OPINIÃO: Com a vida em outra direção…
Jussimar Almeida é médico psicoterapeuta, didata em análise transacional, formado em gestão de saúde pela Fiocruz. Fotos: Divulgação
Conversando outro dia com a repórter Luciana Máximo, a mesma me pedia explicações diversas de como as pessoas chegam em situações de sofrimento a ponto de provocarem doenças em si mesmas e até também tirarem a própria
vida. Eu disse para a intrigada repórter, que os modelos pelos quais as pessoas são criadas tornam possível tais situações.
Depois de explicar para ela que a nossa vida é regulada pelo que comemos, pelo que bebemos, pela quantidade de horas que dormimos, pelo que falamos, pelo que ouvimos e pelo que pensamos, a repórter pediu-me que eu
melhorasse para ela a explicação a fim de que o leitor comum pudesse entender e se beneficiar. Eu disse para ela que o nosso organismo obedece em primeiro lugar a uma genética. Até aqui é fácil de explicar. Se os pais de meu
pai (meus avós paternos) e os pais da minha mãe (meus avos maternos), tiverem olhos azuis, existe grande chance de que eu tenha olhos azuis. Se meus pais são negros, existe grande chance de que possa nascer negro. Assim quando a característica é genética elas vão passando de pais para filhos. Porém descobertas mais modernas, demonstraram que essa genética determina minhas características somente para 15% do meu organismo. Os 85% restantes de minhas funções como ser humano, são comandados por minha EPIGENÉTICA.
Como os estudos são muito recentes as pessoas que estão acostumadas a ouvir que câncer é hereditário, ou seja, se meu pai, minha mãe, ou pessoas de minha família tiveram câncer significa que possuo grande risco de ter câncer hereditário, acreditam nisso, ou seja, acreditam que o câncer seja hereditário.
Como expliquei lá em cima, isto pode ser verdade, mas somente 15%, ou seja, possuo 15% se ter câncer (hereditário) se um parente meu próximo também teve. Isto precisa ser bem explicado, porque as pessoas que necessitam saber
que em cada 100 pessoas que tem câncer, 15 pessoas que são seus filhos podem ter câncer, porem 85 pessoas estão livres desse câncer hereditário. Isto não significa que você não tenha necessidade de fazer seus exames preventivos contra o câncer, pois ele poderá vir por outros mecanismos.
Foi aí que comecei a explicar para a repórter Luciana Máximo que existem muitas e muitas maneira de nós provocarmos um câncer em nós mesmos.
Como isso, perguntou Luciana? Expliquei que o câncer pode ser provocado a partir de poluição do ambiente, dos alimentos que comemos, dos líquidos que bebemos, dos sofrimentos somos submetidos durante nossa criação,
além de diversos outros fatores. Vejam vocês que até o sono de oito horas por noite é importante para que possamos desenvolver uma vida sadia. Então aí veio a resposta de Luciana para minha explicação: Dr. Isso é muito complicado. Eu disse, é verdade, isso é muito complicado, porém a população necessita saber disso de modo claro e evidente.
Assim, se uma pessoa em desenvolvimento (criança de 7 anos), passa grande
parte do dia num celular, além dela estar absorvendo tudo que vê, está também
mandando para o seu cérebro, diretamente de seus olhos, estímulos luminosos que prejudicam a sua vida. Se as pessoas bem água poluída com defensivos agrícolas de toda sorte, pois o agricultor desavisado coloca roundup (o popular randap) na plantação dele lá no morro, quando chove todo aquele roundup vai direto para as aguas dos mananciais que são captadas e chegam as torneiras das casas. Deveríamos saber que o tratamento de água que as firmas fazem não consiste em retirar dela os defensivos agrícolas, mas sim retirar micróbios e impurezas. O mesmo ocorre com as verduras que comemos. Se elas forem indevidamente pulverizadas com defensivos agrícolas ela virão contaminadas e tais defensivos agrícolas vão parar dentro de nosso corpo. Se eu fosse falar da contaminação do ar, somente a fumaça dos carros seria mais prejudicial do que tudo. Acrescente a isso ainda o fumo, onde você coloca dentro do pulmão substâncias químicas que irão destruir seu corpo. Imagine o álcool, os refrigerantes, os defumados, os enlatados, os leites em caixa, e todas as químicas que atingem diretamente as nossas células…junte-se a isso os
sofrimentos da infância onde abusos, agressões, maus tratos, isolamentos, ausência de amor, abandono, separação dos pais estão também dentro das pessoas a impor uma vida sem afeto e sem carinho.
A discussão é longa. Só me resta dizer que os governos necessitam aplicar seus recursos para proteger suas populações. Por esse meu discurso, já é possível imaginar a necessidade de políticas públicas que protejam os
cidadãos. Quanto a isso, não sei o que pensam os governantes…seria bom saber…