CRÔNICA: adeus Poca Aghá…

Momentos de diversão, prazer e confusão, a casa foi demolida depois de uma ação judicial

Lupanar, prostíbulo, privê, bordel, zona, casa da luz vermelha, casa das primas, casa de facilidades, cabaré, puteiro, casa de prostituição, Poca Ovo, Poca Aghá, Night Club, agora não importa mais como se chama o local onde milhares de momentos de prazer, tesão, solidão, tristeza, alegrias e dor foram registrados nas camas, paredes e nas mesas do bar.

Muitos orgasmos, fingimentos, tapa na cara, carinho, afeto, e talvez até casamento pode ter começado aos pés do Monte Aghá, depois de paixões avassaladoras, amor à primeira vista ou um programa repetido com uma das mulheres que por lá passaram.

Histórias que envolvem homens e mulheres. Mulheres que dedicaram tempo a este trabalho, tão antigo quanto a humanidade. E neste instante, tanto faz a crítica, ou o xingamento. Elas venderam prazer a quem pagou por horas.  

Night Club, ou boate, assim foi nomeado a Casa dos prazeres, próximo à Praia do Martim Moreira, quase em frente ao Monte Aghá, em Itapemirim. Este nome talvez seja difícil para pessoas mais simples pronunciarem.

Historicamente falando, em Piúma, há mais de 30 anos teve um pequeno Bar no bairro Itaputanga onde as “kengas” o rodeavam, com exatidão contou um ex-cliente com saudosismo e lembranças daquele tempo.

Época em que se pescava lagosta na Praia bem perto da Boate demolida hoje. E sem saber para onde ir e quem cozinharia os crustáceos, eis a ideia fenomenal: Poca Ovo! Ué, mas existiu Poca Ovo mesmo? O nome exato do bar, não fora informado, apenas a proprietária, que neste instante, será preservado.

O acordo com a dona do bar era que ela cozinhasse os pertencentes a família dos palimurídeos aos amigos que em troca deste serviço pagariam a cerveja.

Conta alta e todos duros, um deles possuía cheque, na época, e no canhoto, eis a descrição: Poca Ovo.

O talão foi parar em outra casa, de um amigo do dono do cheque. A esposa ao apalpar os bolsos achou o bendito talão de cheques e ‘fuçou’ canhoto a canhoto, e ao descobrir que o marido era um frequentador do Poca Aghá, deu-lhe uma coça de cabo de vassouras.

Ainda não havia o Poca Aghá, nomeado pelo dono do cheque, que neste instante não será revelado o seu nome. Está muito bem casado e membro de uma igreja evangélica não convém revirar o seu baú da juventude. Mas foi ele que teve a ideia, com a queda do Poca Ovo nomear o Poca Aghá, que também revira as memórias de muitos hoje.

Ah, por que Poca Ovo? Porque muitos homens acabaram contraindo doenças sexualmente transmitidas pelas belas meninas da Casa.

Ah Mário, Mário… Mário já se foi, era policial, mas na Cidade das Conchas havia um sósia dele que frequentava assiduamente o Poca Aghá, até o dia em que sua mulher foi até esta maldita casa atrás do marido parecido com o policial. Quando ele soube que estava no Bordel, correu e se escondeu debaixo da cama. E ela, revirou tudo. Lá debaixo ele gritou com “foió apertado”: mulher, quem tá aqui é Mário… E o bambu gemeu no lombo do macho…

São muitas histórias que envolvem a casa, até mesmo a do cunhado e do concunhado. Saíram juntos para se divertirem e passaram o dia todo no bordel. perderam a hora. Ao cair da noite, a esposa do cunhado desesperada de tanto procurar o marido perguntou ao filho. _ você sabe do seu pai…? O menino então, a levou a boate. Ela deu de cara com ele bêbado como uma porca, com a calcinha da “piranha” na ponta do dedo rodando. Até hoje o cunhado lembra quando o encontra e repete o gesto da calcinha giratória do dedo indicador.

O Night Clube foi demolido após uma batalha judicial, o inquilino que lá estava se achava dono, mas recebeu uma ordem de despejo e, na noite de ontem começou a mudança da casa noturna. Saíram todos, as meninas, as fantasias, a maquiagem, os lençóis, os preservativos, o perfume… Hoje máquinas e homens derrubaram as paredes do ‘puteiro’ que marcou a vida de tantas pessoas e fez tantas mulheres entrarem em vias de fato com os seus maridos galinhas.

Fim de uma era, três décadas se transformaram em poeira, como o dinheiro ganhado lá.    

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