INQUÉRITO CONCLUSO: ex-namorado da enfermeira Iris vai responder por feminicídio, ocultação de cadáver e aborto
Uma pena de 30 anos é que deverá ser pedida para o assassino da enfermeira Iris Rocha, 30 anos, assassinada em Alferdo Chaves com quatro tiros, grávida de oito meses. Inquérito foi concluído e apresentado com um pedido de prisão preventiva do suspeito, sendo encaminhado para análise e decisão do Ministério Público.
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Polícia (DP) de Alfredo Chaves, concluiu, nesta segunda-feira (18), as investigações sobre a morte da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos. O corpo da vítima foi descoberto em 11 de janeiro, na localidade de Carolina, no município de Alfredo Chaves, com dois disparos na região do tórax e coberto com cal. O suspeito, ex-companheiro de Íris Rocha, de 27 anos, foi detido pelas forças de segurança do Espírito Santo em 18 de janeiro, na cidade de Viana.
Segundo as investigações da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves, no dia 10 de janeiro, o suspeito foi visto buscando a enfermeira Íris no local de trabalho dela, e, a partir desse momento, amigos e familiares perderam o contato com a vítima. Em 11 de janeiro, transeuntes relataram indícios de sangue na estrada próxima à região de Carolina, levando a equipe policial ao local onde o corpo de Íris Rocha foi encontrado, a uma distância de, aproximadamente, um metro da estrada.
A perícia revelou que a vítima estava grávida, não tendo sido possível salvar o bebê. Íris Rocha foi alvejada por quatro tiros, sendo um no braço esquerdo, dois na axila e um na têmpora acima do olho direito.
A titular da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves, delegada Maria da Glória Pessotti, explicou que, ao ser encontrado o corpo, apenas um cartão de banco estava presente, porém, com o nome incompleto. Uma parte da equipe se deslocou à Capital Vitória para verificar possíveis parentes da enfermeira. Somente após a identificação da vítima, foi dado início às possíveis causas do homicídio.
Ainda de acordo com a delegada, a arma do suspeito era registrada no Exército como CAC e foi apreendida na residência dele. “Por meio do exame de microcomparação balística, foi confirmado que a arma foi utilizada no crime. Exames adicionais demonstraram que os estojos encontrados no local do crime foram percutidos pela mesma arma apreendida na casa do autor, que utilizou a própria arma de fogo registrada para cometer o crime”, disse a delegada Maria da Glória Pessotti.
A motivação do crime possivelmente reside no fato de o suspeito ter expressado ao pai a dúvida sobre a paternidade do filho que Íris Rocha esperava. No entanto, os resultados do exame de DNA comprovaram que ele era o pai da criança.
A perícia do veículo ainda está pendente e o celular da vítima permanece não localizado. “Destaca-se que não foram encontrados indícios na residência de Íris que comprovasse a ocorrência do crime no local, reforçando a evidência de que fato ocorreu em Alfredo Chaves”, disse Maria da Glória Pessotti.
“O desfecho desse caso serve como um lembrete da importância da conscientização sobre a gravidade do feminicídio e da necessidade de combater ativamente a violência contra as mulheres”, destacou a delegada.
O suspeito de 27 anos responderá na Justiça por crimes de homicídio qualificado cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicidio), ocultação de cadáver e aborto, uma vez que ele interrompeu a formação do neném, sem o consentimento da mãe. O inquérito foi concluído e apresentado com um pedido de prisão preventiva do suspeito, sendo encaminhado para a análise e decisão do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).