“Piúma tem o turista que atrai”, afirma secretário de Meio Ambiente

Um fiscal para fiscalizar a baderna em Piúma

prefeito negou todos os pedidos, afirma secretário

 

Parece surreal as declarações do secretário Municipal de Meio Ambiente de Piúma, Max City. A Reportagem convidou Max para explicar por que a baderna na orla da praia em relação aos carros de som, uma vez que, o juiz da comarca baixou a portaria 02/2015 proibindo a utilização de som veicular ou ambiental, comercial ou particular inclusive em eventos públicos de execução sonora em toda extensão territorial do município de Piúma a partir de 1.h00. Pasmem, o secretário disse que tem apenas um fiscal disponível para atuar 24h00 fiscalizando as milhares de denúncias relacionadas ao meio ambiente. Disse oportunamente que, o prefeito não atendeu as solicitações dele, em relação a confecção de faixas, outdoor, panfletos, folders e placas avisando que em Piúma o som é proibido. Piúma está entregue ao vandalismo. Um jovem ontem ficou com 22 mulheres. Outros afirmam que o grande barato é a exibição das meninas e que isso atrai os carros de som. Muito álcool e drogas a disposição e sexo à vontade. É isso, uma baderna sem controle.

Max admite o problema e diz que não há o que fazer, e ainda afirmou que, o fiscal que presta o serviço de fazer a fiscalização não tem competência para multar os infratores, nem mesmo apreender quem estiver desrespeitando a lei à portaria.

Confira a entrevista com o secretário, na íntegra. Ressalta-se que, o Max sabe que após essa entrevista ele pode ser exonerado da função, pois falou sem medo da punição. Em linhas gerais, ele criticou a Administração pela bagunça na cidade e diz que é preciso se programar para receber a multidão que vem para Piúma.

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Jornal: A situação do carro de som em Piúma chegou ao limite. Ontem tinha mais de 50 veículos de som entre o Quiosque da Loira e o Bar do Jonas.  Ocorre que os bares, restaurantes e sorveterias não conseguem funcionar, porque os garçons não conseguem ouvir os pedidos, não ouvem telefone, as pessoas não conseguem conversar no espaço, as casas ficam vazias e a baderna fica em frente. Existe uma lei em Piúma, por que essa lei não é cumprida em Piúma?

Max: Luciana, o judiciário baixou uma portaria com tolerância zero, só funcionar em bares, boates, creio que também em trios elétricos, barracas de drink’s até 1h00, mas infelizmente, na secretaria onde eu sou secretário, onde somos os responsáveis pela tolerância zero de som, nós temos um funcionário que trabalha de 18h00 até as 8h00 e sábado, domingo e feriado ele trabalha sozinho durante 24h00. Então fica impossível um funcionário tomar conta dessa multidão. Durante a semana no expediente normal, nós temos fiscais que trabalham de 8h00 as 18h00, mas durante a semana, o índice de carro de som na rua é muito pequeno. Mas infelizmente nós pedimos ao prefeito a contratação de DT’s, funcionários, pedimos, pessoas, folders, faixas, pedimos placas, outdoor, infelizmente nós não fomos atendidos em nada. Estamos fazemos dentro do possível com um funcionário e apoio da Polícia Militar.

 

Jornal: Esse turista que vem para Piúma para fazer essa baderna é o que o município atrai?

Max: Nós temos o turista que nós buscamos ter. Esses turistas de carros de som, esse turista que invade as praias com músicas falando em orgias, fazendo apologia ao crime e as drogas, é o que mo município infelizmente está buscando. Eu costumo falar que a gente busca o que a gente quer. Carros de som? Piúma já deveria ter uma área apropriada para carros de som. Nós temos várias fazendas, temos o interior, tinha que se programar um local para os carros de som. A nossa praia tinha que ser fiscalizada. O turista tem que ser bem tratado, tem  que ser orientado. Como que você vai falar que uma coisa é proibida se não tem uma informação? Nós temos que focar, nós sabemos que a PM trabalha até as 1h00. De 1h00 as 2h00 é hora que eles vão se recolhendo. Onde já se viu um trio elétrico parar 2h00 da manhã, sem policiamento sem nada? Nós temos que programar o verão durante o ano. Não podemos fazer as coisas como estão acontecendo em Piúma. Piúma tem gente, muita gente na praia. Mas eu acabei de ver um vídeo agora que as casas que funciona durante o ano todo não tinha ninguém.

 

Jornal: E o que o senhor diz aos comerciantes, ao povo de Piúma em relação à omissão do município?

Max: Não tenho palavras para pedir desculpas ao povo pelo mau serviço que nós estamos prestando.

 

Jornal: Max, você fala que cabe a sua secretaria fiscalizar e você tem um fiscal?

 

Max: Um fiscal!

 

Jornal: O prefeito foi avisado, ele sabe disso, você fez ofícios solicitando contratação e material informativo e ele negou?

Max: Nem o material informativo ele nos viabilizou. Nós temos um fiscal e se for olhar o que diz a lei, ele não pode fazer o serviço que está fazendo hoje. Ele não tem nomenclatura para apreender e nem multar o carro de som. Ele é um assessor. Ele não pode nem multar. O que pode fazer junto com a PM ele está fazendo. Se o cidadão que teve o carro aprendido entrar na justiça para anular a multa, tudo que foi feito, ele vai conseguir, o fiscal não tem autonomia para apreender o carro de som.

Jornal: Você me desculpe secretário, você representa Piúma, a cidade está ao Deus dará!

Max: Infelizmente, a minha secretaria está fazendo o que pode. Ontem eu até saí mais cedo com o fiscal, mas eu me senti inseguro em estar na rua com ele.

 

Jornal: A PM afirmou que a partir de ontem foi tolerância zero, mas as 20h00, o Legusta e o Bar do Jonas, não tinha nenhum cliente. As sorveterias estavam vazias com aquele calor todo, porque as pessoas não se sentem a vontade.

 

Max. Essas músicas que tocam nos carros, além do sol alto e as letras, elas inibem, incomodam e deixa qualquer cidadão com vergonha. Eu me sinto envergonhado em sair com minha filha e ouvir um carro de som tocando essas músicas, fazendo apologia às drogas e ao sexo.

 

Jornal: Max, suas declarações podem custar a sua cabeça, tem consciência disso?

Max: Eu estou falando a verdade, que custe a minha cabeça, mas que Piúma melhore!

 

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