A TRÁGICA FARSA: o drama da cocaína falsa misturada com crack e suas devastadoras consequências na família
Desvendando a mistura mortal por trás das falsas ilusões. O texto é de opinião do nosso articulista convidado *Daniel Bonadiman. Foto principal: Divulgação
Nas pacatas ruas de nossa cidade, onde o cotidiano deveria fluir serenamente, esconde-se uma escuridão sombria que ameaça a sanidade e a vida daqueles que cruzam seu caminho. Uma tempestade perfeita de engano e sofrimento se manifesta sob a forma de uma cruel mistura: A cocaína falsa com crack misturados.
Traçando um caminho sinistro, seja através de entregas por aplicativos, comércio clandestino ou redes obscuras, esse veneno sorrateiro se infiltra nas vidas de pessoas vulneráveis, incluindo pais de família e pessoas de todas as idades, prometendo uma fuga da realidade, mas entregando apenas dor e desespero. Nessa encruzilhada sombria, a busca pela euforia momentânea esconde um abismo profundo de desesperança.
Os componentes dessa sinistra mistura são um segredo dos mercadores do vício, e cada dose pode conter uma combinação explosiva de substâncias tóxicas. Entre elas, a cruel presença do crack – uma forma potente de cocaína processada com bicarbonato de sódio e outras substâncias nocivas – que aumenta exponencialmente os riscos e agrava os impactos sobre a saúde física e mental:
Alguns exemplos:
Devastação da Saúde Mental: O crack, aliado a outras substâncias desconhecidas, intensifica a agressividade, paranoia e ansiedade, lançando o usuário em uma espiral descendente de desespero e desequilíbrio emocional.
Psicose e Delírios: A combinação de cocaína falsa com crack pode levar a um estado psicótico, onde o usuário perde o contato com a realidade, vivenciando alucinações e delírios aterrorizantes.
Dependência Avassaladora: A cocaína falsa e crack criam uma busca desenfreada por euforia e alívio momentâneo, conduzindo à rápida instalação da dependência, transformando-se num pesadelo para a saúde mental e emocional do indivíduo.
Desintegração da Rede Social: À medida que o vício avança, laços afetivos e conexões sociais se rompem, deixando o usuário em profunda solidão e afastamento daqueles que mais o amam.
Essas são apenas algumas das dolorosas consequências dessa cruel realidade, que ultrapassam os limites do usuário e atingem toda a comunidade. Familiares são dilacerados pelo sofrimento impotente de ver seus entes queridos afundando em um abismo sem fundo. As instituições de saúde mental das pequenas cidades se sobrecarregam com a crescente demanda por auxílio, muitas vezes limitado por recursos escassos. Por outro lado, a demora no auxílio torna cada paciente mais caro ao poder público o agravando ainda mais financeiramente, desbalanceando os cofres. O município recorre ao estado que juntos, se olharmos de perto, os pedidos judiciais de internação só aumentam e assim surge outra questão: As clínicas privadas ou filantrópicas e comunidades terapêuticas criadas para atender a demanda do ministério público. Apesar do relevante papel desempenhado por essas instituições, é essencial que sejam acompanhadas de perto por órgãos reguladores para garantir a qualidade dos serviços prestados e a integridade dos pacientes. Para continuar o texto ficaria longo então pulamos essa parte…
Urge então a necessidade de enfrentar essa realidade com um olhar compassivo, reforçando a importância de recursos e programas de prevenção e tratamento para dependentes químicos sem visar lucros. Investimentos na saúde mental e em programas de apoio comunitário são fundamentais para amparar as vítimas dessa combinação cruel.
Construir uma rede sólida de suporte, educação e compreensão é essencial para romper o ciclo vicioso da dependência e recuperar a saúde mental destruída. Somente assim poderemos vislumbrar um futuro mais promissor, onde a escuridão ceda lugar à luz da esperança e da cura nas pequenas cidades que enfrentam esse drama inimaginável. A união de esforços, o cuidado mútuo e a busca por soluções reais são os caminhos para a redenção e a reconstrução de vidas outrora perdidas na obscuridade das drogas.
*Daniel Bonadiman, Especialista em Psiquiatria/ Neurologia e Reumatologia – Mestrando em Gestão em Cuidados da Saúde pela Must University.Compartilhe nas redes sociais