Inflação “engole” renda e trabalhador perde poder de compra
A inflação brasileira, medida pelo IPC-A (índice que mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população do país), atingiu 11.89% no acumulado de 12 meses até junho deste ano. Isso significa que o custo de vida do brasileiro ficou mais elevado.
No curto prazo, também complicou ainda mais a situação a recente elevação da taxa básica de juros (Selic), de forma muito rápida intensa pelo Banco Central. Os juros subiram de 2.0% para 13.75% ao ano entre Março/2021 e Agosto/2022. Isso fez com que o custo dos financiamentos ficasse muito mais elevado, além da inflação já ter corroído o poder de compra das pessoas.
Para o membro do Comitê Qualificado de Conteúdo sobre Finanças e Investimentos do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES) Douglas Niero diante disso a renda das famílias se tornou insuficiente para arcar com os gastos da casa e as pessoas acabam adiando alguns pagamentos ou então recorrendo mais à utilização do cartão de crédito com parcelamento da fatura ou entrando em linhas de financiamento com juros elevados.
“Isso acaba sendo um erro decorrente da falta de educação financeira. As pessoas aceitam pagar juros muito elevados, podendo entrar em uma bola de neve por causa dos juros compostos e verem suas contas saindo do controle”, explica.
Dicas
O especialista do Ibef-ES aconselha que para reduzir o risco de inadimplência é preciso ter cuidado com o cartão de crédito. “Para quem tem dificuldade em se organizar financeiramente, o adequado é que utilize o débito e confira o saldo diariamente. Acima de tudo, é preciso ter em mente que cartão de crédito não é extensão de salário. No fechamento da fatura, o boleto vem e parcelar o seu pagamento, é aceitar pagar juros elevados”.
E Douglas completa: “A partir do momento em que já se tem um certo nível de previsibilidade dos gastos e organização financeira, o cartão de crédito se torna uma ferramenta muito útil”.