Presidente Kennedy decreta Situação de Emergência devido a seca
Um pecuarista falou ao jornal que perdeu mais de 50 cabeças de bois com fome e os prejuízos já passaram de R$100 mil com a compra de alimentos e a queda do leite.
Em Presidente Kennedy a estiagem vem causando prejuízos incomensuráveis a economia. Os produtores rurais e pecuaristas não sabem mais o que fazer, principalmente para alimentar o gado com o alto custo da cana e, manter os animais vivos. A situação chegou ao limite com a falta de chuvas, os pastos secaram, os animais estão morrendo de fome, a queda na produção de leite tem desanimado os pecuaristas que, não conseguem vender o gado, de tão magro, nem arrendar a terra, muito menos manter os custos.
Diante da situação caótica, o município de Presidente Kennedy decretou Situação de Emergência sob o número 058, em todo território em virtude da estiagem na tarde desta quinta-feira 08, encaminhando a Secretaria Estadual de Agricultura para homologação do decreto.
A administração municipal, após estudos técnicos e relatórios apresentados pela Secretaria de Agricultura e pelo Departamento Municipal de Defesa Civil, o prefeito de Kennedy, Dorlei Fontão, decretou situação de emergência classificado como nível II.
Considerando o período de estiagem no território municipal, assim como na região sul capixaba e no Estado do Espírito Santo de forma geral, e que de forma direta vem atingindo os agricultores e pecuaristas conforme relatórios técnicos elaborados por representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Agricultura e Pesca (SEMDAP) em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural Imcaper) reconhecendo a estiagem; considerando o parecer técnico da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil do Município de Presidente Kennedy a declaração de Situação de Emergência.
A Reportagem do ES Notícias visitou algumas propriedades nesta quinta em Kennedy e conversou com pecuaristas sobre a seca e os prejuízos e eles foram unânimes em afirmar, que somente um decreto pode salvar as propriedades e os animais.
O pecuarista Joel Costalonga disse que já perdeu mais de 50 cabeças de gado e pelo menos 100 mil reais de prejuízos. Ele reconhece os esforços da prefeitura em fazer o que pode, mas assegurou que, se não saísse o decreto ele iria perder a esperança.
“A minha situação é a mesma dos outros produtores. Eu já perdi mais de 50 cabeças de bois. De 150 litros de leite que eu tirava em uma propriedade, estou tirando 50 litros. Aonde eu tirava 60 litros e estou tirando 20. A cana está acabando. Hoje veio quatro caminhões pra mim, mas estava esperando desde sexta-feira, to pedindo mais, mas os caminhões estão atendendo outros que estão sofrendo como eu. A cana está acabando, estão dizendo que temos de puxar do Estado do Rio. O custo só Deus sabe, um caminhão de cana é R$1.250.00, hoje eu comprei seis caminhões. Eu estou sem condições. Tá difícil. Meu prejuízo já passou de R$100 mil”, desesperou o produtor que vendeu 10 cabeças de boi mais um bezerro por R$11.00 para tentar comprar alimento para ao gado”.
A situação de Joel é a mesma de todos os produtores de Kennedy, desesperadora. Eles estão trabalhando mais de 12 horas por dia para não perder tudo.
Pelas estradas de Presidente Kennedy tudo que se ver são caminhões carregados de cana o dia todo levando alimento as propriedades, mas a cana também já está no final, os produtores estão com medo de não ter mais para comprar. Sem contar que, a cana que é cortada, não brota porque não chove, não há expectativa de produção no ano que vem. A produção de leite já caiu em mais de 50% nas propriedades.