Agosto Lilás
Bruno é articulista e escreve no Portal como colaborador e parceiro do Jornal, sem qualquer vículoempregatício. As opiniões são de responsabilidade exclusiva dos autores
Agosto é daqueles meses que tem mais de uma campanha rolando: Dourado, Lilás e Laranja. Dando continuidade ao arco íris de campanhas que povoam nosso calendário, não podemos deixar de falar do Agosto Lilás, que é a campanha de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher.
Hoje, ao entrar no restaurante Cheiro Verde em Vila Velha, me deparo com o cartaz em destaque do “VIOLENTÔMETRO”, promovido pelo Tribunal de Justiça do ES e pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (COMVIDES). O “VIOLENTROMETRO” é bem interessante. Ele enumera diversas ações. Começa com o número 1: “piadas ofensivas” e termina no número 28: “MATAR”. Entretanto, ainda mais interessante que as ações, são os dizeres da coluna à esquerda, que indicam o que fazer: tomar cuidado, reagir e pedir ajuda. Só que pedir ajuda, só vai até o número 27: “mutilar”. Depois de morta, não há o que fazer. O subtítulo do cartaz diz tudo: “tome uma atitude antes que seja tarde demais”. Outro dia uma colega me relatou que a mãe foi vítima de feminicídio. Pra ela, a realidade foi a mais dura possível. Mas ela aprendeu a lição: não tolera nem o número 1: “piadas ofensiva”. Vou repetir porque nunca é demais ser redundante nisso: “tome uma atitude antes que seja tarde demais”.
Na pandemia, infelizmente, com as pessoas ficando mais em casa e intensificando a convivência, registrou-se mais ocorrências de violência doméstica. Há quem veja esse aumento como uma situação positiva, pois mostra que as mulheres ao menor sinal de violência estão buscando mais seus direitos e pedindo socorro. O que preocupa muito é que as estatísticas de denúncias formais ainda não representam o real universo da violência doméstica no país. Essa violência, muitas vezes velada, está por toda parte. Na ocasião do Junho Lilás, escrevemos sobre a violência contra os idosos e coincidência ou não logo em seguida o Jornal Espírito Santo Notícias destacava a absurda situação do abrigo de idosos em Itapemirim. Assim como os idosos e as mulheres, qualquer grupo em situação de vulnerabilidade merece campanha de conscientização, porque nunca é demais ser humano.
Tudo começa em casa: educação, caráter, fé e também a paz. E nada melhor do que o exemplo pra ensinar. A violência doméstica é uma constante em muitos lares brasileiros. E o que de bom pode vir desse ambiente de violência? É preciso ensinar aos pequenos que é normal viver em harmonia e não em conflito, mas é preciso dar o exemplo, não adianta falar de paz para as crianças se os pais vivem brigando. A violência não está longe. “Chantagear, mentir, ignorar, ciumar, culpar, desqualificar, ridicularizar, humilhar ou intimidar”. Esses primeiros atos do “VIOLENTÔMETRO” são muitas vezes constantes e passam despercebidos. Já numa absurda normalidade. Assim como já não mais nos espantamos com alguma notícia de corrupção de políticos. Repito: ” “tome uma atitude antes que seja tarde demais”.
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