Porto de Vitória: Conclusão de dragagem e derrocagem é oficializada e Codesa já planeja obra para receber navios de até 280 metros

 

A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) oficializou nesta segunda-feira (2) a conclusão das obras de dragagem e derrocagem do Porto de Vitória, em solenidade no Cais Comercial da capital. O presidente da Codesa, Luís Cláudio Montenegro, havia revelado o término das obras no último dia 20 de setembro, em visita ao gabinete de senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), em Brasília.

Agora, o porto terá capacidade para receber navios de até 244 metros e a Codesa já planeja novos investimentos, que foram anunciados por Montenegro e pela senadora durante a cerimônia: remover mais 40 mil metros cúbicos de rocha e possibilitar o recebimento de embarcações com até 280 metros. Navios maiores, segundo o presidente da Codesa, cobram fretes menores e isso “torna toda a economia do Espírito Santo mais competitiva”.

“Nós já temos indicativo de manobrar navios de 266 metros e estamos estudando a possibilidade de navios de 280 (metros). Vamos pleitear ao Governo Federal, com o apoio da senadora, para retirar esse resto de rocha”, anunciou Montenegro.

De acordo com ele, o procedimento para ampliar ainda mais a capacidade do porto está “mais simples agora”, uma vez que já há projeto pronto. “Nós estamos com o projeto pronto, a gente tem todos os dados. Já conhecemos bem todas as informações do porto e agora não estamos mais apertados pelo tempo. Já cumprimos o dever de casa. O que estamos fazendo é nos antecipar a demandas futuras. Nossa meta agora é buscar navios maiores. Vamos ao limite do porto”, destacou Montenegro.

A senadora completou: “Tudo isso é a alavanca do nosso crescimento. Nós sempre fomos colocados à margem do desenvolvimento da região Sudeste. Tudo era com muita dificuldade, foi com dificuldade. Mas hoje o nosso porto – assim como o aeroporto de Vitória – é uma realidade”, comemorou Rose.

 

Obras – Com a dragagem e derrocagem, a movimentação de carga do porto terá aumento de cerca de 30%: vai passar de seis milhões de toneladas movimentadas hoje para sete ou oito milhões. Já os navios atracarão com mais de o dobro da capacidade até então possível: de 30 mil toneladas de carga, chegarão com até 70 mil.

“Para se ter ideia, só na expectativa da conclusão da dragagem e derrocagem já conseguimos fechar linhas diretas com Ásia, Europa e Estados Unidos. Uma vez por mês, por exemplo, 700 contêineres são levados diretamente para os Estados Unidos, 700 para a Europa e outros 400 para a China”, apontou Montenegro.

Foram dragados quase dois milhões de metros cúbicos e derrocados mais de 110 metros cúbicos de pedras.

Investimento – As obras de dragagem e derrocagem custaram R$ 118,6 milhões. Como tem afirmado Montenegro, a senadora foi a responsável “por toda tratativa com o Governo Federal”, de modo a garantir os recursos do contrato. Durante a solenidade, inclusive, o presidente da Codesa fez questão de ressaltar o esforço da parlamentar.

“Eu queria agradecer o esforço da senadora Rose de Freitas pelo Porto de Vitória. Eu queria fazer uma pausa para pedir aplausos à senadora por todo o esforço que ela tem feito pelo nosso Porto. Eu estive com ela em todos os momentos desse projeto brigando fortemente [em Brasília]. Obrigado, senadora”, agradeceu Montenegro.

Além de Rose e Montenegro, estavam presentes na solenidade o secretário de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo; a deputada estadual Luzia Toledo; o prefeito de Vila Velha, Max Filho; o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia Júnior, o Juninho; e o subsecretário de Logística, Transporte e Comércio Exterior, Neucimar Fraga.

 

Portuários – Antes da solenidade, a senadora Rose de Freitas se reuniu com membros do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES) e trabalhadores do porto para tranquilizá-los quanto aos rumores sobre a privatização da Codesa. A parlamentar afirmou que tem garantia do Governo de que o porto não será concedido à iniciativa privada e que vai confirmar em nova reunião com o presidente da República.

“Eu quero acalmar vocês, dizer que a posição está tomada. Vai ter de ter muita falta de ética para descosturar o que fizemos. E fizeram com a gente [parlamentares] que trabalha dia e noite naquela Casa [Congresso Nacional] e que tem posições definidas”, ponderou a senadora.

Para os sindicalistas, a Codesa tem total capacidade de gestão pública e os trabalhadores totais condições técnicas para operar no porto. Eles temem que a privatização provoque desemprego de operadores com vínculos [empregatícios] e avulsos [prestadores de serviço] que atuam como empresa na área portuária.

Representante dos trabalhadores, o presidente do Suport-ES, Ernani Pereira Pinto, ficou satisfeito com o encontro. “Pedimos [à senadora] que a Codesa continue uma empresa pública e que não seja incluída no decreto de desestatização. A senadora ficou de rediscutir com o presidente da República”, afirmou.

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