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FEMINICÍDIO: policial que atuava na Delegacia da Mulher, no Distrito Federal é assassinada e o ex-marido suspeito de ter premeditado
Valderia da Silva foi assassinada com oito facadas na tarde desta sexta-feira; este é o 23º feminicídio do ano no DF.
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A policial civil da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Valderia da Silva Barbosa Peres, de 46 anos, foi assassinada com oito facadas, na tarde desta sexta-feira (11). E, o principal suspeito é ex-companheiro, Leandro Peres Ferreira, 46 anos.
O feminicídio aconteceu na cidade de Arniqueiras (DF), onde a vítima morava.
À polícia informou que o suspeito que está foragido teria deferido oito facadas na mulher.
O crime é o 23º feminicídio registrado no DF em 2023. O número de casos deste ano já é maior do que a quantidade de feminicídios registrada em todo o ano de 2022.
Suspeito de matar policial da Deam fugiu de bicicleta após crime no DF
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Imagens de câmera de segurança mostram quando Leandro Ferreira entra na loja, escolhe a bicicleta, compra em dinheiro e sai pedalando
O principal suspeito de matar a policial Valderia da Silva Barbosa Peres, no Distrito Federal é Leandro Peres Ferreira, 46, ex-marido. Ele fugiu de bicicleta em Arniqueira. Imagens de câmeras de segurança mostram quando o ex-companheiro de Valderia entra na loja, escolhe o veículo e sai pedalando.
Nas imagens, capturadas às 12h30 desta sexta-feira (11/8), Leandro caminha tranquilamente pelo estabelecimento, enquanto escolhe o modelo que seria adquirido. Ele carrega uma garrafinha d’água e paga a compra em notas de R$ 100. Em determinado momento, Leandro aparece sorrindo.
Nesse mesmo horário, o filho de Valderia encontrava a mãe morta no banheiro de casa. Ela atuava como chefe da Seção de Apoio Administrativo, Estatística e Informática da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Ceilâncida, e estava recém-separada de Leandro Peres.
O filho da vítima disse, em depoimento, que a última vez que se comunicou com a mãe foi por volta das 10h30 desta sexta, quando a policial disse que estava voltando para casa. No momento em que chegou ao endereço dela, o jovem chamou pela mãe, como de costume. No entanto, não recebeu resposta e teve um “mau pressentimento”.
Outras imagens
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Outras imagens de câmeras de segurança sugerem que, por volta das 11h30, o homem saiu do condomínio onde morava Valderia. Os equipamentos de segurança, porém, podem estar desatualizados; por esse motivo, não é possível apontar o horário com exatidão. Nas filmagens, o suspeito anda até um Ford Fiesta vermelho, entra no veículo e vai embora. Ele carrega consigo uma mochila. O carro foi encontrado horas depois, estacionado em frente ao prédio onde ele morava desde que havia deixado a casa da ex-mulher.
Equipes do Departamento de Polícia Especializada (DPE) estão à procura do suspeito. Leandro já trabalhou como motoboy e era proprietário de uma empresa de transportes e mudanças, da qual Valderia era sócia. O endereço registrado como sede do negócio era a residência da vítima.
Antes de cometer o crime, o empresário teria sacado R$10 mil e deixado uma mala pronta, com roupas e objetos pessoais, na casa de Valderia.
Outros registros de câmeras de segurança mostram quando o foragido sai do prédio onde mora a mãe dele, por volta das 12h15.
Não demonstrava ser violento
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Procurado sob suspeita de assassinar a policial civil Valderia da Silva Barbosa Peres, Leandro Peres Ferreira não dava indícios de que poderia cometer tamanha atrocidade. O Metrópoles esteve no endereço para o qual Leandro fugiu logo após o crime – a casa da mãe, em Taguatinga – e conversou com amigos e conhecidos do homem.
Ele cresceu neste prédio, todo mundo gosta dele. Estou chocado”, disse um dos moradores, que pediu para ter o nome preservado. “Ele não era bandido, era um trabalhador que acordava cedo, super tranquilo, trata todo mundo bem. A gente não sabe o que deu nele”, relatou outro.
Um funcionário antigo do prédio, que também terá o nome preservado, afirmou que encontrou Leandro na noite dessa quinta-feira (10/8) e perguntou sobre Valderia. O homem teria dito que foi aconselhado pelo psicólogo a não manter mais contatos.
“Nem por telefone nos falamos mais”, teria dito. “O psicólogo até pediu para não entrar em contato com ela, e nem “deixar ela” se aproximar. Ele me falou isso e subiu. Aí hoje chega essa notícia”, lamenta.
Filho encontrou a mãe morta
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O filho da vítima relatou que correu ao quarto de Valderia, mas encontrou a porta fechada. Ele deu a volta na casa e foi à janela do cômodo, por onde pulou e conseguiu entrar. Nesse momento, viu o corpo da mãe caído no chão do banheiro.
A vítima estava vestida e apresentava um corte profundo no pescoço, com bastante sangue ao redor, de acordo com o relato do rapaz à PCDF. Ele também viu outros ferimentos no corpo, mas contou que não teve coragem de olhar mais.
O filho de Valderia afirmou à polícia ter convicção de que o padrasto seria autor do crime. O jovem relatou que a vítima e o ex-companheiro dela estavam em processo recente de separação. O suspeito tinha se mudado da casa da policial há um mês.
Dados preocupantes
Desde janeiro último até esta sexta-feira (11/8), o número de casos de feminicídios no Distrito Federal chegou a 23 e ultrapassou os registros de todo o ano passado (17).
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que a maioria dos crimes (14) ocorreu na casa das vítimas.
As armas brancas foram os instrumentos mais usados pelos agressores para cometer os assassinatos; em seguida, vêm armas de fogo e asfixia.
Em 2023, janeiro foi o mês que acumulou mais casos, com cinco ocorrências. Os dados também detalham que Ceilândia aparece como a região administrativa com mais registros na capital federal.
De 2015 – ano de criação da lei que tipifica o feminicídio como qualificadora do crime de homicídio – a 2023, o Distrito Federal registrou 165 casos desse tipo.
Fontes: Metropoles/ noticias.r7