Abertas inscrições para evento gratuito sobre segurança pública nas periferias

Durante o evento serão elaboradas propostas de políticas de segurança pública para a gestão estadual

O Instituto Conexão Perifa está com inscrições abertas para o evento “Antes meu filho era forjado, hoje ele é baleado”, que irá escutar as demandas das comunidades periféricas no que diz respeito à segurança pública, propor ações e entregar para as autoridades competentes. O evento será no dia 25 de maio, das 8h30 às 18h, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Prezideu Amorim, no bairro Bonfim, no Território do Bem, em Vitória. As inscrições podem ser feitas no link.

A iniciativa irá debater principalmente a violência policial nas periferias capixabas, sobretudo no Território do Bem. “Será uma construção coletiva, uma forma de dar voz às comunidades, que estão gritando por uma nova política de segurança pública e não estão sendo ouvidas”, diz a presidente do Conexão Perifa, Crislayne Zeferina. O evento acolherá famílias que perderam parentes para a violência policial nas nossas comunidades, para o encarceramento em massa, e está aberto também para ativistas, movimentos sociais e demais entidades de defesa dos direitos humanos.

O nome do evento, informa Crislayne, veio do desabafo de uma mãe em sofrimento diante da perda do filho. “O nome do evento ecoou da voz de uma das mães que perderam seu filho pela PM [Polícia Militar] em uma das atividades do Coletivo Beco, o que nos chamou a atenção para discutir o quantitativo de mortos”, diz. Crislayne explica que forjado nada mais é do que quando a PM não encontra nenhum indício de crime e coloca droga nos pertences da pessoa para acusá-la de envolvimento com ações ilícitas.

Programação

“Antes meu filho era forjado, hoje ele é baleado” contará com a Roda de Conversa Lélia Gonzalez, sobre genocídio da população negra; a Roda Ana Flauzina, cujo tema será segurança pública e política de encarceramento; e a roda “Cadê meu filho, Senhor Estado? – A caneta por trás do fuzil”. As duas primeiras fazem referência, respectivamente, à professora universitária negra nascida em Minas Gerais e à advogada e especialista em Justiça Criminal.

O evento começará às 8h30 com o café da manhã. Em seguida, às 9h, tem início a Roda de Conversa Lélia Gonzalez, que contará com as representantes do Desencarcera – ES, Ariane Ferreira e Marcella Silva; Crislayne Zeferina; o promotor de justiça aposentado Saint’Clair Júnior; a socióloga Thairiny Alves e a moradora do bairro Bonfim, Eduarda Oliveira. Logo depois, será realizado um debate sobre os temas abordados.

Ao meio dia será o almoço, mas antes acontecerão apresentações musicais de jovens da comunidade. Na parte da tarde, às 13h, começa a Roda Ana Flauzina, com Giselle Florentino, representante da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJ Racial RJ), organização que atua com ações de enfrentamento à violência de Estado; a representante do Desencarcera – ES, Ana Nery; a diretora da Associação de Moradores do Centro (Amacentro), Rozilene de Sá; o advogado do Núcleo Jurídico do Conexão Perifa, Gabriel Chaia; e os representantes da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim), Pedro Ramos e Ligia Mafra.

Após o debate, inicia-se a terceira mesa, que é a roda “Cadê meu filho, Senhor Estado? – A caneta por trás do fuzil”, com Dona Santa e Dayane, moradoras do bairro Bonfim; Cristiane Oliveira, Jane Araújo e Andreia Silva, residentes no Bairro da Penha; e Adriano Rodrigues, de São Benedito, bairros que integram o Território do Bem. 

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