Paciente com ELA retorna ao Hospital Unimed para lançar livro

‘Dona Tetê’, como é conhecida, usou os olhos para contar sua história de superação. Ela ficou internada por dois anos e quatro meses na UTI do hospital.

 

A ex-paciente do Hospital Unimed Cachoeiro Terezinha de Jesus Cogô Clipes, conhecida como Dona Tetê, irá lançar, no próximo dia 14, seu primeiro livro. Intitulado “É possível ser feliz com E. L. A”, o livro – que será lançado no hospital e contará com a presença da autora –  conta a história de superação de Dona Tetê ao descobrir que sofria de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), mesma doença do famoso físico britânico Stephen Hawking.

A ELA é considerada uma doença degenerativa do sistema nervoso, que acarreta a perda de movimentos, sendo irreversível. Entretanto, as limitações causadas pela doença não impediram que Dona Tetê contasse sua história em 245 páginas. Para isso, ela teve a ajuda de sua filha Cássia Fabiane Clipes Rosa, que é formada em letras, para redigir os textos. O livro descreve desde a descoberta da doença e seu avanço, como também as dificuldades enfrentadas por ela e sua família, destacando como ela conseguiu seguir em frente sem desanimar e com muita alegria.

Como não consegue falar e movimentar outros músculos, Dona Tetê se comunica através dos olhos, com a ajuda de uma placa de acrílico que contêm as letras do alfabeto, números e outros sinais.  Olhando para esta placa ela indica letra por letra a palavra que deseja formar. Ela também faz sinal de positivo e negativo com a cabeça.

Para a filha Cássia Clipes Rosa, a ideia do livro veio como uma ótima surpresa. “Quando cheguei para cuidar da minha mãe, recebi em mãos alguns manuscritos singelos que ela havia ditado para a técnica de enfermagem do hospital. Minha mãe tinha a intenção de que os relatos se tornassem uma autobiografia. Foi aí que pensei que aquela narrativa poderia ser uma maneira de preencher as horas e os dias, daquela pessoa que ansiava, acima de tudo, pela vida”, conta emocionada.

A partir daquele momento, a filha de Dona Tetê passou a redigir os textos que se tornariam a história de sua mãe. “Apesar da escrita simples e sucinta visualizei naqueles escritos um potencial de ação indescritível, que proporcionariam entusiasmo e uma conquista para minha mãe, oferecendo a ela um ânimo a mais, para que pudesse se sentir novamente parte do mundo lá de fora”, explica.

Diagnosticada desde 2004, Dona Tetê ficou internado por dois anos e quatro meses na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Unimed (UTI) e no setor de Intermediária, devido ao agravamento da doença. Ainda assim, mesmo com todas as dificuldades, ela nunca desanimou ou reclamou da situação. Se tornando um exemplo de como levar a vida, independente da situação.

 SINOPSE

 

Imagina se você que está aí, escolhendo esse livro, perdesse os movimentos do corpo que anda, que fala, que come, que respira, que abraça…, mas mantivesse intacta a sua mente? Como reagiria diante de si próprio e diante do mundo?

 

“É possível ser feliz com E.L.A.?”, relata-nos a história de uma mulher cuja vida simples e comum, assemelha-se a de muitos em sua normalidade, e que, se não fosse pelo surgimento de terrível doença, talvez estivesse fadada a terminar como muitas histórias corriqueiras do dia a dia.

 

É exatamente através deste acontecimento fatídico que esta história aponta-nos a realidade difícil e amarga de ver a doença atingir o corpo com as suas mazelas e padecimentos, sem piedade alguma. Que, ao mesmo tempo, não obstante toda dor, dificuldades de todo gênero e perdas que ela impõe, comprova-nos que somos mais que um corpo em movimento.

 

Mostra-nos ainda que, por pior que seja o nosso problema, podemos escolher se o fardo a ser carregado pode ou não se tornar mais leve e que a escolha desse peso é nossa.

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