Adeus a um super pai
“Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” – João 11: 25
Inicio esta breve crônica/carta te trazendo um recado: Vanessa, Arthur, André e Amarildo Júnior mandam dizer que te amam e que estarão juntos em breve. Pode ter certeza, não acabou.
18 de fevereiro de 1963 foi o dia mais feliz da vida do seu Edilson Freire e dona Nilza, pais de Amarildo Amaro. Data em que nascia. Não tenho dúvida, ainda que não os conheça. Mas, dia 23 de março não será esquecido. Os 57 anos que esteve presente com os seus, serão lembrados a todo instante. Com gratidão, com alegria e com reverência ao exemplo de um pai-herói.
E pode ter certeza, não é para todas as famílias ter um Amarildo Amaro Freire. Um apaixonado pela vida, pelo trabalho, pelo artesanato, pelas coisas mais simples desta vida: Futebol, cozinha, família e trabalho.
Pensa num amigo! Conselheiro, cara do bem, sorriso maroto: uma mistura de tímido com sério e ao mesmo tempo, sorriso solto.
Tricolor de corpo e alma. Se perguntar a qualquer pessoa na cidade uma informação sobre Amarildo, não é porque ele se foi, o cara é o cara!
O pai de André, Vanessa, Amarildo Júnior e avô de Arthur teve paixões na vida. O artesanato que se dedicou durante muito tempo e produziu peças únicas trazem as marcas do seu doce olhar. Por 12 anos foi operador de produção na Samarco Mineração de onde dignamente tirou o sustento à sua família.
É, em casa, a cozinha era o lugar predileto. Amava temperos, peixes, tabuleiros e receitas dele. Passava horas preparando comida. Entre os pratos: a moqueca, imagina a moqueca mais deliciosa do mundo, Amarildo sabia preparar e gostava que todos se sentassem a mesa juntos para degustar até acabar a cabeça do peixe.
Aquariano nato, era teimoso, quando colocava uma ideia na cabeça era difícil de tirar. Mas o pai de Vanessa, o Amarildo, era sempre um eterno conselheiro. Gostava das coisas certas. Não gostava de conversa atravessada. O que é certo é certo, o que é errado é errado. Não teve vícios, a alegria sempre foi de verdade, sem ilusionismos e sem perca de tempo.
Natural da Cidade das Conchas, morou durante anos no bairro Niterói, era amigo de todo mundo lá. Doutro Lado amanheceu nesta terça-feira compartilhando a foto de Amarildo. Acidade toda se uniu para ajudar a encontra-lo. Foi dando meio dia e as notícias não eram boas.
A cidade ficou sem chão com a notícia da morte do seu filho querido. A jornalista que escreve tragédias diariamente e gosta de detalhes na escrita recebeu o áudio onde o policial fala de como tudo aconteceu. E mesmo sem ter amizade com o avô de Arthur preferiu não redigir esta notícia, optou pela crônica, para dizer a família de Amarildo que a passagem dele aqui marcou a vida de muita gente, até de quem não o conheceu.
O bolo nunca mais será o mesmo, o que você fazia tinha receita só sua. Arthur pode ir ao campo de futebol jogar uma pelada qualquer dia deste, mas você não estando com ele, não tem a mesma alegria.
O que fica para seus filhos Amarildo, é o amigo que sempre foi e será para sempre nas memórias. E quer saber, haverá o dia que estarão juntos novamente. No orvalho que cair no outono estará, nas estrelas que brilharem a noite estará em destaque. Em cada nascer do sol no infinito e em cada final de tarde estará na lembrança de todos que tiveram a sorte de viver com você.
Fico triste que eu não tenha trocado dois dedos de prosa com você, certamente eu teria aprendido mais sobre a vida, sobre honestidade, sobre caráter, ética e amor.
Um cara como você Amarildo, Deus tem alegria de receber e Jesus em sua infinita misericórdia te abraça nesta chegada tão inesperada. Sua partida deixa Piúma muito mais triste hoje. Fique em paz, sua família registra os melhores e únicos momentos. Sua filha Vanessa manda dizer e você já sabe, foi o melhor amigo dela, o conselheiro e em breve estarão juntos. Ah, ela diz que te ama demais, ta”?
Que o seu exemplo de pai, avô, esposo, amigo respingue em cada um de nós nestes dias tão difíceis. Um brinde a você que se dedicou a vida com coragem!