OPINIÃO: Paulo Cola, corta na tora antes que as asas cresçam
Dos 11 eleitos na eleição de 2016, sete vereadores não se reelegeram a Câmara de Piúma, a renovação poderá ocorrer se os partidos não ditarem as regras do jogo
O jogo é pesado e inocentes devem começar a entender o tabuleiro e saber como vão mexer as peças. Podem fazer um gol de placa honrando cada voto concedido, conquistado ou comprado, representando de fato a população no Legislativo com projetos de leis importantes à cidade, indicações e fiscalizando o Executivo, ou podem ser perder já no início, antes da posse, tentando negociar uma posição confortável na largada.
É um jogo de poder, onde veteranos têm vantagens, conhecem o campo, dominam a linguagem e impõem a eloquência num discurso repleto de chulas metáforas. E os novatos, se forem ingênuos serão engolidos pelas raposas mais espertas. Terão um caminho nebuloso ficando a mercê de post’s no facebook e manchetes de jornais.
O momento agora é decidir quem vai ser o novo presidente. Os bastidores estão movimentadíssimos e as articulações já estão sendo costuradas. Há novato no centro da discussão falando pela sigla, defendendo a sua posição no ranking. Vai se queimar já já com a sua sapiência.
Há quem diga que de novo mesmo, o Bruno da Oi, Wallace Campi, Fabricio Taylor. Outros novos, novíssimos hasteiam bandeiras partidárias prontas a apitar o começo da jogada.
Comentam nos bares, guetos, Roda de malandro e praças que Samuel perdeu nas urnas, entretanto, vai mandar na Casa com o afilhado, Élber, com o fiel escudeiro Eliezer Dias, com o ex-secretário de sua gestão na Saúde, José Carlos de Araújo, com o menino jovem da favela, o Campi.
Outros arriscam comentários de que dona Martha continuará movimentando as peças no tabuleiro com Fernanda, Danielzinho e seu filhote, o Tobias: o campeão de votos. Hum…
Será? Parece que há novos que de inocentes não têm muito, já na campanha mostrou que tem disposição para negociar, percorre becos e favelas, gabinetes e associações…
Por outro lado, o prefeito eleito precisa administrar para toda a cidade de Piúma, com jogatinas baratas na velha política revezada de família em família já se perdeu muito de avançar a cidade que se tornou dormitório de turistas.
Fabricio Taylor e Jorge Miranda não são os dois únicos eleitos para a Casa de Leis como imaginam alguns por eles serem de partidos aliados a prefeito eleito. Ainda que Jorge seja do Partido da Mulher Brasileira aliado do Cidadania, de Fabricio, Cola precisa de todos, todos que defendam o justo, o certo, o ético, os direitos de toda a população.
A obra da orla não pode ficar para a próxima campanha política para ser discurso de oportunistas. Paulo e Ezequias deverão usar suas patentes e parar esse jogo antes que o apito seja dado! Tô avisando…
Piúma grita por emprego, por renda, por um turismo de qualidade, por escolas dignas, por mobilidade urbana, acessibilidade, grita por uma casa de cultura, grita, grita e geme. O seu povo em busca de oportunidades.
Não pode a Câmara jogar com os interesses de todo um povo, pensando apenas no bem estar dos seus.
Quatro foram reeleitos. Já sabem que não podemos mais esperar, que é preciso reconquistar os recursos perdidos, que é necessário concluir as obras, há muito o que fazer.
Essa conversa de, “farinha pouca meu pirão primeiro”, não pode mais ser o clichê dos nobres edis que estarão tomando posse na virada do mês que vem.
Eu sei que há entre alguns lá da nova turma, nenhuma noção do que vão fazer lá, contudo, não podem deixar que raposas velhas deem os discursos escritos e sejam apenas papagaios de piratas.
Compreendo que a cada cidade tenha sua pitada de bairrismo, eu dou valor, eu compreendo que os vitoriosos souberam conduzir seus passos à vitória, compreendo que muitos que aceitaram cestas básicas e até os que venderam três vezes o mesmo voto para diferentes candidatos tinham suas razões, ou mesmo aqueles que colaram o adesivo, encheram o tanque do carro, ou até mesmo aquele gari que comprou a nova peça para o carro quebrado que está na oficina com o que recebeu de um novato, eu compreendo. Compreendo a fome, compreendo a miséria, compreendo o analfabetismo político, compreendo a dor na hora de pedir um funeral que já seu direito de morto pobre, compreendo tanto que naveguei em algumas páginas nas redes sociais e não vim uma proposta cabível para o cargo de vereador (a), mas o que importa proposta? O que importa não ter a menor noção do que fará lá no Legislativo? Importa sim, serão marionetes? Papagaios de pirata?
Tudo bem que alguns não saibam nada, que contratem assessorias, mas, o que não posso aceitar, é ficarmos todos reféns de alguns nobres edis, que, em nome do povo, assina e cobra um preço estipulado.
Paulo Cola, corta na tora, antes que as asas cresçam ou ficaremos sonhando com uma renovação que não passou de discurso de campanha.