ARTIGO – Aproximando o Ensino Remoto: dicas de ferramentas digitais para a educação
Ana Fonseca
Em tempos de isolamento social por conta da pandemia de COVID-19, quem ainda não tinha se familiarizado com a tal da “educação digital”, agora teve que fazer isso à força, não é mesmo?
Ainda que o debate acerca dos prós e contras da educação à distância e ensino híbrido não tenha se findado, é importante considerarmos que, a despeito da modalidade de ensino, vivemos em um mundo cada vez mais digital.
Desta forma, a incorporação de ferramentas educacionais virtuais é importante para o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à tecnologia, tal como prevê a recém-estabelecida Base Nacional Comum Curricular.
Ignorar este desafio colocado a nós educadores seria condenar nossos alunos ao analfabetismo digital ou ainda, a falta de consciência e responsabilidade sobre o uso destes instrumentos.
Ademais, o uso de tecnologia na educação favorece o desenvolvimento da autonomia do estudante, sua capacidade na solução de problemas, além de aguçar a criatividade e o engajamento ao possibilitar a mixagem de diferentes tipos de mídias, como vídeos, imagens, sons, músicas, etc.
Para além das plataformas que possibilitam a interação audiovisual, por meio de reuniões ou aulas online entre pessoas, como os aplicativos Zoom, Office Teams Collaborate, entre outros, minha intenção aqui é dar dicas de sites que auxiliam nossos alunos a fazer as atividades mais cotidianas de forma digital. Vamos a elas?
– O aplicativo/site chamado “Mind Master”, possibilita a criação de Mind Maps (Mapas Mentais) digitais. Essa atividade costuma ser muito utilizada na escola, em especial nas áreas de humanas. Como professora de História, adoro esse tipo de atividade.
– O “Canva” é uma ferramenta que possibilita inúmeras criações de peças informativas com designs incríveis. Existe a opção de criar posts para redes sociais, infográficos, slides, cartões de visitas e até currículos. Meus alunos já usaram e aprovaram. O “Padlet” faz um trabalho semelhante, fornecendo templates que podem ser editados por alunos de forma colaborativa.
– No “Kahoot” ou “Quizziz”, você pode fazer diversos jogos de perguntas e respostas. Eles adoram! Mas sabe o que é mais interessante? É que eles também podem criar seus próprios kahoots e quizes e desafiar os colegas. Eu solicitei a eles, nesses tempos que estão em casa, que, baseados no conteúdo passado, criassem perguntas e respostas no aplicativo e compartilhassem comigo e depois, com os colegas. Para isso, basta eles criarem uma conta.
– O “Power Point Office Mix” é um recurso que o PowerPoint comum tem. Ótimo para aulas online e quem sabe, para que os seus alunos também possam gravar seminários, apresentações, etc., especialmente quando não contamos com a presença física como aliada.
– Sabe aquele momento de Brainstorm que fazemos sobre um assunto ao iniciar as aulas? Que tal fazer dessa tempestade cerebral algo visual? É isso que faz o “Mentimeter”! Ele cria wordclouds ou mostra as respostas da audiência a uma pergunta aberta em tempo real a partir dos celulares dos alunos.
– No “Neapord” e “Peardeck” você consegue criar slides interativos para suas aulas online. Essa é uma excelente ferramenta que evita aquelas aulas monólogos centradas no professor.
O mais interessante é que estas ferramentas podem ser adicionadas a sites de apresentação online, como o Google Slides. É possível inserir jogos rápidos, quiz, vídeos e perguntas de respostas abertas que auxiliam o professor no processo de avaliação formativa do seu estudante. Além de manter os alunos ativos e engajados na aula.
– O “Edpuzzle” é fantástico! Com ele, você pode utilizar vídeos de forma interativa. Ao invés de apenas apresentar vídeos longos em que muitas vezes os alunos perdem o interesse, o professor pode criar um clipe, inserir perguntas, ou até gravar sua própria voz sobre o vídeo explicando algum conceito importante. Interatividade é tudo!
– E que tal alguns jogos divertidos para checar o entendimento dos alunos? O Wordwall fornece diversos formatos de jogos desafiadores e interessantes para criar aulas divertidas!
– “Google for Education”. Que a Google já não é só um site de buscas há muito tempo, sabemos, mas agora, a empresa tem investido em ferramentas digitais para educação, seja com os famigerados e-mails e aplicativos da GSuite (Google Slides, Forms, Sheet, Doc, Quick Draw), seja oferecendo um curso (é isso mesmo, um curso online) para professores que queiram se inteirar sobre como utilizar mais e melhor esse universo de possibilidades. O curso é gratuito, apenas para retirar o certificado é que é necessário pagar.
São tantos exemplos que poderia citar, mas o texto já está longo, então paramos por aqui. Todas estas ferramentas, apesar de digitais, podem ser de grande auxílio para a construção de um aprendizado real, próximo e significativo! Mesmo quando voltarmos à nossa rotina dentro da sala de aula, poderemos continuar tornando nossas aulas mais interativas com estes recursos.
Esperemos e lutemos para que o acesso a estes recursos não seja uma realidade apenas das escolas particulares, mas sim, seja efetivo também nas escolas públicas de todo o país, afinal, no mundo de hoje, não ter acesso à tecnologia é também um processo de exclusão.
Ana Fonseca é historiadora e professora de História do Colégio Santa Amália – Unidade Tatuapé, em São Paulo, instituição mantenedora da Liga Solidária
Sobre a Liga
A Liga Solidária, fundada em 1923 como Liga das Senhoras Católicas de São Paulo, é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. A Liga desenvolve programas de educação, longevidade e cidadania para cerca de 13 mil crianças, adolescentes, adultos e idosos em situação de alta vulnerabilidade.