Prefeito tenta desmentir o jornal e entra em contradição

Numa tentativa desesperada, o prefeito Samuel Zuqui usa rádio online para desmentir reportagens do jornal. Ficou feio, gafes e paradoxos rechearam o quadro Verdade ou Mentira

Na entrevista concedida a uma rádio online, na página do Facebook do prefeito Samuel Zuqui, no programa Verdade ou Mentira, de Piúma, ele comete gafes e outras vezes lança mão de um paradoxo – aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.

O prefeito se mostra desesperado ao tentar mais uma vez inverter os fatos. Lembrando que o jornal em nenhum momento afirmou que a empresa Terra Norte é fantasma, e sim, encontrou a sede dela em uma fazenda, no distrito de Conceição de Muqui. E que lá, a esposa do proprietário disse não haver sede da empresa, bem como não soube afirmar onde seria o escritório do marido em Cachoeiro de Itapemirim. O jornal usa na manchete principal a seguinte oração: PIÚMA: OBRAS PARADAS  -REVELAM SUPOSTOS ESQUEMAS.

Mesmo que o termo suposta tenha soado ao prefeito uma afirmação, o jornal em nenhum momento caracteriza a não existência da referida empresa, como assegurou o ex-secretário de Obras Paulo Sérgio Coelho, a Prefeitura não conseguiu localizar a sede da empresa para lhe remeter uma notificação.

Entrevista recheadas de gafes e alguns paradoxos – para explicar o paradoxo é uma figura de pensamento, isto é, uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum.

Quando perguntado se é verdade ou mentira que a obra da Avenida Felicino Lopes está parada, excelentíssimo senhor prefeito diz que é mentira, e acaba contrariando a Lei 866 das licitações que dispõe no artigo 26 em seu parágrafo único; “É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço…”

Denotou-se na entrevista, que ainda está a disponível na página do face de Zuqui que ele distorce as notícias, e não explica os reais motivos das obras estarem paradas, disse que pediu a Terra Norte para fazer as obras em ritmo mais lento, o que vai contra a Lei das licitações, que assegura ter de haver um planejamento orçamentário para que não prejudique o objeto da licitação.

 

Entrevista cheia de contradições

 

A entrevista cedida logo após a edição 101 ser distribuída foi literalmente em resposta aos questionamentos do jornal. Vale lembrar que, antes da edição ser impressa, a Comunicação da Prefeitura teve em mãos os questionamentos feitos à administração que, no entanto, lançou mão de esclarecer, preferindo usar uma rádio para tentar desmentir a reportagem. Mesmo não citando o Espírito Santo Notícias, o prefeito abriu um leque de suposições para que o jornal fosse identificado.

A primeira gafe cometida pelo chefe do executivo foi quando ele afirmou que pediu a empresa para ir num ritmo mais lento e que a obra não estava parada, ele se referia aos trabalhos de pavimentação da Rua Felicino Dias Lopes. Lembrando que, na matéria, o jornal afirmou que no dia 11 de abril, às 9h da manhã, não fora visto nenhum operário na obra como se constatou através de várias fotografias em diversos ângulos.

O prefeito, ao afirmar em entrevista pediu para a empresa tocar a obra mais devagar, ele fere o art. 8º da Lei 866 no seu parágrafo único que dispõe: “É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei”.

Trechos da entrevista, com cortes

 

Gafes

 

–  “Verdade ou mentira: Samuel é verdade que a Avenida Felicino Lopes está paralisada? “É mentira, mentira… (Não havia trabalhadores no dia 12…)

– “A obra está indo de vento e popa, “a obra está tocando sim, está de vento e popa, porém, num ritmo um pouco menor”…

– “Está quase tudo pronto…(Faltam ruas no Scherrer, Portinho, Centro há rua que ainda nem começou).

– “A Prefeitura está corrigindo, pedindo que faça bem feito, está sendo cumprida a planilha… (Prefeitura notifica empresa e não a encontra para que ela consertasse o que ficou mal feito, a empresa não consertou ainda).

– É CLARO QUE EU PEDI PARA IR NO RITMO MENOR, POR CAUSA DA CRISE, A GENTE NÃO TEM AQUELE DINHEIRO DE FAZER MEDIÇÃO DE MAIS DE 500 MIL, DE UM MILHÃO, ENTÃO EU PEDI QUE DIMINUÍSSE O RITMO. (fere a lei das Licitações 866. Art. 8º – falta de planejamento?).

_  Empresa fantasma… _“Não, é claro que é mentira. … A empresa que ganhou a licitação tem alvará, tem endereço, tem tudo direitinho. Essa empresa tem tudo. Essa questão de não achar endereço”… (A Prefeitura não encontrou o endereço).

 

 

Prefeitura não encontra empresa para notificá-la

 

O ex-secretário de Obras, Paulo Sérgio Coelho, quando entrevistado, se mostrou surpreso quando a editora falou com ele que onde está registrado o CNPJ da Terra Norte há apenas uma casa numa fazenda. Nesse momento Serginho afirmou que seria esse o motivo que fez com que a Prefeitura não tivesse encontrado o endereço da mesma para entregar uma notificação.

As obras de calçamento continuavam paradas no Portinho, no Scherrer, na Rua Terêncio, na Alfredo Felix e na Felicino Dias Lopes. Quatro homens estavam nas imediações fazendo medições na última sexta-feira 29. Um dos trabalhadores assegurou que a empresa Terra Norte não fará mais contratações enquanto não receber da Prefeitura, e adiantou que estão no local para fazer de conta que a obra está andando.

 

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