluta, porque senão não seria a fé, exatamente aí é que está a nossa grande confiança em Deus, ou seja, eu acredito, não porque eu vi, como Jesus fala no final do evangelho, mas eu  acredito por causa da palavra dele, e Ele está presente na minha vida, no meu coração, Ele me guia, portanto, que no dia a dia da nossa vida, os momentos de luz acesa, os momentos de fé, sejam sempre maiores, em que os momentos aparece que não existe, até chegar como diz São Paulo, no momento temos fé, esperança e caridade, mas no final de tudo será somente a caridade, o amor, porque a fé e a esperança não terão mais necessidade, nós já entramos plenamente na fé de Deus, na luz de Deus”, disse.

Nesse momento, o reitor ressaltou os dois anos que o papa Francisco colocou como santo para o mundo todo José de Anchieta. “Alguém que entrava em nossa terra como jovenzinho, e ele se entregou totalmente a evangelização dos indígenas, dos habitantes daqui. Ele foi tentado de todos os modos possíveis, e ele resistiu, e a fé de Anchieta em Jesus Cristo e a sua confiança na interseção de Maria, exatamente nos momentos mais cruciais da sua vida, ele recorria a nossa senhora, exatamente, ele não foi decepcionado. Ele manteve a fé, ele pode falar, Deus me ouviu, Maria intercedeu e ele morreu aos 60 anos de idade, mas morreu na sua fé e dedicação integra”.

Aproveitou o instante durante a missa para ler um trecho da Bula Papal, em que o papa Francisco coloca sobre Anchieta. “Francisco bispo servos dos servos de Deus, como memorial perene e depois ensinai todas as nações batizando em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinai observar tudo que vos prescrevi, eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”… “Esse é o lema de Anchieta, do missionário. E então o papa Francisco acrescenta” – “Essa missão está sujeita aos fieis e ao Espírito Santo, o beato José de Anchieta, membro da CIA de Jesus dedicou toda sua vida ao senhor, ao conhecimento do evangelho”. Nesse instante, na Bula, o papa cita a biografia de José de Anchieta.

 

Diz ainda a Bula

 

Lendo trechos ainda da Bula, o reitor cita a parte onde o papa aborda sobre Anchieta como o primeiro colonizador a fazer uma gramática com a língua indígena, tupi. Outra citação foi relacionada a colaboração do santo com o padre Nóbrega. “Com o padre Nóbrega ele teve a missão de fundar o Colégio de São Paulo de Piratininga que mais tarde se transformou nessa megalópole que é São Paulo. Depois Francisco fala da missão de Anchieta em Salvador, na Bahia, na sua ordenação, depois se lembra da missão do santo no Espírito Santo, fala da fundação da idade de Anchieta. Fala também do dia 09 do mês antes. “Deixando o cargo de provincial do Brasil, manteve-se como reitor do colégio de Vitória”. Solícito, notável e amado pai, pregando e a todos dando atenção, foram lhe dadas forças para trabalhar, no dia 09 do mês de junho do ano de 1597 ele pacificamente adormeceu no senhor e por isso com vigor e pelo significado da ação, ele que era o filho de Santo Inácio na contratação da verdade se uniu e de direito e glória o funeral, quando as pessoas o aclamam em triunfo apóstolo do Brasil. A fama de santidade deixou que no dia 27 de junho do ano de 1627 seja o ano do início do processo de beatificação e canonização”.

César Augusto finalizou a leitura dos trechos da Bula citando o mais importante, o decreto. “Após ouvirmos os relatos dos estudiosos da causa, e a opinião dos senhores cardeais, resolvemos com nossa autoridade, de sucessor de Pedro escrever o nome do beato José de Anchieta no catálogo dos santos e decretar que todo cristão católico o reverencie como tal e que seja instituído um dia de veneração”, descreve o papa. E mais tarde ficou sendo o dia 09 de junho.

O reitor estava muito feliz com o momento e como devoto sentiu-se honrado em poder participar da elaboração desse decreto assinado pelo Papa Francisco. “Para mim é uma grande alegria, eu não esperava, de repente fui colocado dentro da causa de Anchieta, trabalhei, Deus deu a graça, fizemos o que era para ser feito, Deus ia tapando os buracos, depois fui mandado para Roma e lá pude colaborar de modo mais próximo e de repente fui enviado para cá, para mim foi um presentão. É um coroamento do trabalho dele”, salientou César.

O padre do santuário lembrou que foram mias de 400 anos de espera por essa santificação e que milhares de pessoas desde o século XVI que se envolveram na causa, padres bispos, jesuítas, leigos, leigas, ou seja, há uma infinidade de pessoas que hoje junto de Deus estão louvando e agradecendo, portanto, “isso que nós vemos hoje é mérito de todo um grupo e toda uma igreja que batalhou para isso e Deus quis que fosse exatamente nesse tempo e que fosse exatamente desse modo, em todo território nacional, em cada estado da federação temos pelo menos 50 devotos, como nome e endereço”.

A canonização

A canonização do padre José de Anchieta atraiu fiéis do Brasil inteiro, destacando ainda mais a importância cultural e religiosa do município à história nacional. “Anchieta se firma a cada dia na rota do turismo religioso do país, e a cidade está se preparando para receber bem esse público” afirma o Prefeito Marcus Assad.

No ano passado, para comemorar a mesma data, foi criada a missa do Peregrino, às 10:30 de domingo, dedicada especialmente a visitantes e turistas que passam pelo Santuário. Padre César explica que São José de Anchieta foi considerado santo porque viveu de maneira heroica as virtudes humanas.

“Ele foi declarado santo porque deu um testemunho forte de obediência, de amor ao próximo e de integridade, por isso é chamado de apóstolo do Brasil. Porém, é importante notar, que São José de Anchieta é considerado também herói nacional, tendo seu nome inscrito no Livro de Aço, em Brasília”, explica padre César.

A Bula de Canonização será mantida no Santuário, sendo exposta esporadicamente para não se deteriorar devido à luz e à temperatura.

São José de Anchieta nasceu em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), em 1534, sendo enviado ao Brasil pela Companhia de Jesus com 19 anos. Em nosso país, ajudou a fundar as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, e Guarapari e Anchieta, no Espírito Santo. Anchieta teve papel fundamental na unidade do país, em termos de território, língua e fé, durante as invasões dos franceses. Em 2014, foi canonizado pelo Papa Francisco no dia três de abril.

 

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