Homem em situação de rua é morto a facadas em Piúma; filha relembra trajetória de superação e declínio
Na manhã desta sexta-feira (29), Piúma amanheceu com uma tragédia. Gilson dos Santos Carriço, de 57 anos, foi brutalmente assassinado a facadas em um lote que dá acesso ao campo do bairro Lago Azul, um local conhecido pelo consumo frequente de drogas. Ele, que era pedreiro e já havia sido considerado um profissional exemplar, vivia em situação de rua há cerca de dois anos, lutando contra a dependência química.
Gilson era pai de quatro filhos e, segundo a filha mais velha, Jéssica Marques Carriço, de 33 anos, comerciante, foi um homem dedicado à família e ao trabalho. “Ele fazia de tudo para não faltar nada em casa. Meu irmão mais novo nem conheceu o pai que eu tive a oportunidade de conhecer, um homem honesto e trabalhador”, relatou.
Apesar de um passado marcado por dedicação e conquistas, a vida de Gilson mudou após o envolvimento com drogas, que começou, segundo familiares, após ele se aproximar de pessoas que o incentivaram ao uso de crack. A transição de um profissional requisitado, chamado até na rua para trabalhos, para um homem em situação de rua foi rápida.
A família de Gilson não poupou esforços para ajudá-lo. Ele chegou a ser internado e frequentar uma igreja no bairro, buscando um recomeço. Contudo, a luta contra a dependência foi mais forte. “Ele dizia que queria sair dessa vida, tinha esperança. Mas, infelizmente, não conseguiu”, desabafou Jéssica.
O assassinato aconteceu por volta das 6h da manhã, sob uma árvore em um local marcado por presença constante de usuários de drogas. A polícia trabalha com a hipótese de que dois suspeitos, uma mulher e um homem, estejam envolvidos no crime. Um deles já possui um histórico extenso de delitos.
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Populares relataram que Gilson era conhecido como “Papai Noel”, apelido dado devido à sua longa barba. Contudo, esse símbolo de carisma contrasta com a violência que marcou seus últimos momentos.
Em meio à dor da perda, Jéssica expressou sua fé: “Deus sabe o que aconteceu e conhece o coração dele. A esperança sempre foi vê-lo como ele era antes. Agora está nas mãos do Senhor.”
Agora, as investigações seguem.