Pois Zé!
Poxa Zé você foi e nem se despediu…
De repente você tá almoçando e vê uma mensagem no WhatsApp e a fome some.
De repente você perde o rumo, perde a prosa, esquece tudo e o silêncio te toma, te doma.
A pressão arterial, aparece do nada uma dor na nuca, o ar parece ficar mais longe, o coração saltita mais rápido e você não chora. Engasga. Você não reage, se cala.
Segue ao hospital para aferir a pressão e ver as batidas do coração e tudo vai ficar bem. E de repente, as lembranças, as muitas lembranças vêm sendo recontadas com os amigos em comum do jornalismo. E as mensagens nas redes sociais não param e todos falam a mesma língua. Oh Zé, como assim você morreu?
Acho que este Zé era diferente. Zé Rubens, para uns, polêmico, para tantos – mestre, para a política, um articulador e aconselhador, para o jornalismo – prontidão e os mesmos problemas, a pouca visão e os equívocos no texto, cuja preocupação não era tanta, “corrige aí”, a essência era tamanha que a gente nem ligava…
Pois Zé, o espaço criado no Maratimba era administrado também por Adriano, o amigo de sempre que entregava o Jornal A Gazeta pelas ruas de Marataízes quando Zé lá trabalhava, era um menino.
Ainda ontem, Meritíssimo, nossa intimidade de chamamento, conversava com Adriano e fazia planos para depois da pandemia. Iam só os dois percorrer todo o litoral do ES até a divisa com a Bahia para falar das nossas belezas e certamente a culinária, que ele tanto apreciava.
Pois Zé, a pandemia continua e você, Zé foi sem dar adeus. Nem pudemos ir nos despedir.
Fica assim, a gente vai ficar com uma saudade gigante e aquela matéria, daquela música que fez sucesso na voz do Kid Abelha, que você queria que eu escrevesse com base na história que conhecia tim tim por tim tim ficou sem ser escrita com os detalhes que só você sabia. Porra, a pressa que eu tinha naquele dia que me telefonou quando se lembrou “NA RUA, NA CHUVA E NA FAZENDA, mês fez interromper o seu telefonema. Você cara, sabia que a casinha de sapê era em Itaipava antes desta história ser pautada em 2010 no Jornal A Gazeta.
Pois Zé, e agora eu fico aqui sem saber dos detalhes da Gioconda que você sabia…
Tanto conhecimento, tantos planos, tanto que me ensinou da história de Itapemirim e depois de Marataízes, que você ajudou a construir aliás, escreveu com conhecimento de causa.
Pois Zé, tudo que eu queria saber das praias era com você que eu aprendia. Ah, as Praias das Pitas, a da Colônia, a sua paixão pela Barra, pelas lagoas, pelo mar, pelo povo da terra do abacaxi. Sua paixão pela vida, pelos pasteis, pelo café, Ah, Zé… Que pancada você me deu hoje, majestade, de vez em quando me chamava também assim. Pois Zé, a gente pode se despedir!