PIÚMA: “Saberes e Fazeres Que Garantem o Direito de Aprender” é o tema da Jornada Pedagógica que envolve 600 profissionais da educação
“Dificuldades nós vamos ter, sempre tivemos, mas estamos avançando. E avançar é o que nós precisamos, na educação, para que nossos alunos cresçam, cresçam em conhecimento e em sabedoria”
Na última sexta-feira, 02, professores, assistentes e funcionários da Educação da Prefeitura Municipal de Piúma, reuniram-se na Escola Municipal “Arthur Carvalho” para participar de uma palestra envolvente que prometeu redefinir as perspectivas sobre educação. A fala foi realizada pelo renomado especialista e secretário Municipal de Educação da Cidade de Cruz, no Ceará, Raí Mota. O evento foi um catalisador para discussões significativas e reflexões profundas sobre o futuro da educação.
Com o objetivo de inspirar e motivar transformações positivas, a palestra concentrou-se em temas que vão desde metodologias inovadoras até a integração eficaz da tecnologia na sala de aula. O palestrante, conhecido por suas visões progressistas, trouxe à tona questões relevantes para o contexto educacional.
A participação ativa dos profissionais da educação foi evidente, desde o início até o término da Jornada. “A atmosfera no evento refletiu a urgência de explorar novas abordagens e adaptar-se aos desafios em constante evolução do ambiente educacional. Este encontro promissor destinou-se a impactar, positivamente, a maneira de como abordamos a educação em nossa comunidade piumense”, sintetizou a professora de Língua Portuguesa, Ludimila Louzada.
De acordo com o secretário de Educação de Piúma, Jonaci Garcindo, a Jornada pedagógica objetivou mostrar ao professor a importância que ele tem no cenário educacional do município, e dar um incentivo para os profissionais, para que eles comecem o ano com mais fôlego, mais vontade e mais garra. Jonaci acredita que Piúma começa 2024 muito bem, com a vinda do professor Raí Mota.
“A fala dele nos incentiva e nos mostra que nós somos importantíssimos nesse processo de formação de pessoas, e o professor tem que se empoderar disso. O professor precisa compreender que ele é formador de gente. Ele é importante na formação do seu aluno. Quantos alunos se tornaram professores inspirados nos seus professores? Quantos alunos se dedicaram ao estudo inspirado nos seus professores? E, nós, muitas vezes somos o refúgio, somos o Porto Seguro, nós somos a inspiração e o exemplo do nosso aluno”.
Exemplificou o secretário uma situação em que, enquanto professor, foi o divisor de água na vida de duas alunas que se confrontaram em sala de aula. “Eu chamei as duas para conversar, separadamente, e depois juntas, mostrando para elas a importância da relação. E, é isso que o professor Raí aborda nas suas palestras. Num determinado momento uma delas começou a chorar e me abraçou e falou: ‘professor, o senhor não quer ser meu pai?’ Olha que tipo de relacionamento essa criança tinha dentro da sua casa, e fez com que ela visse no professor a figura de pai. É isso que o professor Raí vem nos mostrando através das suas palestras, por isso eu fiz questão de trazê-lo. Além dele ser uma pessoa muito humilde, é detentor de um conhecimento muito grande, as palestras dele são cativantes, incentivadoras. Acredito que a nossa jornada pedagógica atingiu o seu objetivo para muitos; eu não sei se para todos, a gente não consegue ser unanimidade. Mas eu tenho certeza que aqueles que prestaram atenção nas falas do professor Raí, conseguiram sair dali melhor do que entraram”.
Escola X time de futebol
Raí Mota compara a escola a um time de futebol, o pedagogo e o diretor são técnicos que fazem de tudo para não trocar as peças, mas eles tentam incentivar seus professores a serem melhores. “Não que o professor precise aprender a dar aula, mas quem está de fora tem uma visão melhor. Talvez dentro de uma sala de aula o professor está fazendo uma prática e acredita ser uma boa prática, mas quem está lá fora percebe que aquela prática não está atingindo objetivo, que é o seu aluno. Isso é um papel do diretor, do pedagogo, entrar na sala de aula, observar as aulas do seu professor, não para censurar o professor, não para criticar, mas para poder ajudá-lo a melhorar a sua condição de ensinar. E isso também é muito importante dentro de uma escola”, disse.
Quantos professores disseram aos seus alunos o quê fazer e eles levaram isso para sua casa? “Quantas crianças, eu me lembro da minha sobrinha que não comia verdura porque ela não gostava, e a mãe sempre brigando, brigando. E quando ela teve uma primeira aula com uma professora que falou para ela da importância das verduras, ela passou a comer verdura. Não porque a mãe brigava com ela, mas porque a professora falou que era importante. Então, essa importância nós precisamos levar, empoderar dela. Eu me lembro que fizemos um projeto na escola sobre a conservação da água e alguns pais me procuravam, não para se queixar, mas para dizer: Poxa, professor! Agora em casa é assim, se eu estou escovando meus dentes, e se eu deixar a torneira por um segundo aberta, minha filha já vem, já fecha a torneira e me dá uma aula, dizendo do desperdício da água. A escola é esse meio de transmissão de conhecimento, é esse meio de levar nossas crianças a pensar, e a fala do professor Raí é toda neste sentido. Não adianta você saber se você não faz. É importante o saber, é importantíssimo, mas, mais importante do que saber, é o fazer. Eu sei que nossos professores têm feito a diferença. Onde eu tenho a oportunidade de falar, eu sempre falo que nós temos o melhor grupo de profissionais na área de educação da região”.
Lembrou o secretário de Educação que o prefeito Paulo Cola é muito preocupado com a educação e quer que ela melhore. A vinda do Raí a Piúma passou por ele, que avaliou quem era o palestrante e a importância de trazer um nome de peso na educação no Brasil.
Raimundo Otávio da Mota, Rai é Pedagogo pela Universidade Vale do Acaraú (UVA). Secretário Municipal de Educação de Cruz/ Ceará. Foi consultor no Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC), em 2019. Atualmente, faz parte da Rede de Talentos da Educação pela Fundação Lemann.
Fotos: Luciana Maximo