Itapemirim-ES • Padrasto preso fica livre acusado de molestar enteada de 5 anos

Menina de 5 anos acusa o padrasto de molestá-la em Itapemirim. Foi conduzido à Delegacia, ouvido e liberado. A menina contou que ele pediu que ela segurasse no pênis dele

 

Uma menina de apenas cinco anos de idade acusou o padrasto, L de tentar molestá-la sexualmente. De acordo com o relato da menina a conselheira tutelar, o assédio ocorreu no domingo de carnaval, quando o homem que reside com a mãe retirou o pênis para fora e pediu que ela segurasse. Ela teria pego no órgão do padrasto e depois saiu correndo ao quarto do irmão.

A Reportagem entrou em contato com a Polícia Militar- PM para saber como o caso chegou ser revelado e o homem foi preso. O policial de plantão leu o Boletim de Ocorrência – BO que informava anonimamente que um jovem obrigou uma acriança de cinco anos fazer masturbação para L, padrasto da menina e segundo a denúncia, disse que L só parava quando saia um liquido branco. O Conselho Tutelar foi solicitado e chegou ao local, a mãe e a vó estavam com visíveis sintomas de embriaguez alcoólica. Todos foram parar na delegacia.

Na Delegacia da Polícia Civil, a conselheira, Elines da Silva Costa narrou os fatos, contou que foi acionada pela PM para acompanhar uma criança de cinco anos que não podia seguir a delegacia com eles porque a mãe e a avó estavam alcoolizadas. “A avó estava toda suja de urina e fezes e eles iriam conduzi-las para a delegacia e precisava de um conselheiro, pois não podiam colocar uma criança na viatura da polícia. Chegando lá, eu fui conversar com a genitora da criança e ela já chegou me agredindo com palavras de baixo calão. Ela me mandou fazer certas coisas, foi o momento que o policial chegou e deu voz de prisão a ela, a trouxe para a delegacia, o rapaz já estava na viatura, eu nem o conheço. Chegando aqui, a menina me contou que ela estava na casa em Itaipava domingo e ele pediu que ela segurasse no pênis dele. Ela saiu e se deitou com o irmão na cama”.

Contou a conselheira que a criança narrou que o padrasto e a mãe dela moram na casa com a avó e ela dorme com a avó em outro quarto. Disse ainda que a mãe frequenta os bares da noite com e bebe, deixa e a deixa com a avó. “Mas a avó também é alcoólatra, por isso, eu retirei a menina da casa. Muito esperta a garotinha contou que a avó toma cachaça com café misturada. A menina não parece ter cinco anos, é muito esclarecida”, frisou.

A menina vai ficar com a tia até terça-feira, 20, serão analisadas ainda as condições da tia, e depois será visto com quem que ela vai ficar, quem decide é o juizado da vara da Infância e Juventude.

Neste caso em especial, onde a mãe, o padrasto e a avó consomem bebida alcóolica, a conselheira disse que a Polícia Civil deve investigar porque a criança dificilmente inventa”.

181 e 100 – Denunciem

A orientação do conselho tutelar para as famílias que desconfiarem e detectarem casos semelhantes é que denuncie através do 181 ou 100. “A pessoa discou 100 vai direto, não precisa se identificar, pode relatar tudo, mas a denúncia tem que proceder”. orientou Elienes, conselheira tutelar.

Por telefone, a delegada de plantão falou com o jornal que a investigação continua, mas como não houve flagrante e o caso supostamente teria ocorrido há alguns dias, o acusado foi ouvido e liberado. A criança foi entregue ao Conselho Tutelar. Nesta tarde de sexta-feira, 17, a delegada ouviu as partes envolvidas.

IN FAMIÍLIA – tia é irmã do acusado

O Caso da família que reside no bairro Nametala Ayub II, na sede de Itapemirim é complexo. A tia da criança, a ajudante de restaurante, Raquel Cabral da Silva, 34 anos, residente na localidade rural conhecida como Limão, é irmã do acusado de molestá-la. “Eu fiquei sabendo hoje aqui na delegacia quando a menina me contou. Ela me disse que o meu irmão tirou o pênis para que ela segurasse. Fica difícil para mim acreditar nisso. Se isso aconteceu ele tem que ser punido, está errado”.

Contou ainda a tia que o irmão e a cunhada vivem sempre brigando, principalmente, quando bebem. “Estou revoltada e ao mesmo tempo com o coração partido, triste por causa dele e por causa da minha sobrinha”.

ESTATÍSTICAS – Índice alto em Itapemirim

De acordo com a conselheira, em Itapemirim, os índices de violência sexual contra a criança e adolescente são altos. “Não são só padrasto, tios, pais, vizinhos. Nós fazemos acompanhamento de pai que violenta as filhas, temos casos que conseguimos colocar na cadeia, tio que abusou não só de uma sobrinha, mas de várias, inclusive um menino de quatro anos, a sobrinha de sete e outra com 13 anos. Isso está sendo muito corriqueiro, a novela O Outro Lado do Paraíso está mostrando muito bem essa realidade. Aqui chegam denúncias constantes, temos muitos casos graves, mas nem sempre podemos mostrar isso para a sociedade, o caso é sigiloso. A estatística é muito alta”.

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *