PCES realiza maior apreensão de cocaína pura da história do estado em Vila Velha
Em uma operação histórica realizada nesta quinta-feira (17), a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) apreendeu 500 quilos de cocaína pura, considerada a maior apreensão desse tipo de droga na história do estado. A operação, denominada Magnum Damnum, foi conduzida pela Superintendência de Polícia Regional Norte (SPRN) e contou com o apoio do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) Norte, além de outras delegacias especializadas.
A droga foi encontrada em um bunker subterrâneo localizado em uma residência no bairro Ponta da Fruta, em Vila Velha. Estima-se que a carga tenha um valor de mercado que pode ultrapassar 100 milhões de euros na Europa, destacando a relevância e o impacto financeiro dessa apreensão no tráfico internacional.
Investigações e contexto da operação
As investigações começaram há cerca de quatro meses, após uma série de apreensões de drogas e mandados de prisão relacionados ao tráfico no Espírito Santo. A operação também resultou na prisão de criminosos de alta periculosidade, incluindo indivíduos vinculados a homicídios e à distribuição de drogas, como o traficante conhecido como “Brian”, apontado como líder de uma rede criminosa que atua em várias regiões do estado.
Segundo o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, José Lopes, a apreensão foi resultado de um trabalho intenso de inteligência, envolvendo monitoramento e investigações complexas. “Essa operação só foi possível graças ao investimento em tecnologia e à qualificação dos nossos policiais”, afirmou Lopes, destacando o papel fundamental do programa Estado Presente no combate à criminalidade organizada.
Estrutura da rede criminosa e ações policiais
A rede criminosa desmantelada pela operação tinha ramificações tanto no Espírito Santo quanto em outros estados, com conexões no Rio de Janeiro. O traficante “Brian”, que comandava a distribuição de drogas, tinha seu principal braço direito, conhecido como “Nego Mascote”, atuando na logística de transporte da cocaína. Apesar de tentativas anteriores de fuga, “Mascote” foi localizado e preso pela equipe da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz.
Outro criminoso de destaque preso durante as investigações foi um assassino de aluguel que estava sendo procurado por diversos homicídios, incluindo o assassinato de dois indígenas em Aracruz, ocorrido no ano passado. Ele foi capturado em uma operação sigilosa em Fundão, conduzida pela equipe da Delegacia de Investigação Criminal (Deic) de Aracruz.
O papel da tecnologia no sucesso da operação
A operação Magnum Damnum é um exemplo do avanço tecnológico aplicado nas investigações da Polícia Civil do Espírito Santo. O Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) foi essencial para mapear os passos dos traficantes e identificar os locais de armazenamento e transporte das drogas. Fabrício Dutra, superintendente da SPRN, destacou que o uso de ferramentas tecnológicas avançadas, aliado ao trabalho incansável das equipes de campo, permitiu que a polícia desarticulasse uma das maiores redes de tráfico do estado.
“A evolução tecnológica que tivemos nos últimos anos, com o apoio do governo estadual e da Secretaria de Segurança Pública, fez toda a diferença nessa operação”, disse Fabrício durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de quinta-feira. Ele ainda enfatizou que o tráfico de drogas não terá trégua no Espírito Santo, e que a operação representa um marco no combate ao crime organizado.
Impacto e desdobramentos
O secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno, elogiou o trabalho das equipes envolvidas e destacou a importância de operações como essa para enfraquecer o poder econômico das facções criminosas.
“A criminalidade organizada no Espírito Santo nunca estará acima do estado. Através da qualificação e do comprometimento dos nossos policiais, garantimos que o crime não terá vez aqui”, afirmou Damasceno. A operação, segundo ele, também faz parte de um esforço maior do governo estadual para reduzir os índices de violência e crimes relacionados ao tráfico.
Coletiva de Imprensa
Durante a coletiva, além do secretário Leonardo Damasceno e do delegado José Lopes, também estiveram presentes o delegado André Jaretta, titular da DHPP de Aracruz, e o delegado Ricardo Barbosa, da Deic de Aracruz. Ambos desempenharam papéis cruciais na coordenação das ações em campo e no sucesso da operação.