Até já Edu!
A crônica foi escrita por Tadeu Santamarinha, um texto repleto de memórias que marcaram a tragetória de Edu da Madeira do Pará. Um homem simples com um coração de criança. Que esteja ao lado de Jesus com Leia.
Não fui eu quem o vi crescer ou até foi! Mas ele me viu crescer, enquanto assisti a minha irmã mais velha ficar grávida numa altura em que engravidar na juventude era crime e a sociedade era muito mais discriminatória/perniciosa. O vi a passear com os carros novos de minha mãe, também numa época em que eram poucos os carros na cidade e (Ele) sacava cavalos de paus nas esquinas com sobrelotação veicular de amigos que como sempre não o largavam. Assisti também o seu triunfo e até fui convidado a participar dele. Com dois depósitos de madeira e com dinheiro de sobra. Era normal fazer leques das maiores notas da altura e chegar se refrescando com dinheiro vivo! Antes à isso vi a distribuição da herança a que teve direito e O vi rico pela primeira vez, sempre a curtir largo! Teve um Magnum um grande carro americano que como Ele dizia “arrancava cantando pneu de 3° marcha.”
Mas o carisma e a sensibilidade com o mais humilde foram incomparáveis, enchia uma caminhonete F4000 do pai cheio de adolescentes e crianças incluindo eu para buscar pedras para as sapatas do Prédio em frente ao restaurante da dona Norma. Vi-O também vender verdura, com bares e até cinema quem não lembra do “sinucão?”
Pois é, o tempo nunca estava turvo para curtir e fazer a brasa para o churrasco que aquecia desde os funcionários a pessoas das mais significantes classes sociais, dotado de agilidade para fazer sorrir os amigos e não só, foi uma figura ímpar que definitivamente NÃO veio na enchente do rio, pelo contrário subiu várias vezes para pescar camarão pitu e arrancar ingá.
Peça rara que não deixava ninguém triste, adorava automóveis e motos, louco por velocidade com a mesma veemência que fazia os amigos sorrirem. Cozinhou urubu que muita gente comeu e ainda a av. Dr. Danilo Monteiro de Castro estava sendo calçada e não asfaltava era rei e senhor na cidade. Rei incomparavelmente pela alegria que fazia as pessoas estarem bem e senhor porque além de tudo foi livre o quanto pode!
Edu até já!