Afonso Costalonga – O homem que riscou o mapa de Kennedy

 

Do LUPUS ao Jornal Espírito Santo Notícias, entrevista com Afonso Costalonga, o homem que riscou o mapa da cidade de Kennedy, um incansável na luta pelo progresso.

 

 

Ele era honesto e trabalhador; gostava das coisas corretas e não levava desaforo para casa! Brigava pelo que acreditava, defendia a sua terra e os seus ideais como um verdadeiro herói. E assim foi Afonso Costalonga, que resolvia as coisas na marra, e ameaçava pegar no pescoço quando o sujeito não concordava com algo que ferisse a legalidade.

Influenciador de gerações por seus discursos inflamados, incitando luta e coragem, Afonso tinha bons relacionamentos na época e com eles, conseguiu inúmeros benefícios à cidade de Presidente Kennedy. Além de escolher o nome do município, foi ele quem desenhou o primeiro mapa local e conseguiu fazer com que os vereadores da Câmara de Itapemirim, onde exerceu três mandatos aprovassem o projeto por unanimidade e só então a cidade conseguiu se emancipar politicamente.

Em entrevista ao jornal LUPUS, no dia 04 de abril de 1981, ele contou como se deu o desmembramento de Presidente Kennedy de Itapemirim. O Espírito Santo Notícias relembra essa entrevista e conta aos kennedenses que não conheceram o fazendeiro arretado e como se deu a divisão das terras que mapearam Kennedy.

Foi um trabalho muito árduo que varou a noite! O fazendeiro contou ao jornal LUPUS que era vereador de Itapemirim. Porém, sendo de Kennedy e residindo em um distrito que pertencia à cidade a qual ele representava, não pensou duas vezes na hora de exercer de fato a sua função, que é legislar em prol do povo. Nesse caso, o povo de Vila de Batalha. Depois de vereador, seu Afonso foi eleito vice-prefeito ao lado do Dr. Ailton de Moreno, na própria Vila de Itapemirim.

Ainda vice-prefeito, resolveu fazer um trabalho de desmembramento do município, “fiz um processo em carta-mapa, dando as divisas do município. Fiz um grande e longo trabalho à noite, junto com os vereadores, trabalhamos muito e, no dia seguinte, foi aprovado pela Câmara por unanimidade, apesar de alguns vereadores, a princípio estarem contra esse projeto”. (Trechos da entrevista ao LUPUS, jornal da época).

Para seu Afonso Costalonga, o trabalho valeu o esforço dele e de muitas pessoas do futuro município, pois proporcionava aos vizinhos muitos benefícios. “Eu sempre pensei que podiam ficar aqui mesmo, sabendo-se que tínhamos condições de nos emanciparmos e vivermos como autonomia, devido às rendas que saiam daqui para as outras cidades. Fiz um mapa mostrando as razões pelas quais queríamos nos desmembrar, e graças aos esforços que empreendi, conseguimos”, ressaltou Afonso Costalonga ao jornal LUPUS.

De acordo com o ex-vice-prefeito, no dia seguinte a aprovação da Lei na Câmara, partiu para a Capital logo cedo. “Fui direto à Assembleia Legislativa; ali tive 42 votos dos deputados estaduais e o deputado Antônio Jacques Soares que sempre esteve ao nosso lado. Neste trabalho, cooperou ativamente para o andamento do mesmo”, disse.

Perguntado como ele via o entrosamento do município novo com as bases políticas dele seu Afonso não titubeou: “Muitos disseram que o município não tinha verba suficiente para sobreviver. Em seguida, passado um ano, começamos a caminhar, lutando junto setores estaduais pelo que nos seria de direito. Conseguimos algumas verbas com certas dificuldades e assim fomos lutando. Conseguimos com esforços, todos os benefícios que na época tentamos. Hoje, temos todos os tipos de assistências sociais e não precisamos ir à Itapemirim, para resolvermos coisas como pagar impostos, serviços de bancos, fazer consultas, serviços dentários. Temos no município o Mobral e várias escolas primárias e secundárias. Temos postos da Emesp, Emater, biblioteca e um grande desenvolvimento na agropecuária municipal, contamos também com as indústrias que Presidente Kennedy formou, pois se tornou um município autônomo. O escoamento do leite também é grande aqui nesta região, por isso tínhamos razões urgentes para sermos um município desmembrado de Itapemirim. Hoje Kennedy só está em falta de um bom hospital e de uma cadeia pública. O hospital irá facilitar tudo”, salientou na época.

 

Foto: Afonso Costalonga

Legenda: O fazendeiro Afonso Costalonga e sua esposa, dona Genoveva. O casal teve nove filhos. Foi ele o responsável pela aprovação da lei que desmembrou Presidente Kennedy de Itapemirim.

 

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1 comentário

  • Alessandro disse:

    O meu pai conta q quando ele tinha 7 anos de idade , os seus pais se separaram. E a mãe dele deu ele para esse fazendeiro. Q por 6 anos o manteve em tradalho forçado e como escravo. Meu pai conta q apanhou muito dele e sem motivo. Ele saiu de lá fugido, aís 13 anos de idade.
    Hoje, tive o desprazer em conhecê-lo pela foto. Esse explorador de mão de obŕa infantil . Deve estar pagando lá no colo do capeta.

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