Suzano: ES quer diversificar matriz industrial e agregar valor ao que produz
Anúncio de nova fábrica da Suzano, em Aracruz, potencializa esse objetivo e contribui para o desenvolvimento do Estado
Ter mais atividades produtivas dentro da indústria é fundamental para tornar um Estado mais competitivo no mercado nacional e internacional e também para atrair mais negócios para o seu território. Por isso, o Espírito Santo quer cada vez mais diversificar a sua matriz industrial e agregar valor ao que produz.
A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini (foto principal), aponta que pensar na diversificação da matriz industrial é fundamental para traçar a visão de futuro para a Indústria capixaba, gerar mais empregos de qualidade, renda e oportunidades.
“O Espírito Santo tem todo o potencial para atrair investimentos em diversos segmentos, como estamos vendo acontecer. O anúncio que Suzano acaba de realizar, de construir uma fábrica de papel tissue e conversão no município de Aracruz, é um exemplo claro disso.”
Cris pondera que o trabalho realizado pela Federação em pautas como: a melhoria do ambiente de negócios, a implementação de inovação e tecnologia nos processos produtivos, o fortalecimento da infraestrutura, a qualificação de mão de obra e a conexão entre empresas por meio do Programa +Negócios, é fundamental para criar um ambiente propício para atrair novos investimentos para o Estado.
A presidente da Findes lembra ainda que o setor industrial capixaba representa 26,5% da economia do Espírito Santo, e que a indústria extrativa (commodities como petróleo, gás, minério) representa mais de um terço desse valor.
“Da mesma forma em que no início deste ano estivemos “surfando”, por exemplo, com a alta das commodities, amanhã podemos ser impactados pela queda no preço delas. Por isso, devemos estar atentos e pensar na diversificação da matriz industrial e ainda mais em como agregar valor ao que produzimos”, afirma Cris Samorini.
Ao todo, o Estado concentra mais de 15,5 mil indústrias, que juntas são responsáveis pela geração de quase 220 mil empregos com carteira de trabalho assinada. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados pelo Observatório da Indústria da Findes.
Suzano planeja investir mais de R$ 600 milhões em fábrica de papel
Na tarde desta quinta-feira (30/6), em coletiva de imprensa, na sede do governo do Espírito Santo, a Suzano anunciou a intenção de construir uma fábrica de papel tissue e conversão no município de Aracruz, litoral Norte do Estado. O projeto, que ainda está sujeito à aprovação por parte do Conselho de Administração da companhia, prevê que a unidade terá capacidade para produzir 60 mil toneladas anuais de tissue, produto a ser convertido em papel higiênico e papel toalha. Com ele, o Espírito Santo passa a ter toda a cadeia produtiva de papel e celulose, desde o plantio até o produto final pronto para a venda.
O investimento estimado para a execução do projeto da fábrica está na ordem de R$ 600 milhões e levará dois anos até estar concluído. De acordo com a Suzano, durante o período das obras, a previsão é de que sejam gerados 300 postos de trabalho. Já após o início da produção, cerca de 200 colaboradores e colaboradoras, diretos e indiretos, trabalharão na unidade.
“A intenção de construirmos uma nova fábrica reforça o compromisso da Suzano com o desenvolvimento do Espírito Santo. No final de 2019, anunciamos investimento de quase R$ 1 bilhão no Estado, incluindo a construção de uma fábrica em Cachoeiro de Itapemirim. A unidade entrou em operação no início de 2021 e agora, menos de um ano e meio depois, anunciamos o plano de viabilizar mais um importante investimento no estado”, afirma Walter Schalka, presidente da Suzano.
Outro exemplo recente de investimento no Estado foi o da Perfilados Rio Doce (PRD), que está construindo sua terceira fábrica, desta vez na Serra. A empresa faz parte do Grupo RDG Aços do Brasil, especializada na produção de soluções metálicas. Estão sendo investidos mais de R$ 260 milhões na implantação da nova unidade industrial. A estimativa é de geração de 100 empregos na fase de construção e de 240 empregos diretos na etapa de funcionamento.
A implantação da nova unidade permitirá a ampliação do mix de produtos da empresa.
“Hoje, atendemos boa parte do Brasil. Com a nova fábrica, vamos ampliar nossa atuação no mercado de tubos de condução, roscas e outros produtos. Esta será a terceira fábrica da Perfilados Rio Doce e o investimento será de R$ 260 milhões. A área industrial terá 54 mil metros quadrados em uma área de 150 mil metros quadrados. A localização estratégica do Espírito Santo favorece a nossa logística de distribuição de produtos”, ressaltou o diretor-geral do Grupo RDG, Ronaldo Roque Campo, em entrevista ao Governo do Estado.