Anchietenses participam de oficina de reprodução de ícone religioso introduzido no Santuário Nacional
A oficina teve a participação de artesãos de Anchieta, Iconha e Piúma e foi custeado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no ES (Fape)
Artesãos anchietenses participaram de uma oficina de reprodução de ícones bizantinos (artesanato religioso) no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus Piúma. A iniciativa foi uma parceria entre o Ifes e o Santuário Nacional de São José de Anchieta. Eles aprenderam técnicas para reproduzir, principalmente, o ícone bizantino de São José de Anchieta, apresentado ao público pela primeira vez, no último dia 09 de junho (Dia Nacional de São José de Anchieta) pelo vice-presidente da CNBB, Dom João Justino, que celebrou a solenidade religiosa.
O objetivo da oficina, segundo os responsáveis, foi promover o artesanato religioso com o intuito de impulsionar o turismo em Anchieta e região, com destaque para o Santuário. Além disso, objetivou apresentar possibilidades de acréscimo de renda para os artesãos com a reprodução do ícone bizantino de São José de Anchieta, utilizando a técnica da decoupage.
De acordo com o coordenador da oficina, o professor Clinger Bernardes, o ícone original foi escrito (pintado) utilizando a tradicional técnica russo-bizantina, em madeira de cedro maciço com 5 cm de espessura e no tamanho de 50 cm por 70 cm. “O artefato recebeu a douração de folhas de ouro 24k e a pintura com tintas preparadas com pigmentos naturais e têmpera de ovo. Pela primeira vez recebeu um ícone a inscrição de ‘São José de Anchieta’, substituindo assim as versões nas quais o Santo ainda era reverenciado pelo título de Beato”, detalhou.
Segundo o professor, no material foi ainda inscrita a frase “Apóstolo do Brasil”, título que acompanha o santo desde os primórdios de seu processo de canonização. O ícone encontra-se exposto no retábulo lateral do Santuário Nacional São José de Anchieta.
Além de participar das oficinas, os alunos também receberam material para produzir peças em casa e, assim, treinar as técnicas apresentadas.
Um dos anchietenses participantes foi o servidor e artesão, Hugo Galvão, que definiu a iniciativa como uma ótima oportunidade para agregar conhecimento e aprender mais sobre a vida do santo. “A oficina foi uma excelente oportunidade para agregar conhecimento da arte mais também em história, visto que nos intervalos da parte prática, eram aplicadas as teorias sobre o tema, conceito, traços, cores… Pudera todos os artesãos de Anchieta terem participado desde momento. José de Anchieta, muito além da sua santidade reconhecida pela igreja Católica é referência na história do Brasil. A produção dos ícones, especificamente do ícone dele, foi pintar a nossa própria história, revelando na essência quem realmente somos”, disse.
A oficina é parte integrante parte do projeto de extensão tecnológica “Tradição e Tecnologia – Conexões entre Artesanato e Cultura Maker para a elaboração de produto de artesanato religioso” aprovado no edital Fapes 11/2023. Foi coordenado pelo Prof. Clinger Bernardes que contou com o suporte das bolsistas Gabriela Neves, Mylena Alpoim e Anna Fábia Luz.