Pastor que estrangulou e matou a mulher e quase matou a filha é condenado a 27 anos

O ex-pastor de uma igreja evangélica, João Pontes Nascimento foi condenado no início da tarde desta quinta-feira, 15, a 18 anos de prisão por ter assassinado a mulher, a jovem Lilian Nascimento Freitas e nove anos por ter agredido a filha, Manuela Nascimento e a deixado sequelada, no dia 03 de janeiro de 2015, no bairro Justiça II, em Anchieta. Somando as pena, João deverá cumprir 27 anos na cadeia. O julgamento ocorreu na Câmara Municipal. João Pontes foi condenado a cumprir a pena em regime fechado.

A condenação do ex-pastor deixou um sentimento de alívio na família de Lilian, que acreditou que justiça foi feita diante do bárbaro crime. “Bom, lavei minha alma, o tempo não vai adiantar nada dele, mas que Deus faça a justiça agora porque a justiça dos homens já foi feita. Ele pode ficar o resto da vida preso, não vai diminuir a saudade e a dor que sinto”, frisou a irmã de Lilian, Cláudia Negrine.

Outra irmã de Lilian que estava no julgamento e aprovou a condenação de João a 27 anos de prisão foi Rosemere Negrine. “É difícil falar, mas a gente se sente aliviada, isso não vai mudar a condição da Manu, nem trazer minha irmã de volta. A justiça foi feita aqui na terra, espero agora na justiça de Deus”, disse.

Presente ao julgamento, o conselheiro tutelar, Wilson Pereira da Conceição que acompanhou o caso desde o crime. Ele frisou que a condenação foi justa e que sirva para muitos homens que ainda insistem em desrespeitar a mulher e agredir. Para ele a justiça ouviu o clamor da sociedade.   “Acho que foi justa a condenação, principalmente para os homens respeitem mais as mulheres. Esse caso chocou muito a cidade”.

A aposentada Oudinéia Coelho disse que ficou assustada com o assassinato. “Eu nunca vi um crime desse na minha vida, ainda mais sendo praticado por um pastor e depois o que ele fez com a filha, achei 27 anos pouco pelo que ele fez, tinha que ser mais”, comentou a aposentada, Oudinéia Coelho Camacho.

O crime

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O delegado de Anchieta, na época Milton Sabino, quem instaurou o inquérito e investigou o covarde assassinato de Lilian e a agressão a menina Manuela Nascimento, na época com um ano e seis meses ressaltou na ocasião que João Pontes havia cometido o crime para ficar com o veiculo da mulher e uma indenização trabalhista de oito mil que ela acabara de receber.

João esperou que ela dormisse e tentou estrangula-la, na hora do crime a menina acordou e chorou, ele a pegou e atirou contra a parede, Manu teve muitas sequelas estando até hoje vivendo em estado vegetativo, não anda, não fala, não se senta e não ouve.

O crime chocou a Terra do Santo José de Anchieta pela forma com que ocorreu, além de matar a mulher, João deixou a filha desacordada no chão. Muito tempo depois ligou para o sogro e contou o que havia feito.

Na época do crime, o assassino contou que agiu por ciúmes, durante uma discussão do casal. Depois do assassinato e da agressão, Pontes fugiu para o Norte do Rio de Janeiro, mas foi preso.

 

A menina era ativa e alegre

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A criança, que tinha apenas um ano e seis meses quando sofreu nas mãos do pai, foi socorrida por um vizinho. O socorro só aconteceu dez horas após o crime. A espera afetou a oxigenação do cérebro da criança, ocasionando a paralisia cerebral. Manoela chegou a ficar cerca de um mês em coma. Atualmente, a menina se alimenta por meio de uma sonda, respira por uma cânula na traqueia e ainda faz uso de seis medicamentos.

Antes do caso, Manoela era uma menina ativa, alegre e bastante comunicativa, conforme contam os familiares. Hoje, vendo as limitações da neta, o avô Manoel Negrini não consegue conter a tristeza. “É muito triste. Sempre choro. Ela era muito inteligente”, disse.

Apesar de todos os problemas, a família ainda tem esperanças de ver a menina curada e correndo novamente pela casa.

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