As redes sociais e suas complexas relações

Artigo do mestre Jordan L. Alves, convidado do jornal. O texto é de total responsabilidade do autor

Jordan L. Alves – Doutorando e Mestre em Linguagem

Alguns dos meus leitores não vão concordar com as minhas afirmações, mas é isso que eu busco: apoie-me ou me refute. Este é o bem mais precioso da democracia – o direito de questionar ideias e posicionamentos.

Em um mundo marcado cada vez mais por interações virtuais, as pequenas e mais singelas formas de sentir e amar foram substituídas pelo o que muitos chamam de direito ou liberdade de expressão.

No entanto, da mesma forma que as redes sociais aproximam sujeitos que estão geograficamente distantes elas criaram barreiras quase que instransponíveis em grupos sociais intimamente próximos. Aqui, caro leitor, me refiro ao ódio.

O ódio talvez seja o fator mais nocivo produzido pelas redes sociais, pois ele existe muito antes de qualquer tipo de interação, seja pessoal ou virtual. Ele apenas existe, pois o Outro permeia nossa existência e pode por diversos motivos criar raízes. O filósofo Jacques Lebrum, explica que é humano sentir ódio, pois faz parte da natureza ontológica humana, mas o perigo encontra-se em desfrutá-lo e se sentir confortável ao senti-lo.

As interações via redes sociais parecem invisibilizar para muitos que os reais usuários destes mecanismos tecnológicos são homens e mulheres de carne, osso e sentimentos. Muitos esquecem que as críticas, as ofensas, os xingamentos e as ameaças não são direcionadas a um dispositivo numéricos pálido e fosco. Palavras carregam significados, força e poder afetando a realidade de diversas pessoas em inúmeros espaços. Palavras virtuais podem criar ações reais. Exemplos pelo mundo não nos faltam.

Infelizmente, com dor e poucas esperanças, mas acreditando que por mais bactérias e vírus que haja no mundo, a ameaça maior sempre seremos nós mesmos. Com a falta de empatia, solidariedade e a insuficiência de se colocar no lugar do outro.

Por fim, que aprendamos com a mestra Cora Coralina “me esforço para ser melhor a cada dia. Pois bondade também se aprende,

Jordan L. Alves

Doutorando e Mestre em Linguagem – Universidade Estadual do Norte Fluminense e pesquisador convidado da Red Nacional de Investigadores en el Estudio Socio-Cultural de las Emociones (RENISCE), – Universidade Nacional Autônoma do México

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