“A escola é o meio ambiente”, afirma Martha Tristão
Martha Tristão, professora associada da UFES, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental (NIPEEA), UFES também falou com a Reportagem do Espírito Santo Notícias. Oportunamente, a pesquisadora abordou na palestra “A construção da dimensão ambiental no contexto escola”, durante a II Jornada Pedagógica, realizada nos dias 03 e 04.
De acordo com a pesquisadora Martha, o eixo de discussão principal da palestra aos professores, é que, a educação ambiental considera uma relação com o lugar habitado, praticado, as culturas, que são as experiências cotidianas, o lugar que proporciona aprendizagens culturais e sociais e as produções narrativas. “As produções narrativas que expressam seu entendimento sobre a cultura e sobre o lugar. Uma professora que eu abri para ela expressou muito bem na fala dela, ela disse que o aprendizado que ficou foi a contextualização. Ou seja, contextualizar o seu conteúdo. Quando você contextualiza, você considera o meio ambiente”, explicou Martha.
Martha detalhou a relação da escola com o meio ambiente. “A escola é o meio ambiente”, disse ainda que, “o princípio básico de se trabalhar a educação ambiental é a relação comunidade que está inserida no processo educacional com seus valores e culturas que permeiam o ambiente educacional. A escola não é uma ilha isolada. E, cada uma tem a sua singularidade, não podemos nem falar dessa forma genérica, a escola, e sim, as escolas, cada escola tem a sua particularidade. O que os professores podem trabalhar, fica muito a critério de cada educador, eu não gosto de dar receita. Eu posso deixar algumas dicas a partir das pesquisas que nós realizamos”, assegurou Tristão.
Martha fez questão de frisar que, quando o conteúdo é contextualizado o professor está de uma certa maneira considerando a ecologia. “A grande questão que eu trago é o princípio da ecologia dos saberes, é não desqualificar outros saberes que não sejam científicos. Estabelecer uma relação direta dos saberes e práticas sustentáveis de comunidades de maneira geral. Nós trabalhamos com as paneleiras, com comunidades tradicionais que são comunidades quilombolas, povos indígenas, que têm os seus saberes, que são saberes perdidos, depreciados, desqualificados, a educação ambiental vem nesse movimento”.
Tristão salientou que muitas escolas já realizam projetos voltados para o meio ambiente, mas esses precisam ser visualizados. “As nossas pesquisas se comprometem com essa visibilização. A socialização das ausências invisibilizam algumas ações e práticas e só foca no que não é feito. A minha ênfase é trazer o que está sendo feito que foi o foco da palestra com os professores”.
Martha Tristão gostou muito da jornada e parabenizou a realização do evento. “É sempre muito bom propiciar bons encontros, esse é um bom encontro. Parabéns Presidente Kennedy”.
Curriculum
Martha Tristão (ES) concluiu estágio de pós-doutorado na University of Regina, Saskatchewan (Canadá) em 2011, é doutora em Educação pela USP (2001), mestre em Educação pela UFES (1992) e Licenciada em Ciências Biológicas pela UFES (1980). Atualmente, como professora associada da UFES, coordena o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental (NIPEEA), UFES. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Ambiental e suas relações com a teoria da complexidade, com pesquisas que envolvem, principalmente, os seguintes temas: comunidades e escolas, processos de identificação, interdependência natureza/cultura, produções narrativas e descolonização do pensamento.