O álibi de Priscila não procede. “Ela vivia atrás dele, ela batia nele”, afirma filha de Gilson, pedreiro assassinado em Piúma
“Ela vivia batendo nele, eu avisei ao meu pai que ela podia ainda fazer besteira”.
A mulher vista saindo correndo do local do crime que tirou a vida do pedreiro Gilson dos Santos Carriço, perto do campo do bairro Lago Azul, em Piúma, é Priscila de Oliveira Marcilio. Ela foi presa por força de uma mandado de prisão preventiva expedido em desfavor dela, na tarde desta segunda, 02, junto com Leoni dos Santos apontados como assassinos do pedreiro. No depoimento dela na delegacia, ela contou ao delegado que foi assediada por Gilson e o atual companheiro não gostou e o matou com seis facadas. Mas este álibi não convenceu o delegado Dr. Vitor Alano e na verdade, ela não era assediada pela vítima, ela quem vivia atrás dele.
A filha de Gilson, Jéssica Marques Carriço lembrou que Priscila vivia com o pai em vários lugares. Eles se desentendiam, mas não ficavam muito tempo distantes. Mas ela não era só dele, vivia com vários outros homens ao mesmo tempo. Se conheceram há muito tempo.
Segundo Jéssica, muito pelo contrário do Priscila alegou ao delegado, ter sido assediada, bastava ela sair das clínicas que o procurava pelas ruas, ficava atrás dele, tinha esperança que o pai dela assumisse um relacionamento sério.
Mas nesta vida, onde a droga tira toda e qualquer lucidez, é difícil um homem manter um relacionamento só, tudo vale pelo vício e a pedra leva o indivíduo a perda de todos os valores. Inclusive a prostituição é uma prática quase sempre comum entre dependentes químicos.
“Várias vezes ela batia nela. Às vezes o pessoal mesmo da rua falava: ‘ah a aquela coxuda bateu no seu pai esta noite’. Teve um dia que ele foi lá em casa me chamar, estava com o olho roxo. No outro dia, quando eu fui vê-lo, a vista dele estava preta. Eu perguntei, ‘pai foi Priscila né?’. O pessoal falou que foi Priscila. Ele disse: é, num dá nada não! Neste mesmo dia eles tinham tirado ela de cima dele, porque ela tinha tática de luta e ele muito magrinho, miudinho, nem se comparava a força que ela tinha pra ele. Ela vivia batendo nele. De vez em quando ela pegava “ele”, cacetava o véi. Eu falava, não anda com ela porque ela vai fazer besteira com você, mas ele achava que não, dizia, dá nada não, ela gosta de mim”.
A filha lembrou que de vez em quando ia levar marmita para ele e ele estava com ela. “Dá última vez que eu vi ‘eles’ juntos, eu falei: vocês estão juntos de novo, vocês não têm vergonha na cara né. Ela ficava rindo, na cabeça dela, ela tinha esperança de papai assumir ela”.
Jéssica relembrou de outra ocasião em que o pai estava junto com Priscila em um apartamento que ele tinha antes de vender tudo e ir para a rua de vez. “Ela bateu nele, segurou forte, a minha irmã chamou a polícia porque eles estavam brigando. Ela deu uma chave de coxa, segurou ele. A Polícia veio, levou eles para a delegacia de Itapemirim, chegou lá ela falou que ela tinha começado a agredi-lo e ele tentava se defender, mas ela estava machucando-o. Ela se machucou e disse que foi ele, mas na delegacia ela confessou que foi ela quem tinha se machucado para acusá-lo. Nós fomos atrás dele. Neste dia ela queria se matar. A mãe dela ainda era vida. Papai pediu que levasse ela, porque estava com o pé machucado e com febre. Eu peguei, a coloquei no carro e a trouxe para a casa da mãe e disse para ela depois decidir o que fazer”.
Neste dia Jéssica a levou da delegacia até a casa da mãe de Priscila. “A deixei na porta da casa da mãe dela. Deus que me perdoe, se eu soubesse que ela ia fazer o que fez com meu pai, tinha deixado ela pra trás naquele dia, se ela quisesse tirar a vida que se matasse, para ela fazer o que ela fez com meu pai foi uma covardia. Até roupa da gente já demos para ela. Quantas vezes, marmita, roupas, quando ela estava com ele, a gente dava para ela também. Ela foi muito covarde, muito cruel. Ela foi muito cruel mesmo. A gente a conhece desde criança. Ela foi muito cruel”.
Foto: Arquivo pessoa