Artigo | Desburocratização de processos, tecnologia e transparência: o caso do Bandes
*por Munir Abud de Oliveira
A pandemia acelerou a transformação digital e cultural das empresas. No setor financeiro, não foi diferente. Em um cenário de crise sanitária sem precedentes, onde o acesso ao crédito emergencial foi uma das principais medidas para mitigar o impacto socioeconômico, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), tornou seus processos mais simplificados para dar agilidade ao atendimento.
Tradicionalmente, os recursos financeiros são oferecidos por meio das linhas de crédito para que as empresas ganhem “fôlego” para enfrentar adversidades econômicas, ambientais e sociais. Mas três questões se apresentaram como cruciais para oferecer soluções que mitigariam os impactos econômicos, além de apresentar alternativas para alavancar o novo ciclo de desenvolvimento: desenho de processos, tecnologia e transparência na aplicação dos recursos.
Seguindo todas as recomendações de saúde, em um primeiro momento, o atendimento presencial foi direcionado para o formato on-line, remoto e mais seguro. A medida possibilitou resguardar a saúde do funcionário e do cliente.
Paralelo a isso, uma equipe avaliou a modelagem de processos para definir os fluxos da concessão de crédito, buscando a melhor forma de torná-la digital, sem perda na qualidade de análise dos projetos de financiamento.
O outro elemento desta equação veio com a medida do Governo Federal, com regras para ampliar o acesso ao crédito e minimizar os prejuízos econômicos gerados pela pandemia da Covid-19. A medida impacta diretamente as linhas de crédito emergencial disponibilizadas pelo Bandes. Com a decisão, as certidões negativas de débitos junto à União (certidões federais) puderam ser dispensadas de apresentação nas propostas de solicitação de crédito até uma data determinada, com exceção dos débitos junto à Seguridade Social. Assim as linhas de crédito emergenciais operadas pelo banco de desenvolvimento capixaba foram estruturadas para facilitar o acesso ao crédito.
A redução de algumas exigências legais acessórias ao processo de concessão de crédito, mesmo que de forma temporária, permitiu ter maior agilidade no atendimento, com a análise, aprovação e liberação. Vale destacar que, mesmo atendendo a uma demanda elevada de propostas, o Bandes mantém a qualidade na análise do crédito, adotando critérios técnicos adequados à boa governança e à boa gestão de recursos públicos.
Com dados de meados de novembro de 2021, são cerca de R$ 150 milhões aplicados na economia capixaba, por meio do Fundo de Proteção ao Emprego. Além disso, recentemente, o banco expandiu a disponibilidade de recursos de suas linhas de financiamento para capital de giro emergencial destinado a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) capixabas. Por meio de uma captação, inédita na história da instituição, de US$ 30 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Bandes ganha o reforço de aproximadamente R$ 165 milhões para atender ao mercado de crédito capixaba, por meio da linha “Bandes Retomada”.
O número é expressivo e significa mais recursos disponíveis, neste momento difícil, a todos os municípios do Estado. Esses investimentos de Norte a Sul capixaba projetam a manutenção de milhares de empregos diretos e postos de trabalho, além de contribuir para a construção de uma agenda positiva mediante o cenário de crise.
*Munir Abud de Oliveira, diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes)