Técnicos protestam por direitos

Técnicos de Enfermagem do hospital de Piúma farão protesto amanhã na porta da unidade

 

Um grupo de técnicos de enfermagem efetivos que trabalha no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Piúma está se organizando para fazer uma manifestação pacífica, na manhã desta quinta-feira, 16, em frente a unidade hospitalar.

O grupo afirma que está sofrendo perseguições políticas e sendo substituído por professionais do Consórcio Intermunicipal de Saúde.

A situação está insustentável entre os profissionais técnicos e a secretaria Municipal de Saúde que, afirma ter tomado a decisão de remanejar os servidores após um fato que ocorreu no último dia 08, sendo este a gota d´ água.

Para melhor entender essa história, um grupo de 14 técnicos de enfermagem efetivo que atua no Hospital resolveu protestar e pedir que os seus direitos sejam respeitados. Esse grupo acusa a secretaria de Saúde de priorizar os plantões com profissionais do Consórcio de Saúde. Por conta dessa insatisfação dos técnicos de enfermagem, eles resolveram no dia 08 de novembro não atender uma solicitação da enfermeira RT Franquilene Dias N. Franco que, com ausência de um técnico do consórcio escalado para atuar no plantão, na enfermaria, solicitou aos cinco que um deles subisse para que os seis pacientes internados não ficassem desassistidos. Nenhum deles ouviu a solicitação da enfermeira deixando os pacientes sem acompanhamento.

Diante da desobediência, a enfermeira fez um relatório e encaminhou a secretária de Saúde Ana Luiza Ferreira Mathias, que tomou uma atitude para dar um basta na situação. Os técnicos foram comunicados pela Franquilene que deveriam se apresentar na secretaria de Saúde para tomarem ciência que seriam remanejados para os postos. “Nos apresentamos ao Benízio, coordenador da Atenção Básica da Saúde e ele disse que a secretária estava nos colocando à disposição dele e precisava nos remanejar para as unidades de saúde. Todos nós tivemos uma única fala, não vamos ser remanejados porque precisamos de uma motivação por escrito, não houve uma advertência, não houve um processo administrativo para tratar a situação, ou seja, aconteceu um fato e eles julgaram pelo que foi dito. Nenhum momento o diretor do hospital, ou a enfermeira RT, ou a secretária de Saúde sentou com o plantão para poder conversar o que tinha acontecido, simplesmente julgaram por aquilo que foi falado. Nós nos recusamos a assinar tal transferência neste momento até que haja um processo administrativo”, contou José Carlos de Araújo.

 

Expulso do plantão

 

A situação chegou mesmo ao limite no hospital, na noite dessa terça-feira, 14 o técnico de enfermagem efetivo José Carlos de Araújo acabou sendo expulso do hospital, uma vez que, o nome dele não estava na lista do plantão. Ele foi remanejado do hospital para uma unidade de saúde, mas não assinou o documento e se negou a se apresentar na referida unidade, indo para o hospital, onde foi impedido de trabalhar. “Ontem (14) fui para o plantão normalmente, ao chegar no Hospital, primeiro lugar que fui olhar foi o mural, cheguei lá vi que a escala não estava no mural, a escala é feita mensal, tinha outra escala. De imediato fui para a gerência de enfermagem e perguntei se havia alguma documento que impedia o meu plantão naquele dia, nenhuma das duas enfermeiras que lá estavam tinham conhecimento de tal conduta, tranquilamente fui para meu setor, assumir meu plantão, abri o livro de ocorrência de praxe, para minha surpresa por volta das 20h30 recebi uma ligação do diretor  que dizia que era para eu ir para casa, que era ordem da secretária e eu não podia fazer plantão, eu disse a ele que eu não tinha nenhuma advertência por indisciplina, nem por conduta profissional errada e ficaria no meu plantão até que visse um processo administrativo, ou que a secretária mandasse eu ficar em casa sem perda salarial, como vou deixar o plantão para ser cortado o meu dia? Posteriormente a secretária ligou para a enfermeira Juliana determinando a minha suspenção de eu fazer qualquer tipo de procedimento e que só não me tiraria do hospital por força policial porque eu era um servidor, achei um cúmulo do absurdo, depois de tanto trabalho. A partir do momento que tomei o conhecimento, eu relatei no livro de ocorrência e a Juliana também, passei mal, minha pressão foi a 20/10, fui medicado, por volta das 23h30 me retirei do hospital, estou saindo para procurar os meus direitos”, desabafou José Carlos.

A reportagem conversou com outros técnicos que afirmaram estarem sendo perseguidos e sendo trocados pelos profissionais do consórcio de saúde.

 

 

Foto: José Carlos / Arquivo Pessoal

Legenda: José Carlos foi remanejado e impedido de fazer o plantão no Hospital Nossa Senhora da Conceição

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