OPINIÃO: “jornalista Luciana Maximo bate o carro e morre”
Ontem o dia foi perfeito, se não fosse o excesso de álcool, Luciana fez uma live logo que chegou à Praia convidando as pessoas a conhecerem o local
Já pensou se você ler esta notícia hoje? Primeiro você ia tomar o maior susto da sua vida e iria jogar o celular, ou o computador longe. Pensaria de cara: Jesus, como ela está morta? Ela escreveu a notícia da própria morte? Luciana adivinhou que ia bater o carro e morrer? Ela é mesmo de outro mundo, uma assombração, inferno de doida. Recebi a matéria do telefone dela. Como assim? Não vi nada no face. Claro que não viu, ela não tá morta…
Caraca, era pra ter sido um domingo divertido com os filhos, Ana, Vanessa, Bibinha e as crianças, mas o piquenique acabou em tragédia. Ela fez até uma live ontem. Meu Deus, que tragédia! ‘Nuss’ que merda que é a bebida! Gente, tão nova! Meus sentimentos à família.
Pensa numa pessoa gente boa! Já morreu tarde, praga de jornalista fdp…
Há os que diriam assim: poxa, Luciana era excelente jornalista. Que merda que a bebida faz. Luciana era quem batia de frente com os políticos, não gostava de coisas erradas, denunciada tudo.
Como que vamos saber das notícias em Piúma? Quem vai atender as comunidades e fazer aquela live?
Pois ‘éh’, eu não morri, estou vivinha da Silva, o texto não é pegadinha este texto, é um aviso: bebida é coisa do “coiso ruim”. Traz uma falsa alegria e depois, uma tristeza eterna.
O piquenique
Acreditem, esta tragédia poderia ter ocorrido, mas não aconteceu porque Luciana não dirigiu bêbada. Ana Cláudia que decidiu parar de beber há quatro meses pegou a direção do veículo, colocou as crianças na cadeirinha, o cinto de segurança e conduziu a volta para casa.
Luciana havia comprado apenas quatro cervejas Boemia para tomar na praia depois de 21 dias de dieta por recomendações médicas.
Mas a bebida é mesmo uma desgraça, e jamais fica em quatro apenas. Uma cerveja puxa a outra. Os amigos provocam, fazem vaquinha e, infelizmente, a farra não tem hora pra acabar.
Dificilmente onde há o álcool tenha: paz, tenha consciência, tenha respeito e dignidade. É sim, a porta de entrada de todos os problemas, da discussão a briga, do tapa ao tiro, das doenças, dos acidente, dos desentendimentos, dos leitos ocupados nos hospitais, das sequelas…
Ontem eu decidi beber depois de mais de 20 dias sem tomar uma piriguete. Eu comprei apenas quatro latões de Boemia e jurava que seriam somente as 4. Foi o estopim para comprar uma caixa em seguida, os amigos estavam juntos, querendo juntos. A gente fica metido a ser importante, quer pagar sozinho, tirar onda. E tem os que ficam espertos e aproveitam do otário. Não percebe que é um idiota, um otário fazendo graça e se ferrando mais e mais.
Retomada da consciência
Só de madrugada, depois de acordar com um bafo danado, tomar um banho, lavar a cabeça, retomo à memória e pergunto: Ana, você guardou o carro? Viu meu celular? Ana, você pegou minha bolsa que estava pendurada na árvore? Ana, Ana, Ana…
Ana guardou a carne, a linguiça, o pão de alho que sobrou. Ana retirou todas as coisas do porta-malas, deu banho nas crianças, penteou os cabelos, deu jantinha e ‘mamá’ para Agatha dormir.
Eu nem vi Jorge e Aghata me abraçando, nem ouvi eles dizendo que me amam e me chamando para orar. Eu nem orei para dormir.
Eu estou sóbria e observo agora como somos imbecis a cada gole que tomamos. Saí da dieta, não tomei os medicamentos, comi, erradamente, enfiei o pé na jaca. Engordei tudo que eu tinha perdido…
Eu ainda tive sorte. Ana não bebeu e pegou o carro, me trouxe pra casa e nem brigou comigo. Agora de madrugada, eu me lembrei de umas pessoas que falaram assim: “Ana virou crente, não bebe mais, o que será da vida dela? Vidinha sem graça. Ela tá esquisita sem beber…”
Veja como são imbecis e idiotas os que acham que escolher viver melhor é careta. E pensam que ser crente é vergonhoso e feio.
Feio foi o que eu fiz, fui motivo de chacota, enquanto pagava mico.
O álcool não te traz nenhuma alegria, traz sérias consequências além de danos irreversíveis. Ontem, enquanto bebia, várias pessoas morriam, batiam. E pode ter certeza, muitos Jorges e Agathas choram pela ausência de um querido que se foi. Muitas Anas choram e suportam bafo e peido fedorento.
Desculpe
Perdoe-me o início do texto, eu só escrevi assim para você ler até o fim e compartilhar, porque a tragédia é sempre motivo de surpresa e a maioria dos leitores tem fascinação por notícias sangrentas.
Que o maldito álcool esteja bem longe da sua casa e da sua família. Ele sempre começa com uma dose, ou quatro latões. Depois: o muro, o poste, o acidente, a briga, a conta, as consequências…