Surto de escabiose em creche deixa suspeitas

Sarna se espalha na comunidade de Boa Esperança e contagia crianças na creche. As aulas foram suspensas. O caso está sendo analisado com cautela, pois há suspeitas de sabotagem.

 

 

O Centro Municipal de Educação Infantil Bem-Me-Quer, localizado na comunidade de Boa Esperança, em Presidente Kennedy, foi alvo de um suposto surto de escabiose, a popular sarna. Desde o dia 27 de abril, quando foi diagnosticado o primeiro caso de sarna em uma criança, a secretária de Educação, Dilzerly Machado Tinoco não parou de buscar medidas para controlar a situação

 

A Reportagem foi ao encontro de Dilzerly para ela explicar o fato que, caiu na rede social e se espelhou como se fosse de responsabilidade da Creche o possível surto da doença. Oportunamente, visitou a comunidade para conhecer a realidade das famílias.

De acordo com Dilzely cerca de 10 crianças estariam com a doença, o que culminou com a suspensão das aulas no Centro por alguns dias. “Eu tomei conhecimento da situação da Creche de Boa Esperança na quinta-feira, 27 e imediatamente reuni os funcionários e monitores de transporte para passar as orientações e resolver o problema”.

Segundo a secretária, a Vigilância Sanitária fez a higienização de todos os objetos, as roupas foram fervidas e passadas, as paredes foram lavadas na sexta-feira, 28. “Na terça-feira, logo após o feriado, uma pediatra foi até o local e consultou os alunos, sendo que os que apresentavam lesões foram orientados para ficar em tratamento nas suas casas por dez dias. Além disso, todos os servidores das creches foram orientados”. Os trabalhos continuam porque o foco de escabiose não é na Creche e sim na comunidade adverte a secretária.

 

Medidas tomadas

 

A secretária ainda informou que todas as providências estão sendo tomadas. Disse que o trabalho segue em conjunto com a Secretaria de Saúde, Vigilância Sanitária, Secretaria de Assistência Social, Conselho Municipal de Educação e Secretaria de Educação.

Remédios, sabonetes, pomadas e todo o atendimento estão sendo disponibilizados pela Prefeitura de Presidente Kennedy. “Foram comprados sabonetes para o tratamento dessa bactéria, foi pedido um exame para descartar a possibilidade do foco de contaminação ser a água, os ônibus também foram higienizados. Esta é uma questão de saúde pública, onde todos os profissionais foram orientados e se cada criança tiver sua toalha separada e as roupas forem fervidas e passadas conseguiremos conter a escabiose. Estamos tomando providências em conjunto no local e sanar o problema e conter a doença”.

Dilzerly reitera que o foco não é na escola. Segundo ela, foi levantada a hipótese de terem colocado pó de mico para criar pânico, mas esta hipótese está sendo analisada por profissionais da área de saúde e caso seja constatado o crime, será apurado para que o culpado será punido.

 

Processo

 

A Reportagem foi à comunidade e registrou algumas cenas de animais em quintais das casas e residências em péssimas condições de higiene quando olhadas pelo lado de fora. A assessora técnica da Educação e assistente social, Fabiana Batista Ferreira visitou algumas residências e constatou o fato. “Será aberto um processo administrativo para avaliar a situação, sendo que as crianças já foram atendidas pela pediatra e os professores estão sendo atendidos por um clínico geral e também por dermatologista. Nós estivemos em várias casas e infelizmente constatamos que a higienização no local é precária, existem casas em situação totalmente insalubre e caso não haja higienização em todas as residências o problema na escola não será resolvido pelo fato de ser uma doença infectocontagiosa. A maioria das casas tem muitos cachorros e gatos que ficam em contato direto com as crianças”, ressaltou a secretária de Educação.

 

Saúde no local

 

“Nós fomos notificados sobre a situação e fizemos uma intervenção da saúde, orientamos todos os profissionais da creche e foram tomadas algumas medidas de higienização geral, como lavagem das roupas e atendimento médico de todas as crianças com suspeitas de escabiose. Foi enviada uma pediatra que consultou todas as crianças e orientou os pais. O trabalho de orientação e higienização tem que ser rotineiro e o trabalho que foi feito dentro da creche está sendo realizado nas casas das pessoas para saber qual a origem. A equipe do PSF de Marobá com ponto de apoio em Boa Esperança está indo até as residências para fazer o levantamento da situação e principalmente da origem do problema”, salientou Alexandre Vanderlei de Almeida, Fiscal em Saúde.

A equipe da Secretaria de Saúde estava no momento da visita da Reportagem acompanhando os trabalhos de higienização da Creche/Foto: Alex Moreira

 

 

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