VIDA DE FORMIGA
No livro Macunaíma, de Mário de Andrade, a diversão principal do protagonista na infância era decepar cabeça de saúva. Também: “Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são!”, assim falou Macunaíma, pois a formiga havia virado uma praga para as lavouras no país. Em contrapartida, em algumas fábulas, a formiga é símbolo de trabalho, como em A cigarra e a formiga.
E é no sentido de trabalhadora que observamos esse bichinho tão minúsculo com maior frequência. Quando pequena, ficava intrigada com a maestria das formigas em andarem em fila indiana, carregando o alimento para o formigueiro e, de repente, elas desapareciam dentro dele, com suas estruturas tão engenhosas, curiosas até ao mais importante engenheiro.
As formigas têm um espírito de equipe muito forte, cada uma desempenha seu papel para o bem de todo o formigueiro, não pensam somente em si mesmas, mas no conjunto. Esse andar em fila indiana, sem perder o passo e o ritmo, é porque elas têm uma substância chamada feromonas que, ao achar o alimento, liberam a mesma, deixando um rastro para que as outras possam saber o caminho para se chegar até a comida e, quando esta acaba, elas deixam de liberar para avisar que acabou. Essa mesma substância é liberada quando alguma formiga é esmagada, pois, é preciso avisar às outras que ali existe perigo.
Bem, ainda dizem por aí que toda essa cooperação, esse espírito de solidariedade é irracional. Será mesmo? Tenho lá minhas dúvidas, pois se ser racional é o poder da fala e de ter um cérebro eclético, características destinadas ao ser humano, minhas dúvidas se multiplicam.
O ser humano não elimina nenhuma substância para a união e fortalecimento do grupo, igual as formigas. Pelo contrário, ele destila um veneno chamado falsidade que, a todo o momento, injeta no restante do grupo, contamina aqueles que ainda querem cooperar e o pior: vivem com um sorriso estampado em sua cara de pau, para enganar e iludir seu semelhante.
No formigueiro, existe a rainha, que é responsável por trazer ao mundo novas formigas, enquanto as obreiras vão de um lado para o outro, em busca de comida e até regurgitam alimento para as outras que, por ventura, não o tem. A rainha, chegada a hora, libera uma feromona especial em que as obreiras entendem que é preciso formar novas rainhas.
No mundo racional, a rainha teria um cargo privilegiado aos olhos das obreiras e, estas, com a famosa inveja, fariam de tudo para que a vida no formigueiro desse errado através de intrigas, fofocas, política da boa vizinhança e tantos outros apetrechos que, como disse Macunaíma, de “sarapantar” e, num cinismo tão grande que, quando descobertas, fingem ser as melhores amigas, pura estratégia: na presença da rainha são submissas e covardes, em sua ausência, produzem veneno em doses homeopáticas para o formigueiro adoecer bem lentamente, não explicitando totalmente a sua crueldade.
Temos muito que aprender com os animais. Em seus mundos irracionais, eles nos dão lição de vida. Eles protegem o grupo, nós, os ditos racionais, fazemos de tudo para dizimá-lo.
É, Macunaíma, você não sabia o que era gente e o que era máquina na grande São Paulo. E eu já não sei o que é racional e irracional na Humanidade.
LI E GOSTEI
O livro Eu sou Trezentos, de Eduardo Jardim, é uma biografia (agora todas são autorizadas) de Mário de Andrade. Ele conta a trajetória do escritor, principalmente no seu momento Modernista e faz uma revelação bombástica.
ASSISTI E GOSTEI
O filme Insurgente, 2015, dirigido por Robert Schwentke, é a continuação da trilogia Divergente. Nessa parte da história, os divergentes são caçados, pois acredita-se que um em especial pode acessar o segredo de uma caixa que terá a informação para mudar a vida da futurística Chicago.
FRASE DO DIA
De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades para caírem as podres.
OUVI E APROVEI
E na voz do Ultraje a Rigor: Ô neném, não foi assim que eu te ensinei/ pô neném, agora eu me decepcionei/ torcer prá que o meu sucesso acabe/ prá quê, acho que nem você sabe/ eu sei, ‘cê não pôde ser o que sempre quis/ então não suporta ver ninguém feliz/ Meu bem eu sei que o sucesso nem sempre dura/ mas a mediocridade não tem cura…
E A GRAMÁTICA… COM AS CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA
‘Mãe’ tem ‘m’ em muitas línguas
Você sabia que a palavra ‘mãe’ inicia com a letra ‘m’ em diversas línguas? Acredita-se que a origem da palavra esteja relacionada a um dos sons fundamentais da espécie, que é o do bebê pedindo para mamar. Veja abaixo uma pequena lista da palavra ‘mãe’ em outros idiomas.
Alemão …………. Mutter Bósnio…………… Majka Búlgaro…………. майка Catalão…………. Mare Chinês………….. Mǔqīn Croata…………… Majka Dinamarquês …. Mor Eslovaco ……….. Matka Esloveno……….. Mati Espanhol ………. Madre Francês ………… Mère Galês ……………. Mam Haitiano………… Manman Grego……………. Mi̱téra Havaiano ………. Makuahine Híndi…………….. Māṁ |
Holandês ………. Moeder Inglês……………. Mother Irlandês ………… Máthair Islandês ………… Móỗir Italiano …………. Madre Latim ……………. Mater Lituano………….. Motina Norueguês …….. Mor Polonês …………. Matka Português ……… Mãe Romeno ………… Mamă Russo ……………. Mat’ Sérvio……………. мајка Sueco …………… Mor Tcheco………….. Matka Ucraniano …….. Maty Vietnamita…….. Mẹ |
Fonte: Só Português