A incidência de distúrbios alimentares no litoral
É notório que em certas épocas do ano como no período de janeiro a fevereiro, a incidência de intoxicações alimentares, ou gastrintestinal (gastroenterocolite aguda), aumenta de forma significativa e desproporcional. Tendo em vista que nesta época o cenário das cidades do nosso litoral é de lotação por conta do forte turismo, à quantidade de consumidores ganham enormes proporções aumentando consequentemente a demanda da produção e manipulação dos alimentos.
O aumento da produção desencadeia séries de problemas que afetam diretamente na qualidade do alimento distribuído, muitos alimentos possuem alto potencial para o desenvolvimento e proliferação de microrganismos patogênicos (com ação negativa ao nosso organismo), e uma vez manipulados de maneira incorreta estes produtos passam a ser fonte de intoxicações e infecções intestinais. Os alimentos comumente associados com a intoxicação alimentar são carnes, produtos cárneos, saladas contendo presunto, queijo e batata, produtos de padaria recheados com creme e derivados do leite, alimentos oferecidos por ambulantes que ficam por grandes períodos expostos a presença de sol e altas temperaturas contendo pouca ou nenhuma proteção. Muitos desses produtos são contaminados durante a preparação, tendo como fonte de microrganismo o homem, o animal e o meio ambiente, ou seja, as mãos de quem manipulam os alimentos se destacam como um dos principais agentes de contaminação uma vez que estas pessoas não realizam a higienização adequada e muito menos utilizam Equipamentos de proteção individual (toucas, luvas e mascaras).
Outro importante fator que contribui para o exposto acima é a temperatura, cada tipo de alimento possui uma margem segura de temperatura para seu armazenamento, logo, imaginamos a seguinte situação; um local que refrigerava em seu freezer quinze peças/semana de frango e passa armazenar neste período cem peças/semana, terá no equipamento o mesmo controle e eficácia? Se a resposta for sim, este estabelecimento já diminui e muito os riscos de oferecer um alimento contaminado. Por isso chamamos a atenção para estes detalhes, o consumidor de uma forma geral deve filtrar aqueles estabelecimentos que apresentam aparentemente uma preocupação sobre os pontos apresentados aqui, entre tanto, como beleza não se põe a mesa, dependemos que cada vigilância sanitária local faça a sua parte com constantes fiscalizações.
Uma vez contaminado, o paciente entra em sinais e sintomas clínicos muito peculiares desta doença como: náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor abdominal, cólicas, mal-estar. Nos quadros mais graves, pode ocorrer desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial. Frente a isso, lançamos mão de orientações não medicamentosas como ingerir mais de dois litros de água por dia, respeitar uma alimentação mais saudável e manter-se sobre repouso. O tratamento varia de acordo com a sintomática, podendo ser utilizados medicamentos para controlar as náuseas e os vômitos, repositores da flora intestinal e nos casos das infecções alimentares bacterianas inclui o uso de antibióticos específicos.