7 DE SETEMBRO: Diocese de Cachoeiro e movimentos organizam 30º Grito dos Excluídos
A Concentração será às 16h, na Igreja Nossa Senhora da Consolação, no bairro Guandu
O Grito dos Excluídos chega a sua 30ª edição em 2024, consolidando-se como uma das principais manifestações populares do Brasil, com atos em várias cidades do país. Em Cachoeiro de Itapemirim está será a 3ª edição após um longo período sem acontecer. A Concentração será às 16h, na Igreja Nossa Senhora da Consolação, no bairro Guandu. De lá, os manifestantes seguem rumo à Catedral, no centro da cidade. No trajeto serão feitas quatro paradas: no Mercado da Pedra, que fica em Guandu, na praça do Roberto Carlos, na avenida dos bancos, e na rua Barão de Itapemirim, um pouco antes de chegar na Catedral. As três últimas paradas são no centro, locais escolhidos, segundo o Coordenador da Área Pastoral Cachoeiro (Regional II), Enildo Genésio de Souza, por ter maior fluxo de pessoas.
Neste ano, a manifestação traz como tema “Vida em Primeiro Lugar!”, acompanhado do lema “Todas as formas de vida importam! Mas quem se importa?”. As frases são chamados para reafirmar o compromisso em defesa da vida em todas as expressões e provocar reflexão sobre a indiferença da sociedade em relação às múltiplas formas de exclusão.
“O tema quer resgatar essa dimensão da importância da vida. Nós, como igreja, somos a favor da vida. Jesus disse: eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância. Então, defendemos a vida desde a concepção até o seu último suspiro”, explica padre Enildo.
Ele faz parte da organização do Grito que, este ano no Brasil, celebra três décadas de trajetória e luta. Iniciado em 1994, durante a 2ª Semana Social Brasileira promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o movimento ecumênico se firmou como uma voz ativa na defesa dos direitos dos marginalizados e na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária.
“Ao longo do tempo, o movimento adquiriu musculatura, ampliou as suas parcerias com centrais sindicais do campo e das cidades, com coletivos. A sociedade, a população brasileira, entendeu o significado do Grito”, afirma Enildo. Segundo ele, apesar disso, os desafios e a luta continuam.
“Nos últimos tempos, estamos passando por momentos difíceis e o grande desafio, para nós, é fazer as pessoas entenderem que esse manifesto é, acima de tudo, uma reflexão que levanta bandeiras comuns à todos, como por exemplo: a igualdade, o respeito e a defesa integral da vida.”
O Grito dos Excluídos e Excluídas acontecem sempre no dia 7 de setembro, Dia da Independência no Brasil. O significado e as disputas em torno da data, muito celebrada, é um dos temas que a manifestação realizada pelos movimentos sociais e populares leva às ruas desde o início de sua história.
“O Grito dos Excluídos acontece no dia de um outro grito famoso, que é o da Independência do Brasil. Quando nós vamos para a rua, para gritar nossas reivindicações e principalmente por aqueles que não tem voz”, afirma.
A manifestação busca mobilizar a sociedade na luta por direitos, como saúde, educação, habitação e segurança alimentar, e no combate ao racismo, violência contra mulher e outras formas de discriminação e ódio. O movimento também se une à pauta das comunidades tradicionais, defendendo a agricultura familiar baseada na agroecologia, a “Economia de Francisco” e o cuidado com a casa comum. “Quantas queimadas estamos enfrentando nos últimos anos? A enchente do último mês de março (2024), que assolou o sul do Espírito Santo. Nossa casa comum precisa ser ouvida e vamos gritar por ela”.