ZERO HOMICÍDIO: delegada afirma que a prisão dos cabeças do tráfico em Anchieta refletiram nos números
A delegada Maria da Glória Pessoti falou com o jornal por telefone e afirmou que é inédito Anchieta fechar o ano sem contabilizar nenhum homicídio, fruto de um trabalho focado com o apoio da PM.
São quase 30 anos dedicados exclusivamente a Polícia Civil – PC, no Estado do Espírito Santo. Maria da Glória Pessotti, delegada atualmente em Alfredo Chaves. Em dezembro de 2021, a delegada retornou à frente da Delegacia de Anchieta, por onde permaneceu até setembro de 2023.
Contudo, a sua atuação em Anchieta não vem de agora, em novembro de 2006 a delegada chegou à cidade e atuou até outubro de 2015. Conhece bem a realidade criminal e cada bairro, além dos locais com maior índice de criminalidade, onde ela prendeu e entregou a Justiça, os principais criminosos que eram os mais temidos.
Trabalhando duro com toda sua equipe focada, a delegada conseguiu um feito histórico, juntamente, com o atual delegado, dr. Luís Carlos Claret Pascoal, a Polícia Militar e a Guarda Municipal, na terra do Santo José de Anchieta, nenhum assassinato foi registrado nestes em 2023. Com exceção de um inquérito, os outros 99,9% foram conclusos.
O Jornal conversou com a agente, Dra. Maria da Glória para saber a que se deve este resultado tão positivo para Anchieta, que em 2021 contabilizou 10 homicídios, em 2022, três e no ano passado nenhum. “Isso é recorde, eu nunca vi isso na minha vida, resultado e um longo tempo de trabalho. Eu nunca imaginei que passaríamos um ano sem homicídio, é inédito”.
Destacou a delegada que durante os três anos que esteve em Anchieta trabalhou pesado em cima da quadrilha liderada por um criminoso que hoje encontra-se preso, mas era o principal mandante dos assassinatos em Anchieta. “Desde 2015 que ele já vinha matando as pessoas, nós começamos a bater muito em cima da quadrilha dele, junto com a PM, foi então que conseguimos conter. Eu acredito que a maioria dos homicídios era mandando pela quadrilha dele. A outra quadrilha era do Carlos André Ribeiro Coutinho, o Esquilo, de Mãe-Bá, que foi assassinado dia 05 de dezembro de 2022. Mas todos estão presos e foi a própria quadrilha dele que o matou. Este foi o último homicídio que teve em Anchieta, os envolvidos no crime estão detidos, recuperamos a arma do crime, e depois deste episódio acalmou Mãe-Bá e acalmou geral. Tem 13 meses que não ocorre homicídio em Anchieta”, ressaltou a delegada.
Há uma terceira quadrilha no bairro Recanto do Sol, segundo destacou a delegada Maria da Glória, contudo, o principal cabeça, está preso. “Eu fiz três inquéritos contra ele de tentativas de homicídio contra a mesma pessoa”.
A delegada fez questão de ressaltar que a equipe toda da Delegacia da Polícia Civil de Anchieta é excelente. O delegado atual é muito comprometido com o trabalho, o resultado é positivo. “A equipe é maravilhosa, o investigador Muniz é muito inteligente, principalmente, para investigar homicídio. Quando houve o duplo homicídio nós ficamos quatro meses focados, eu, ele e Jubel. Muito trabalho e dedicação”, salientou Pessotti.
Compõe a equipe da Civil em Anchieta, dr. Luís Carlos Pascoal – delegado, investigadores: Antônio Carlos Muniz, Quelle Cristina Salarini e Flávio Antônio França. Agentes: Bruno Buzzin e Jubel Antônio Penha, escrivão Jorge Goulart Barreto e escrivãs adoc: Andressa Brandão e Bárbara Quinteiro.
O caso do enfermeiro
O enfermeiro Fabiano Ferreira Batista, de 45 anos, foi alvo de quatro disparos de arma de fogo ainda dentro do seu carro quando chegava em casa, na noite do dia 17 de janeiro de 2021, na Rua do Bagre, no bairro Nova Anchieta. Este crime, segundo a delegada está com 99% do inquérito faltando apenas uma prova para a conclusão. E, esta prova está no celular do enfermeiro que ainda não foi desbloqueado, apesar da justiça autorizar as ordens judiciais solicitadas por ela.
Segundo a delegada passar o bastão para o dr. Luís Carlos Claret Pascoal, atual delegado de Anchieta, frisou a importância de o caso ser solucionado, porque até os dias atuais o telefone da vítima não foi desbloqueado e há provas no aparelho, da conversa que o enfermeiro mantinha com amante. “Ele colocou tanta senha que nem um aparelho adquirido pelo Governo Federal há dois anos, que desbloqueia qualquer celular desbloqueou, eu pedi ordem judicial, o juiz concedeu, não conseguimos. Por último, eu pedi a Sansung para desbloquear, e eles querem uma ordem judicial autorizando-os a fazer o desbloqueio. É preciso pedir ao juiz para autorizar a Sansung para desbloquear o telefone para concluirmos o inquérito, foi só este inquérito que ficou pendente em 2021. Todos os outros estão conclusos e entregues a justiça”, disse Pessotti.