Um assassinado ao meio dia nas Areias e outro baleado

Era mais ou menos meio dia quando os moradores do bairro Piuminas, local mais conhecido como Areias, em Piúma se assustaram com o barulho dos tiros. Eram muitos disparos. Muitos estavam almoçando, crianças retornavam das escolas e outros chegavam as suas casas, quando ouviram. Em seguida, um menor foi localizado embaixo de uma castanheira baleado e muitas capsulas deixadas no meio da Avenida Nossa Senhora dos Navegantes. Na rua da frente, a Manhuaçú, um corpo de um homem morto encostado em um muro, ele foi alvejado com tiros, um pelo menos na região do pescoço e morreu no local. Tudo leva a crer que o homem morto é de Cachoeiro de Itapemirim.

Moradores não quiseram se identificar, mas afirmam que o homem assassinado não era do bairro, já o menor, é conhecido como E. F R, que foi socorrido pelo SAMU para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, onde recebeu atendimento e está sendo encaminhado para Vitória. O Hospital não informou o estado de saúde de E. Pelo que se apurou, um menino tranquilo, sem envolvimento com a criminalidade, estaria no local errado na hora errada. A Polícia Civil – PC vai investigar para saber quem é o homem morto, que segundo o presidente da Associação de Moradores, Jean Carlos Santos Cruz pode ser de Cachoeiro de Itapemirim.

Três homicídios nas Areias

Esse é o terceiro homicídio no bairro Piuminas esse ano. O primeiro foi contra o desocupado Nilson de Oliveira, vulgo Neguinho, assassinado a tiros, no início da noite do dia 26 de maio. Neguinho foi assassinado com vários disparos de uma pistola calibre 380. Os tiros atingiram o peito, braço e ombro.  O crime ocorreu na Rua Nossa Senhora dos Navegantes, em Piúma.

De acordo com informações da Polícia Militar – PM, o assassinato de Neguinho está ligado a guerra do tráfico de drogas no balneário.

O Segundo homicídio foi contra o ordenhador Vinicius da Silva Duarte, 20 anos, assassinado com quatro tiros na porta de sua casa na noite do dia 21 de outubro, no bairro Monte Aghá, em Piúma. Vinicius foi atingido com três disparos na cabeça e um no braço e morreu no local.

Além dos três homicídios duas tentativas foram registradas também nesse ano no bairro Piuminas e tem deixado os moradores bastante preocupados.

 

Bairro abandonado

 

De acordo com o presidente da Associação dos Moradores, Jean Carlos falta estrutura na comunidade e sobre descaso do poder público. Oportunamente, disse que fez uma solicitação ao Comando da Polícia Militar – PM para garantir que viaturas passem com mai frequência nas Areias, pois pessoas de fora da comunidade têm migrado para o local levando o crime junto. “A gente tenta fazer um trabalho para melhorar a imagem do bairro, mas a cada dia que passa vimos isso aí, o resultado de mais um homicídio, mais uma vida ceifada. Não sabemos ainda o motivo, mas tudo indica, se for comprado aos outros homicídios todos envolvido coisas erradas. Infelizmente os moradores estão colocando os imóveis a venda porque pessoas vem para cá e ameaçam a segurança. Esse rapaz é de fora, porém foi alvejado dentro do bairro”.

O presidente pede o apoio das autoridades. “Sem ações públicas fica complicado. O bairro precisa de muita coisa, calçamento, pavimentação, saneamento. O bairro está esquecido. Fizemos uma reunião onde pedimos várias solicitações. A iluminação é precária, não tem creche, não tem um projeto para envolver a criança, adolescentes e jovens”.

O vendedor autônomo, membro do Conselho de Saúde e do Conselho da Criança e do Adolescente, Roberto Das Neves de Souza também afirmou que o bairro está esquecido pela municipalidade. “É uma situação caótica, é triste para o nosso bairro ver um morador do nosso bairro jovem, um rapaz excelente ser alvejado por conta de um cara que veio de Cachoeiro”, disse.

O poder Público precisa se fazer presente. “Precisamos de saneamento básico, calçamento, essa praça saiu no ano passado por um milagre. Estamos abandonados aqui, o prefeito faz reunião, faz promessa, mas, nada, a iluminação precária e as ruas nessas condições. Lamentável. Precisamos de mais segurança e policiamento”.

Falta projeto e sobram crianças e adolescentes nas ruas. “Essa situação nos deixa muito preocupada. Hoje, na atual conjuntura do mundo, vivemos dias muitos difíceis com a violência. Temos muitas crianças nas ruas sem ter o que fazer. Tinha de ter algo para que eles pudessem, sair um pouco da rua”, reclamou uma moradora que não quis se identificar.

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